63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
Análise Sanitária e Epidemiológica do município de Porto Velho
Daniel Delani 01
Wanne Patrício Soares 02
Raquelme Monteiro de Oliveira 03
Marlene Guimarães Santos 03
1. Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Rondônia - UNIR
2. Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicais – IPEPATRO
3. Faculdade Interamericana de Porto Velho – UNIRON
INTRODUÇÃO:
O saneamento básico é um dos mais importantes aspectos da saúde publica mundial. Estima-se que 80% das doenças e 1/3 da taxa de mortalidade em todo o mundo decorram da má qualidade da água utilizada pela população, ou da falta de esgotamento sanitário adequado (Borja, 2006). Ao contrário desta realidade, o saneamento deveria promover a saúde pública preventiva, reduzindo a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque elimina a chance de contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há saneamento, são maiores as possibilidades de uma vida mais saudável. A ausência de sistemas adequados de esgotamento sanitário obriga as comunidades a conviverem com seus próprios excrementos enquanto a falta do abastecimento de água, além de agravar igualmente as condições de saúde, não possibilita os cuidados com a higiene pessoal e doméstica.
METODOLOGIA:
Este trabalho consiste de um estudo investigativo referente à cidade de Porto Velho, onde a variável tipo de saneamento urbano é analisada na perspectiva das dimensões antropológicas, com ênfase na caracterização do ambiente que permite a elaboração de um desenho do perfil patológico associado à problemática. Foram entrevistados 100 domicílios da cidade Porto Velho, sendo 50 pertencentes ao bairro Agenor de Carvalho (AC), 30 pertencentes à invasão da “área verde” do Conjunto Jamari (CJ) e 20 da invasão instalada no bairro JK.
RESULTADOS:
A água subterrânea oriunda do lençol freático da cidade era consumida em 86 domicílios (40 domicílios no bairro Agenor de Carvalho, 26 na invasão do conjunto Jamari e 20 na invasão do bairro JK). A água encanada distribuída pela companhia responsável – CAERD – só era consumida em 8 domicílios com exclusividade (5 domicílios do bairro Agenor de Carvalho e 3 domicílios da invasão do conjunto Jamari), porém 6 domicílios entrevistados recebiam tanto a água encanada quanto a água proveniente da perfuração de poços. Nos domicílios entrevistados nenhum utilizava o sistema de esgoto sanitário do tipo rede, todos os 100 domicílios utilizavam fossas sépticas feitas no local, fato justificado pela ausência deste serviço no município. Na avaliação do perfil patológico foi observada que havia uma alta prevalência de enfermidades associadas à má qualidade do saneamento básico por domicilio (AC – 1,28; JK – 2,6; CJ 3,03). As patologias observadas foram ascaridíase com frequência de 4,43, teníase com frequência de 2,42 e amebíase com frequência de 7,72. Infecções na pele e doenças ocasionadas por vetores somaram o restante e mais expressivo número deste quadro epidemiológico (21,72; 14,96; e 18,84 respectivamente).
CONCLUSÃO:
Os achados deste estudo e da literatura demonstram que o consumo da água não tratada é determinado, pela frequência da distribuição da água tratada e pelo custo desta. Fatores econômicos e sociais são importantes determinantes da saúde (Foster, 1993). Condições ambientais precárias constituem fator contribuinte principal para a queda do estado geral de saúde e a baixa qualidade de vida (Silva, 2005). Assim, as medidas para ampliar o acesso à água tratada devem intervir nos dois fatores descritos acima, tornando a distribuição mais regular e a custos acessíveis, especialmente para os grupos de baixa condição socioeconômica como os utilizados na pesquisa.
Palavras-chave: Saúde, Saneamento, Porto Velho.