63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública |
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE RASTREAMENTO DO CÂNCÊR DO COLO DO ÚTERO NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA-GO |
Andryne Rego Rodrigues 1 Rita Goreti Amaral 1,2 Cézar Augusto Rezende 1 Tatyana Xavier Almeida Matucce Ferreira 1 |
1. Universidade Federal de Goiás 2. Profa. Dra./ Orientadora |
INTRODUÇÃO: |
O câncer do colo do útero (CCU) é o segundo tipo de câncer mais freqüente entre as mulheres, com aproximadamente 500 mil casos novos anuais no mundo todo, sendo responsável pelo óbito de aproximadamente 230 mil mulheres por ano. Fatores como DSTs, início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros e uso de contraceptivos orais podem aumentar sua incidência. Porém, o CCU se desenvolve de forma lenta, o que possibilita que suas formas precursoras possam ser identificadas e tratadas precocemente, apresentando, desta forma, um alto potencial de cura. O exame de Papanicolaou é o exame de escolha para o rastreamento do CCU, por se tratar de um exame rápido e de baixo custo. A conscientização da mulher a cerca da realização do exame preventivo evita gastos desnecessários ao município e melhora a qualidade de vida das mesmas. Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o rastreamento do câncer do colo do útero no município de Goiânia-GO, calculando a cobertura do exame citopatológico, bem como a prevalência das lesões do câncer do colo do útero e a periodicidade dos controles, de acordo com a faixa etária com base nas normas do Ministério da Saúde (MS). |
METODOLOGIA: |
Este foi um estudo de corte transversal retrospectivo realizado em mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) que se submeteram ao exame citopatológico nos anos de 2006 e 2007. A casuística deste estudo foi constituída com base nos resultados dos exames citopatológicos cadastrados no SISCOLO realizados no biênio 2006/2007 e foram obtidos através do registro do SISCOLO disponíveis pelo Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS)/Ministério da Saúde. As variáveis utilizadas foram: 1-idade cronológica; 2-intervalo entre os exames realizados, 3-prevalência das lesões (desde atipias de significado indeterminado até carcinoma escamoso e adenocarcinoma invasivo). Para estimar a cobertura, os dados da população feminina, global e por faixa etária, foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Para estimar a periodicidade de realização dos exames citopatológicos e calcular a prevalência de lesões precursoras do câncer do colo do útero por faixa-etária, os dados obtidos foram obtidos do SISCOLO. A análise dos dados foi feita por meio de estatística descritiva (cálculo das freqüências absolutas e relativas), com a utilização dos programas TabWin, versão 3.5 e do Microsoft Excel 2007. |
RESULTADOS: |
Para o ano de 2006 a cobertura (referente à faixa etária de 25 a 59 anos) foi de 0,16 (26.814 exames para 167.449 mulheres) e para 2007 foi de 0,29 (53.109 exames realizados para 170.770 mulheres). Observou-se um aumento da cobertura de um ano para o outro, fato que ocorreu, possivelmente, pela maior conscientização da mulher em relação à realização do exame. Embora ainda baixa, a cobertura de 2007 se aproximou da preconizada pelo MS que é de 30%. Em relação à periodicidade dos exames, observou-se, para o biênio, que a maioria das mulheres, de todas as faixas etárias, realizou o seu último exame há um ano, o que mostra que as recomendações do MS, muitas vezes, são desconhecidas, uma vez que é preconizado que após dois exames negativos seguidos, o intervalo de realização aumenta para três anos. Isto pode acarretar gastos desnecessários aos cofres públicos. Em relação as alterações atípicas e pré-neoplásicas pode-se observar que as mulheres mais jovens apresentaram uma maior freqüência de LSIL e ASC-US, lesões típicas de mulheres mais jovens, que tendem a regredir espontaneamente. Para mulheres na faixa etária de 25 anos a 59 anos, pode se observar uma maior freqüência foi de ASC-US, LSIL seguida de HSIL, representando esta última, uma lesão mais freqüente para a faixa etária em questão. |
CONCLUSÃO: |
A taxa de cobertura para o exame de Papanicolaou foi de 0,16 e de 0,29 no ano de 2006 e 2007 respectivamente na cidade de Goiânia-GO. Para a periodicidade com que as mulheres realizaram o exame, a maioria respondeu há um ano. A maioria das alterações encontradas foram as atipias de significado indeterminado possivelmente não neoplásicas seguida das lesões intraepiteliais de baixo grau. |
Palavras-chave: Câncer de colo uterino, Exame de Papanicolaou, Detecção precoce. |