63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 1. Imunologia Aplicada |
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR E DOS NÍVEIS SÉRICOS DE INTERLEUCINA-6 EM IDOSOS FISICAMENTE ATIVOS |
Lígia Marquez Andrade 1 Laís Carneiro Naziasene Lima 1 Lady Dayane da Silva Climitino 1 Josiene Divina de Jesus 1 Lucilius Martins Souza 2 Eugênia Emília Walquíria Inês Molinari-Madlum 3 |
1. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás 2. Pontifícia Universidade Católica de Goiás 3. Profa. Dra./Orientadora - Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás |
INTRODUÇÃO: |
O envelhecimento da população está ocorrendo acompanhado de um aumento na prevalência de doenças crônicas degenerativas e co-morbidades, refletindo na diminuição da qualidade de vida e da autonomia da população idosa (Oliveira, 2006). Durante a senescência ocorre um decréscimo do sistema neuromuscular, com perda de massa muscular, redução da flexibilidade, da força, da resistência e da mobilidade articular, fatores que, por conseqüência, determinam limitações funcionais importantes (Fleck & Kraemer, 1999). As alterações no sistema muscular durante o envelhecimento é denominada sarcopenia. Atualmente, ela vem sendo relacionada ao processo de imunossenescência e, principalmente, ao aumento de mediadores inflamatórios (Cappola et al., 2003). Entre os mediadores inflamatórios circulantes, a interleucina-6 (IL-6) é considerada uma das mais importantes, sendo amplamente estudada por associação a distúrbios crônicos (Tonet e Nóbrega, 2008). Ela é considerada preditora de sarcopenia e alterações da capacidade funcional (Santos, 2007). Considerando as alterações da sarcopenia na imunosenescência, o objetivo deste trabalho foi investigar a relação entre o nível de atividade física e da força muscular de preensão com os níveis séricos da citocina pró-inflamatória IL-6 em idosos ativos. |
METODOLOGIA: |
A amostra foi constituída intencionalmente por idosos participantes do programa de extensão da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI) da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana e Animal do Hospital Geral de Goiânia. Para avaliação do nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física, IPAQ, validado no Brasil pelo Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul. A força muscular foi medida por meio de dinamometria manual dos músculos responsáveis pelo movimento de preensão, utilizando um dinamômetro hidráulico. Respeitou-se o protocolo recomendo pela American Association of Hand Therapists. A análise das concentrações da citocina IL-6 foi determinada por ensaio imunoenzimático de captura – ELISA (Human IL-6 Platinum - ELISA BMS213/2 / BMS213/2TEN - Bender MedSystems) nos soros obtidos dos participantes da pesquisa. As variáveis numéricas foram avaliadas nos diferentes grupos pelo teste de Kolgomorov-Smirnov. O teste-t de Student não pareado foi aplicado, o nível de significância adotado foi p< 0,05. O processamento dos dados e a análise estatística foram realizados através do GraphPad Prism Software 3.0. |
RESULTADOS: |
Participaram do estudo alunos regulares da UNATI, com faixa etária variando entre 60 e 79 anos. Os indivíduos pesquisados foram distribuídos em dois grupos de acordo com a FMP da mão direita (mão dominante de todos os participantes): Grupo 1 – MD(16,8 – 24,1 kg) e Grupo 1 – MD (25,1 - 33,1). Diferença estatisticamente significativa foi encontrada entre os subgrupos da FMP (p<0.001). Os resultados obtidos para o nível de atividade física mostram que os participantes do estudo são fisicamente ativos, onde a maioria dos entrevistados relatou ter se exercitado diariamente com pelo menos 10 minutos de caminhada na última semana. As concentrações detectáveis de IL-6 encontradas para os idosos do nosso estudo variaram entre 1,01 e 10,99 pg/ml. Maiores níveis séricos dessa citocina foram encontrados para o grupo de menor força muscular da mão. Esse resultado era esperado devido a estudos realizados anteriormente relacionando os níveis de IL-6 e a debilidade muscular, contudo esta relação estabelecida não se mostrou estatisticamente significativa. Com relação à frequência de atividade física, os níveis séricos de IL-6 não demonstraram influência, esse resultado pode ter ocorrido devido ao restrito tamanho da amostra, não permitindo uma melhor comparação entre os grupos. |
CONCLUSÃO: |
A relação entre os grupos de força muscular de preensão e os níveis de IL-6 foi inversamente proporcional. Ou seja, para o grupo com menor força foram encontrados maiores níveis de IL-6, menor concentração da mesma foi encontrada para o grupo que possui maior FMP. A diferença entre os níveis da citocina para os grupos com maior e menor FMP não foi estatisticamente significativa. No presente estudo não foram detectadas correlações diretas entre a frequência de atividade física e os níveis séricos de IL-6. Em conjunto os resultados por nós obtidos mostram que menor força muscular de preensão está relacionada a níveis mais elevados de IL-6. Estudos posteriores com maior amostragem são necessários e estão em andamento em nosso laboratório, para uma melhor avaliação da relação entre os níveis de IL-6 e a debilidade muscular em idosos. |
Palavras-chave: Força Muscular de Preensão, Interleucina-6 (IL-6), Imunosenescência. |