63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos |
UTILIZAÇÃO DE EMBALAGEM MODIFICADA NO ARMAZENAMENTO DO MARACUJÁ AMARELO |
Thais Vianna Silva 1 Jurandi Gonçalves de Oliveira 2 Renana Vianna Lima 3 |
1. Profa D.Sc. - Agroindústria - Ifes/Campus de Alegre 2. Prof. D.Sc./ Orientador - Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal - UENF/ CCTA 3. Pós doutoranda - UENF |
INTRODUÇÃO: |
O maracujá é considerado uma fruta tropical de difícil conservação, por ser um fruto muito perecível, que suporta somente de três a sete dias à temperatura ambiente. Para se aumentar a vida útil dos frutos é necessário utilizar mecanismos que reduzam sua taxa respiratória e a perda de água pela casca, ações como diminuição da temperatura de armazenamento, e/ou a utilização de filmes plásticos adequados poderiam reduzir estes processos (Berthier et al., 2000; Mota et al., 2003; Chitarra e Chitarra, 2005). Dos vários mecanismos existentes as embalagens com filmes plásticos têm sido utilizada com sucesso na preservação de frutos e hortaliças. Estes filmes alteram o interior da embalagem por apresentar boa barreira ao vapor d’água e permeabilidade relativa ao O2 e CO2. Permitindo que a concentração de CO2 proveniente da respiração aumente, e a concentração de O2 diminua, à medida que é utilizado pelo processo respiratório. Com isso, o metabolismo do fruto é reduzido e sua vida pós-colheita pode ser prolongada (Resende et al., 2001; Chitarra e Chitarra, 2005). O objetivo deste trabalho foi testar o efeito do filme de PVC, durante o armazenamento do maracujá amarelo, e verificar as eventuais incidências de doenças e alterações que a atmosfera modificada possa ocasionar nos frutos. |
METODOLOGIA: |
No experimento foram utilizados frutos de maracujazeiro amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener), produzido em pomar no município de Campos do Goytacazes (RJ) (21º 42’ 49” S e 41º 20’ 33” W). Os frutos de maracujá foram colhidos quando iniciaram a mudança de cor da casca de verde para amarela. Os frutos foram levados para o Laboratório de Fisiologia Vegetal da UENF, onde após serem lavados em água corrente e imersos por 5 min. em água clorada (1%) foram colocados para secar ao ar livre. Em seguida os maracujás foram divididos em 6 embalagens (caixas de papelão embalados com filme PVC) constituídas de 10 frutos cada e armazenados à cerca de 22ºC e UR 85%, sendo uma embalagem avaliada no dia da colheita e as outras avaliadas em intervalos de 4 dias, durante todo o período de armazenamento. Para análise dos frutos avaliaram-se as seguintes características de qualidade: a) Perda de massa dos frutos, b) Coloração da casca, determinada pelo colorímetro Minolta Chroma Meter CR-300, que forneceu o Parâmetro L e o Ângulo hue (ºh), c) Teor de Sólidos Solúveis – SS - determinado por refratômetro e expressos em ºBrix. A variável perda de massa foi submetida à análise de Regressão, quanto as outras variáveis optou-se por descrever os modelos. |
RESULTADOS: |
O modelo de regressão, y = -0,0087x2 + 0,4978x – 0,1389 (R2 = 0,9938), calculado para a Perda de massa dos frutos, durante o período de armazenamento, apresentou um bom coeficiente de determinação e explicou o fenômeno de perda de massa que, normalmente, ocorre devido à intensa atividade respiratória e ou transpiração dos frutos ao longo do armazenamento. No 17º dia de armazenamento o enrugamento da casca era intenso, em alguns frutos observou-se o início de ataque de fungos de armazenamento, tais como Phomopsis spp. e Colletotrichum gloeosporioides Pens. Quanto aos índices de coloração da casca dos frutos, para o parâmetro L pode-se observar que durante o armazenamento ocorreu aumento da luminosidade da casca dos frutos de maracujá amarelo. Quanto ao ângulo hue, observou-se diminuição dos resultados ao longo do período de armazenamento, sendo que a cor da casca do maracujá passou de verde com 119 ºh, no primeiro dia de análise, para amarelo com 90ºh, no último dia de armazenamento (21 dias). Os frutos apresentaram redução no teor de Sólidos Solúveis (SS) de 12,6 para 11,2 º Brix durante o período experimental, sugerindo que a diminuição do teor de açúcar pode ter ocorrido pelo consumo de SS como substrato para o processo respiratório. |
CONCLUSÃO: |
Os frutos embalados em caixas de papelão com filme de polietileno mostraram-se com boas condições de comercialização, pois a perda de massa foi baixa e o murchamento da casca foi pequeno até o 13º dia de armazenamento, após este período os frutos apresentavam a cor amarela e o enrugamento da casca passou a ser mais notado juntamente com o aparecimento de fungos de armazenamento. |
Palavras-chave: filme plástico, coloração, sólidos solúveis. |