63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 1. Silvicultura
Alterações nos pigmentos fotossintéticos de plantas jovens de Tabebuia serratifolia expostas a seca
Emilly dos Santos Pereira 1
Talitha Soares Pereira 1
Odyone Nascimento da Silva 1
Argemiro Pereira Martins Filho 1
Gustavo Antonio Ruffeil Alves 1
Allan Klynger da Silva Lobato 1
1. Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amazônia
INTRODUÇÃO:
O ipê-amarelo possui interesse econômico madeireiro, ornamental e medicinal, a madeira é empregada em marcenaria, construções pesadas e estruturas externas, tanto civis quanto navais. A seca é um estresse abiótico que afeta as plantas em diversos níveis de organização, sendo definida basicamente como uma circunstância na qual as plantas sofrem redução no seu crescimento e produtividade devido à insuficiência de suprimento de água, é sabido que para comercialização é necessário que a planta esteja em ótima qualidade e que a produção seja significativa. O principal fator ambiental que limita o crescimento e a produtividade de plantas em todo o mundo é baixa disponibilidade hídrica, principalmente ocasionada pelas mudanças climáticas globais.
Os pigmentos fotossintéticos são importantes devido à assimilação de luminosidade e consequente absorção de fótons visando à realização do processo de fotossíntese. Em adição, a seca normalmente interfere negativamente sobre estes pigmentos.
O objetivo do estudo foi avaliar o comportamento dos pigmentos fotossintéticos em Ipê- amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) submetido ao déficit hídrico, visando verificar se esta espécie sofre alguma interferência quanto aos teores de clorofila a, b, totais e carotenos.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia. Como material vegetal foram usadas plantas jovens de Ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) com 7 meses de idade, no qual foram colocadas em vasos com capacidade de 30 L contendo o substrato citado anteriormente, sendo as plantas aclimatadas nas condições descritas pelo período de 20 dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 2 condições hídricas (controle e déficit hídrico), tendo 15 replicatas e totalizando 30 unidades experimentais, com cada unidade tendo 1 planta vaso-1.
Após o período de aclimatação, foram iniciados os tratamentos, com o tratamento controle mantido sob irrigação durante todo o período experimental, enquanto que o tratamento sob deficiência hídrica foi submetido a 9 dias sem irrigação, sendo avaliadas as plantas no 9° dia após a aplicação dos tratamentos. Os teores de Clorofila a, b, total (a+b) e Carotenóides foram determinados segundo Lichthenthaler (1987). Os resultados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O desvio-padrão das médias de cada tratamento também foi calculado.
RESULTADOS:
Os teores de clorofila a variaram significativamente entre os tratamentos, apresentando os valores 2,9 e 1,2 mmol Kg-1 MF nos tratamentos controle e déficit hídrico, respectivamente. Nos teores de clorofila b ocorreu variação significativa entre os tratamentos, sendo observados os teores de 1,8 e 0,6 mmol Kg-1 MF, nas plantas controle e sob déficit hídrico, respectivamente. Os Teores de clorofila total variaram significativamente entre os tratamentos, sendo que as plantas sob déficit hídrico tiveram um decréscimo de 61,7% em relação às plantas controle. Tais resultados são provenientes dos teores de 4,7 e 1,8 mmol Kg-1 MF provenientes dos tratamentos controle e déficit hídrico, respectivamente. Os teores de carotenóides apresentaram 2,4 e 1,3 mmol Kg-1 MF nos tratamentos controle e sob seca, respectivamente. A degradação dos pigmentos clorofilianos está relacionada com a degradação dos carotenóides, pois os carotenóides são pigmentos acessórios na absorção e transferência de energia radiante, e protetores da clorofila no processo de fotoxidação. O déficit hídrico induz a degradação do ß-caroteno e a redução na formação de zeaxantina, produzindo diminuição no teor de carotenóides, pigmentos aparentemente envolvidos na proteção contra a fotoinibição.
CONCLUSÃO:
O déficit hídrico por nove dias promoveu mudanças significativas em plantas de Ipê-Amarelo, resultando na redução da clorofila a, b, totais e carotenóides.
Palavras-chave: clorofilas, carotenóides, ipê- amarelo.