63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AVALIAÇÃO SISTEMATIZADA DE SAÚDE DE PESSOA IDOSA DOENTE E/OU FRAGILIZADA EM AMBIENTE FAMILIAR
Camila Calhau Andrade 1
Jacqueline Maia Santos 1
Daniela Soares Aguiar 1
Larissa Campos Meira 2
Edméia Campos Meira 3
1. Discentes de Enfermagem - Depto de Saúde - UESB
2. Graduada em Enfermagem - FTC
3. Profa.Msc/Orientadora - Depto de Saúde - UESB
INTRODUÇÃO:
O Brasil vem demonstrando um perfil populacional do tipo em transição demográfica e, segundo dados do PNAD (2009) os idosos já representam 11,3% da população brasileira. Estes vivenciam um envelhecimento humano e um processo de fragilização, muitas vezes associado a quadros de comorbidades, o que favorece o desenvolvimento da dependência e restrição social. No contexto brasileiro estima-se que 85% dos idosos apresentem pelo menos uma doença crônica e destes pelo menos 10% um mínimo de cinco afecções concomitantes (RAMOS, 2002). Desse modo, a prevalência de doenças crônicas e longevidade dos brasileiros contribuem para o aumento de idosos com limitações funcionais e dependência para a realização das atividades de vida diária, implicando a necessidade de cuidados permanentes que em muitos casos necessitam ser em domicílio. É importante o cuidado familiar e da Equipe de Saúde da Família, a qual deve estar organizada para acolher, além da demanda espontânea e programada, as necessidades de saúde da pessoa idosa que necessite de atendimento no domicílio (BRASIL, 2006). Assim, este estudo apresenta como objetivos: identificar os mais prevalentes problemas relacionados ao estado de saúde biopsicossocial de idosos relacionando-os com seus respectivos diagnósticos de Enfermagem.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo e exploratório de natureza construtivista, desenvolvido em domicílios de idosos pertencentes à área de abrangência de uma Unidade de Saúde da Família no interior da Bahia. Teve como sujeitos, 30 idosos com características de dependências e/ou fragilidades em contexto familiar. Foi desenvolvido no período de Agosto a Dezembro de 2010, sendo aplicados instrumentos de avaliação multidimensional disponibilizados no Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006). Após coleta de dados em campo, junto aos sujeitos descritos, procedeu-se a análise e determinação de diagnósticos de enfermagem, baseado na taxonomia da NANDA (2010). Os diagnósticos foram selecionados a partir de características definidoras procedendo à análise por meio de estatísticas descritivas. O estudo atendeu as diretrizes da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, através da autorização do CONEP sob o protocolo nº203/2009.
RESULTADOS:
Quanto às características sociodemográficas e de saúde: a maioria dos idosos é maior de 80 anos (66,6%), casada (50%), do sexo feminino (60%) e analfabeta (76,6%); todos coabitam com familiares e muitos relatam história de quedas e internamentos prévios nos últimos anos (70%). Deambulação e mobilidade física prejudicadas com risco para quedas e de intolerância a atividades, foram diagnósticos de enfermagem definidos para idosos que se queixaram de dores osteomusculares (66,6%). Histórico de quedas e limitação a movimentação independente pelo ambiente foram problemas encontrados em grande parcela de idosos (83,3%), e esses problemas admitem como diagnósticos de enfermagem: suscetibilidade para quedas aumentada associada a presença de fatores extrínsecos e risco de sentimento de impotência. A Hipertensão Arterial constitui-se a doença crônica com maior incidência (66,6%), seguida da Diabetes mellitus (33,3%), e, como diagnósticos de enfermagem para essas doenças crônicas definiu-se: risco de perfusão renal, tissular periférica, cardíaca e cerebral ineficazes. Todos os idosos apresentaram dependência parcial para o desenvolvimento das atividades de vida diária, admitindo como diagnósticos: risco de baixa autoestima, sentimento de impotência, depressão e tensão no papel do cuidador.
CONCLUSÃO:
Mediante análise de resultados, verificam-se pessoas idosas vivenciando a longevidade em coabitação familiar com fragilidade acentuada, condição de dependência, potencial de risco para depressão e dificuldades no acesso aos serviços de saúde. Isso evidencia a necessidade de implementação de políticas públicas em saúde para o idoso, efetivando as redes de atenção à terceira idade e a assistência domiciliar por parte das Equipes de Saúde da Família (ESF) no suporte ao idoso (a) doente e/ou fragilizado em contexto familiar. Essas medidas visam uma melhoria na qualidade de vida não só da pessoa idosa doente e/ou fragilizada, mas também de sua família cuidadora. As ESF devem estar atentas às necessidades dos idosos de sua área, fazendo avaliações periódicas de seus estados de saúde biopsicossociais, visando redução de diagnósticos de enfermagem que comprometem a qualidade de vida das pessoas idosas, tais como: risco de sentimento de impotência, de baixa autoestima, depressão e outros.
Palavras-chave: Saúde do Idoso, Família, Diagnósticos de Enfermagem.