63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 8. Física Médica |
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE REJEIÇÃO DAS RADIOGRAFIAS COM RELAÇÃO ÁS CONDIÇÕES DE PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO EM UM HOSPITAL PÚBLICO NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS-SC |
Luiza Marinho Rila 1 Daniel Felipe Alves 1 Matheus Brum Marques Bianchi Savi 3 Alexandre D'Agostini Zottis 1,2 |
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina 2. Orientador 3. Setor de Proteção Radiológica do HU/UFSC |
INTRODUÇÃO: |
A Portaria 453/98 determina que toda instituição que fizer uso de radiações ionizantes deve implementar um Programa de Garantia de Qualidade (PGQ). O PGQ é formado por um conjunto de ações que visam otimizar as doses de radiação em pacientes submetidos a exames radiológicos, aliado aos testes de controle de qualidade (CQ) da imagem e do equipamento de raios X. O teste de sensitometria permite obter informações a respeito das condições da qualidade da imagem influenciada pelo processamento radiográfico. Os testes na câmara escura avaliam se os fatores ambientais influenciam nas características do filme segundo orientações do fabricante antes de serem processados. O conjunto dessas ações permite determinar um índice de rejeição radiográfico o qual é expresso pela razão entre o número de exames radiográficos repetidos e o número de radiografias realizadas no total, multiplicado por 100%. A determinação deste índice está vinculado ao item da Portaria 453 a respeito do memorial de proteção radiológica, associado às ocorrências radiológicas e informações com intuito de contribuir para a implantação de um PGQ em hospitais que fazem o uso das radiações ionizantes. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o Índice de rejeito radiográfico associado particularmente com as condições de processamento radiográfico no setor de radiologia convencional de um hospital público de Florianópolis / SC, de forma qualitativa e quantitativa. |
METODOLOGIA: |
Durante Outubro de 2009 e Maio de 2010, 164 exames realizados por cinco (05) profissionais de técnicas radiológicas no serviço de radiologia de um hospital público de Florianópolis foram analisados e selecionados. Durante cada exame, após concordância do paciente de 18 a 70 anos, e técnico, no preenchimento de TCLE (termo consentimento livre esclarecido), sendo que o projeto foi aprovado no CEP e possui registro no CONEP FR 282739. Foram coletados, respectivamente, dados antropométricos (idade, sexo, peso) e parâmetros de exposição (incidência, tensão, corrente, tempo,etc.). Cada repetição de exame que se fez necessária, foi registrada, identificada a causa do erro e realizado novo exame. Paralelamente, para que as causas pudessem ser bem definidas, testes de controle de qualidade foram realizados na câmara escura e na processadora automática. Para os testes na câmara escura foi utilizado um higrômetro digital (Instrutemp ITHT-2200, Brasil), termômetro digital (Testo, Brasil) e luxímetro digital (LUX 540, Texto, Brasil). Para os testes de sensitometria associados ás condições de processamento radiográfico, foram utilizados um sensitômetro (MRA, Brasil), pHmetro digital (AK 85, Akso, Brasil) e densitômetro (MRA, Brasil). As medidas realizadas na câmara escura do setor e na processadora automática (Kodak XOMAT 3000 RA, EUA) foram realizadas no período diurno e em três ensaios cada, sendo expressos estatisticamente (pela sua média mais desvio padrão). |
RESULTADOS: |
Com relação aos testes realizados na câmara escura, foram encontrados os valores médios para temperatura ambiente medida 1 (Outubro de 2009) foi 24,6 ± 0,6 ºC e medida 2 (Maio de 2010) de 24,8 ± 0,5 ºC. Durante este período, foram encontrados os valores médios de umidade relativa do ar, respectivamente de 54% e 75%,sendo que a temperatura de armazenagem dos filmes pelo fabricante deve se encontrar entre 10 e 21ºC), já para a umidade relativa tolerada, é recomendado que esteja entre 30 e 50%), o que foi excedido 25% na medida 2. Para os testes na processadora automática, o pH do revelador (recomendado pelo fabricante entre 10 e 11) da medida 1 e 2, foi 9,77 ± 0,3 e 9,88 ± 0,2 respectivamente. Já para os valores de pH do fixador na medida 1 e 2 foram 4,29 e 4,25, respectivamente, o que recomenda o fabricante (na faixa de 4,0 a 5,0). Após coleta e tratamentos dos dados obteve-se um índice total de rejeitos de 17,68%. |
CONCLUSÃO: |
Além das características e condições de processamento, contribuem para o índice de rejeição radiográfico, o posicionamento incorreto do paciente, a sub e superexposição dos filmes indicando, problemas de alinhamento e nivelamento da ampola, além de outros fatores. Porém, verificou-se que o índice rejeito, associado às condições de processamento (filmes velados, filmes superpostos, variações bruscas de pH e temperatura nos químicos) apresentaram valores inferiores a 10%. Constatou-se então que aos aparelhos e a câmara escura estudadas estão em perfeitas condições de uso e a processadora automática, embora que houve variação de pH na atividade química do revelador. A partir da aplicação, execução dos testes e do acompanhamento dos exames, foi possível verificar as condições do serviço e identificar as principais causas de repetição de exames. Pretende-se, então, refazer testes na processadora a fim de garantir as informações obtidas e realizar a análise do índice de rejeição das radiografias com a equipe médica. Conclui-se que o valor encontrado para o índice de rejeitos foi elevado, e que esse percentual pode ser reduzido, uma vez que seja implementado um PGQ na instituição a fim de contribuir para uma padronização dos procedimentos de radiologia convencional envolvendo a redução de custos e de dose ao paciente e ao profissional. A pesquisa terá continuidade, com o intuito de reduzir a repetição de exames e também reduzir as doses fornecidas aos pacientes e profissionais. |
Palavras-chave: Radiodiagnóstico, PGC, Rejeição Radiográfica. |