63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social |
CONSUMO INFORMAL DE FÁRMACOS E SOCIALIDADES |
Renata Vilela Rodrigues 1 Dolores Cristina Gomes Galindo 2 |
1. Depto de Psicologia, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. 2. Profa. Dra./Orientadora -Depto de Lingüística, Letras e Artes – UFMT. |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho tem como objetivo estudar o consumo de fármacos que circulam em canais não institucionalizados, com destaque para as socialidades e materialidades que fazem com que representem uma opção de uso ainda quando não apresentam redução de custos em relação aos medicamentos com distribuição autorizada. |
METODOLOGIA: |
Para consecução do objetivo realizou-se 08 (oito) entrevistas com usuários adultos de fármacos comercializados em circuitos informais. O recrutamento dos sujeitos para pesquisa foi realizado por meio de indicação de informantes-chave por comerciantes ou usuários. O estudo, feito num município de médio porte do interior de Mato Grosso, sendo as entrevistas realizadas em dois bairros considerados periféricos. As entrevistas foram gravadas, posteriormente transcritas e analisadas para identificação duas dimensões: a) socialidades vinculadas às formas de consumo e b) critérios para administração dos medicamentos já que estes não contêm bulas. |
RESULTADOS: |
Os medicamentos mencionados pelas usuárias são de três tipos, analgésicos (para dores musculares), fármacos para disfunção erétil e medicamentos com efeitos abortivos, valendo salientar que aos últimos não foi feita alusão ao consumo direto. Nas entrevistas, exceto os remédios para dores, os demais são comprados para amigos ou se ouviu falar sobre eles. No que se refere à regulação da administração de fármacos, observa-se que os usuários regulam a frequência de uso e dose de três maneiras distintas: a) utilizando a intensidade da dor; b) aderindo “receitas” transcritas por outros usuários e/ou vendedores e c) seguindo o que vem escrito no frasco do produto ainda que não contenha bula. |
CONCLUSÃO: |
A análise das entrevistas indica que o consumo das cópias de medicamentos participa de formas de sociabilidade antigas como o comércio porta-a-porta, baseando-se em critérios de confiança (no distribuidor) e mesmo de convivência prolongada na qual, além de fármacos, são adquiridos outros produtos que variam de brinquedos infantis a aparelhos domésticos. Mais do que por serem “baratos”, os fármacos que circulam informalmente participam de dinâmicas de convivência nas quais se mesclam a outros produtos tão heterogêneos como brinquedos e utilidades domésticas. |
Palavras-chave: Consumo, Medicamentos, Cópias. |