63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFESSORES SOBRE A AFETIVIDADE
Suely Rodrigues Sant'Ana 1
Andresa Karolina da Silva Porto 1
Aline Alves de Almeida 1
Bruna Monteiro de Oliveira 1
Teresa Cristina Siqueira Cerqueira 2
1. Graduandas em Pedagogia - Faculdade de Educação- Universidade de Brasília -UnB
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Teorias e Fundamento - Universidade de Brasília- UnB
INTRODUÇÃO:
A teoria das representações sociais engloba um amplo campo de estudos. Em uma perspectiva macro, permite-nos compreender e analisar muitos problemas sociais da atualidade por meio das formas de conhecimento do senso comum. A teoria se relaciona com a forma como os homens pensam, atribuem significados, valores e sentidos a um determinado objeto da realidade social, contribuindo para a sua compreensão tanto objetiva como subjetiva. As representações sociais não só interpretam e refletem sobre uma determinada realidade, mas principalmente, pode ser um valioso instrumento que age sobre o mundo, tornando compreensível a realidade na qual os indivíduos estão inseridos. Para que a afetividade seja considerada um fator importante na relação professor-aluno, é preciso que o professor tenha consciência dos vínculos e relações que estabelece com seus alunos. É essencial o professor conhecer a si mesmo, seu interior, para que possa manter o próprio equilíbrio. O presente estudo objetiva analisar as representações sociais dos docentes das séries iniciais do Ensino Fundamental sobre a afetividade na relação professor-aluno.
METODOLOGIA:
Nas pesquisas exploratórias, há mais flexibilidade e foca no tema principal. Conforme Gill (2002 apud Faria e outros, 2010, p. 31), “as pesquisas exploratórias têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias, a familiarização com o problema proposto, ou seja, a tomada de conhecimento do tema a ser estudado”. Participaram da pesquisa, 20 professores sendo: 19 mulheres e apenas 1 homem. A idade variou de 22 a 42 anos. Dos 20 professores 11 têm filhos e 9 não.O instrumento de construção de dados foi um questionário com cinco questões. As perguntas objetivas procuraram conhecer características vinculadas às informações pessoais e profissionais dos participantes. As questões subjetivas objetivaram investigar as representações sociais dos professores sobre a afetividade em sua relação com os alunos. Para a analise dos dados optou se pela utilização da adaptação da técnica de analise de conteúdo elaborada por Bardin (1987) que permite a organização das respostas produzidas em categorias e classes.
RESULTADOS:
Referente a questão 01: Escreva três palavras ou frases que para você representa afetividade. Verificou-se um número bastante significativo de palavras evocadas. Na categoria afetividade/sentimentos a palavra mais evocada foi carinho com (12 evocações), seguida das palavras amor (10 evocações), amizade (2 evocações) e calor também evocada duas vezes. Referente a questão 2 :Como você define afetividade? foi dividida em duas categorias centrais: sentimento e carinho. Embora o carinho também seja um sentimento optamos por colocá-la em uma categoria distinta porque os professores mencionaram o carinho relacionando-o em diferentes situações, contextos. Analisou-se que os professores definem a afetividade como um sentimento, palavra evocada com maior frequência (16 evocações) e como carinho (7 evocações). Correspondente a questão 3: Descreva o que você considera mais importante na relação professor-aluno, foi dividido em cinco categorias: relação de respeito, relação de compreensão, manifestação de afetividade, qualidade no ensino aprendizagem, dinamismo na aprendizagem e no processo motivacional e construção da cidadania.
CONCLUSÃO:
Os respondentes mencionaram que o professor pode demonstrar afetividade mostrando interesse, tratando bem os alunos, respeitando suas individualidades, através da dedicação do ensino, sendo gentil, dentre outros fatores. Todos esses aspectos mencionados pelos pesquisados, são considerados de suma importância para que a relação professor-aluno seja eficaz, boa. É na escola que o caráter vai se moldando, formando a personalidade, rumo a formação do ser humano. Conforme Freire (1997) o professor deve estar aberto ao querer bem dos alunos, e que a afetividade não assuste o professor, que ele tenha capacidade de expressá-la. O professor deve se comprometer com os alunos no intuito de guiá-los no melhor caminho a seguir. Conclui-se que o professor pode demonstrar afetividade incentivando os alunos com elogios, através de brincadeiras, do diálogo, reconhecendo os valores, mas também sendo sério, rígido quando preciso.
Palavras-chave: Representações Sociais, Professores, Afetividade.