63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MANGA ‘TOMMY ATKINS’ TRATADA OU NÃO COM ETILENO
Juan Saavedra del Aguila 1
Liliane Cristine Gimenes 2
Mayla Majado da Silva 2
Edwin Moisés Marcos Ortega 3
Lília Sichmann Heiffig - del Aguila 4
Ricardo Alfredo Kluge 5
1. Pós-Doutorando - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
2. Estagiária - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
3. Prof. Dr. - Depto de Ciências Exatas - ESALQ - USP
4. Pesquisadora - Embrapa Clima Temperado
5. Prof. Dr./Supervisor - Depto de Ciências Biológicas - ESALQ - USP
INTRODUÇÃO:
A manga (Mangifera indica L.) é um dos mais importantes frutos tropicais em termos de produção e aceitação pelo consumidor; e o Brasil é o sétimo maior produtor mundial de manga, com uma produção de 1.154 milhões de toneladas no ano de 2008, sendo que, o Estado de São Paulo é o segundo maior Estado produtor nacional de manga, com 13.843 ha colhidos no ano de 2008. O etileno (C2H4) é um fitohormônio atuante em fases diversificadas, como crescimento, desenvolvimento e senescência, e, principalmente, no amadurecimento de frutas climatéricas. A manga é uma fruta climatérica e pode ser usada a aplicação exógena de etileno para a uniformização do processo de amadurecimento dos frutos. Apesar das recomendações técnicas do uso de etileno exógeno tanto para o mercado interno quanto externo com o objetivo de obter frutos de qualidade, um grave problema de desuniformidade no amadurecimento dos frutos de um mesmo lote é verificado no comércio interno, assim como naqueles destinados a exportação. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi estudar algumas respostas físico-químicas em manga, cv. Tommy Atkins, submetida a diferentes temperaturas de aplicação ou não de etileno exógena e armazenada sob condições controladas ou não.
METODOLOGIA:
As mangas da Ogata Citrus receberam os seguintes tratamentos: T1= sem aplicação de etileno e armazenados no ambiente (24ºC ±5ºC e 65% UR); T2= armazenados no ambiente - com aplicação de 25 ppm de etileno por 2 dias; T3= armazenados a 16°C ±1ºC e 90% UR, com 25 ppm de etileno por 2 dias; T4= armazenados a 18°C ±1ºC e 90% UR, com 25 ppm de etileno por 2 dias; T5= armazenados a 20°C ±1ºC e 90% UR, com 25 ppm de etileno por 2 dias; T6= armazenados a 22°C ±1ºC e 90% UR, com 25 ppm de etileno por 2 dias e T7= armazenados a 24°C ±1ºC e 90% UR, com 25 ppm de etileno por de 2 dias. Após os tratamentos, os frutos foram armazenados a 20ºC ±1ºC e 90% UR (T3 a T7) e a condições ambientais não controladas (24ºC ±5ºC e 65% UR), nos tratamentos T1 e T2. Os frutos foram avaliados imediatamente após a saída dos distintos tratamentos (dia 0), no 7° e no 14° dia após a finalização dos tratamentos; sendo que os pontos de avaliação visam avaliar os frutos imediatamente após a aplicação dos tratamentos (dia 0), no ponto ótimo de consumo (dia 7) e ao final da vida de prateleira dos mesmos (dia 14). Avaliou-se: teor de sólidos solúveis totais (SST), em ºBrix; acidez titulável (AT), em %; pH; teor de ácido ascórbico, em mg ácido ascórbico 100g-1 de polpa e coloração da polpa [luminosidade (L*) a e b].
RESULTADOS:
No dia 0, o tratamento sem aplicação de etileno (T1), apresentou valores médios de SST significativamente inferiores que aos valores dos tratamentos com aplicação de etileno (T2 a T7). Na AT no 7º dia de avaliação, o tratamento sem etileno (T1) foi significativamente superior aos demais tratamentos (T2 a T7). Houve incremento nos valores de pH ao longo do armazenamento para todos os tratamentos, tendo os valores ficado entre 3,3 e 4,9. Verificou-se de maneira geral, para todos os tratamentos, decréscimo no teor de ácido ascórbico nos frutos armazenados; este decréscimo foi significativamente maior nos frutos dos tratamentos com etileno (T2 a T7) em comparação aos frutos do tratamento sem etileno (T1). A luminosidade (L*) da polpa dos frutos de todos os tratamentos diminuiu ao longo do armazenamento, sendo esta diminuição maior nos frutos tratados com etileno exógeno (T2 a T7). De maneira geral, houve acréscimos nos valores de a da polpa dos frutos de todos os tratamentos ao longo do armazenamento. Houve acréscimos dos valores de b da polpa até o 7º dia de avaliação para todos os tratamentos testados, sendo que, a partir deste dia e até o fim do experimento, estes valores mantiveram-se ou tiveram uma leve queda, com exeção do T7, que manteve uma leve tendência de acréscimo.
CONCLUSÃO:
A aplicação de etileno exógeno em manga ‘Tommy Atkins’ sob condições controladas ou não de temperatura e umidade do ar; de maneira geral incrementa os sólidos solúveis totais e pH; e reduz a acidez titulável, o teor de ácido ascórbico (vitamina C) e a luminosidade (L*) da polpa dos frutos.
Palavras-chave: Mangifera indica L., Qualidade de alimentos, Hormônio vegetal.