63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional |
Fatores de risco e proteção à saúde mental infantil: atividades de lazer e práticas de cuidado dos pais com as crianças |
Thelma Simões Matsukura 1 Amanda Dourado Souza Akahosi Fernandes 2 Maria Fernanda Barbosa Cid 3 |
1. Professora/orientadora Associada ao Depto de Terapia Ocupacional da UFSCar –Programa de Pós- graduação em Terapia Ocupacional 2. Graduanda em Terapia Ocupacional na UFSCar – Bolsista PIBIC CNPq - UFSCar 3. Doutoranda em Educação Especial na UFSCar – Professora do Depto.de Terapia Ocupacional- UFSCar |
INTRODUÇÃO: |
Algumas características familiares podem colocar as crianças em maior risco para o desenvolvimento saudável. Tais características englobam: baixa renda, baixa escolaridade dos pais, estresse familiar, doença psiquiátrica dos pais (FLEITLICH; GOODMAN, 2000; HALPERN; FIGUEIRAS, 2004). Paralelamente aos fatores de risco a que estão submetidas às crianças, tem-se os fatores de proteção, que podem ser entendidos como recursos pessoais ou sociais que amenizam ou inibem o impacto do risco (GREENBERG et. al., 2001). No que tange à epidemiologia na área da saúde mental infantil, Fleitlich e Goodman (2000), alertam para a importância do desenvolvimento de estudos dessa natureza, na medida em que eles apresentam resultados importantes para o direcionamento de políticas públicas voltadas à área. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é verificar associações existentes entre saúde mental infantil e situação sócioeconômica da família, atividades de lazer e práticas de cuidados dos pais. O estudo contribui para o conhecimento referente à saúde mental infantil e para a compreensão dos processos envolvidos nessa condição, além de fornecer subsídios para o planejamento e implementação de políticas públicas no campo da saúde mental infantil. |
METODOLOGIA: |
Participantes Participaram desta pesquisa 39 responsáveis por crianças estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal localizada na periferia de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Instrumentos de medida 1. Critério de classificação econômica Brasil (CCEB): classifica os indivíduos por classes econômicas. 2. Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ): detecta problemas de saúde mental infantil. 3 Questionário de avaliação do lazer, rotina e cuidados parentais (QALRCP): aborda questões relativas aos dados demográficos, atividades de lazer e cotidiano familiar. Procedimentos 1. Questões Éticas: aprovação do comitê de ética em pesquisa em seres humanos da UFSCar e encaminhamento de participantes identificados com necessidades de saúde aos serviços públicos existentes na região. 2. Identificação e localização dos participantes: após a escolha da escola, foi realizado estudo estatístico para seleção dos participantes. 4. Coleta de dados: iniciou-se após o aceite e assinatura do termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 5. Análise de dados: os resultados dos instrumentos foram calculados de acordo com as planilhas de referência. Para a análise de correlação, foi utilizado o teste kendall’s Tau. |
RESULTADOS: |
Os resultados descritivos apontam que a maioria das crianças possuem atividades de lazer, rotina definida e dificuldades de relacionamento com familiares. A grande maioria das famílias recebem até 1 salário mínimo e pertencem a classe D. Em relação aos problemas de saúde mental infantil, 56,8% das crianças foram consideradas clínicas. Quanto aos resultados de correlação algumas variáveis presentes no contexto familiar foram associadas a presença de problemas de saúde mental infantil, por exemplo, situação socioeconômica e relacionamentos familiares. Em contrapartida, algumas variáveis foram relacionadas a melhores níveis de saúde mental da criança, como pais que brincam com as crianças, e alguns tipos de atividades cotidianas. Hipotetiza-se, que as dificuldades econômicas, brigas na família, dentre outros, podem influenciar o comportamento e desenvolvimento infantil, visto que essas dificuldades são acompanhadas de eventos estressores, afetando-as e aumentando a probabilidade de ocorrer problemas de saúde mental. Observou-se a importância do brincar, da rotina familiar e das atividades de lazer, visto que no estudo foram identificadas como possíveis fatores de proteção à saúde mental infantil. |
CONCLUSÃO: |
Considera-se que o estudo atingiu os objetivos propostos, contribuindo para melhor conhecimento em relação aos fatores de risco e proteção associados à saúde mental infantil. Consequentemente os resultados encontrados podem fornecer subsídios para o planejamento e implementação de políticas públicas no campo da saúde mental infantil, assim como apresentar elementos para reflexões e para a compreensão dos processos e indicadores familiares envolvidos nessa condição. |
Palavras-chave: saúde mental infantil, fatores de proteção, fatores de risco. |