63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
PROJEÇÃO DO HOMEM NO ESPAÇO TERRESTRE: A INSTALAÇÃO DO COMPLEXO INDUSTRIAL DE SUAPE E A MAGNITUDE DESSA IMPLANTAÇÃO NA CONJUNTURA SÓCIO-AMBIENTAL LOCAL
Edla Dourado de Souza Oliveira 1
Heraldo Martins da Silva Neto 1
Beatriz Clócate de Albuquerque Almeida 1
Samuel da Silva Farias 1
Maura Fernanda Lacerda da Silva 2
Aldemir Dantas Barboza 3
1. Graduandos do Depto. De Ciências Geográficas – UFPE.
2. Graduanda de Bacharelado em Biologia com ênfase em Ciências Ambientais – UFPE
3. Profª. Drª./Orientadora – Depto. de Ciências Geográficas – UFPE
INTRODUÇÃO:
A abordagem da extensão territorial que será posta em discussão nesse trabalho, tem como propósito impingir noções amplas, postura crítica e ativa em relação à problemática (global) das ações humanísticas sobre o meio ambiente em prol do desenvolvimento, seja ele de ordem política, social e/ou, primordialmente, econômica. Serão feitas, de maneira peculiar, ressalvas quanto à atual região “alvo” de empreendedorismo, tanto na divisão nacional quanto internacional, em que se encontra Suape, distrito localizado na Região Metropolitana do Recife e pertencente ao município de Ipojuca-PE. Essas estabelecem um estudo sobre a dinâmica local, levando em conta o tempo e o espaço geográfico, tornando-se fundamental, a partir do momento que busca compreender que tipo de interferência ou correlação existe entre o progresso (por hora, inconsequente) e a “conscientização verde”. Estão implícitas e, imperiosamente, reunidas nessa produção, somatórias como: assolamento ambiental como efeito das ações antrópicas, articulações políticas como peso terminante para a realização ou não dos projetos idealizados, interesse social, utilidade pública, dentre outros indicadores do dinamismo comercial contemporâneo.
METODOLOGIA:
Efetuou-se a recolha de dados da área compreendida às margens da BR 101-Sul, na altura do Km 106, que é onde estão localizadas, de maneira estratégica, as instalações do Porto de Suape. Foi empregada a utilização de recursos de aprofundamento, tais como fotografias, reportagens, artigos, visita de campo e demais condicionantes que se tornariam essenciais para se pronunciar, de modo responsável, sobre esse seguimento. A análise num entremeio temporal de trinta anos até hoje também foi feita, visto que essa é a idade do primeiro Plano Diretor do projeto para sua infra-estrutura. Logo, tornou-se impreterível relacionar o tempo do desenrolar desse mega investimento, com a metamorfose que se dá na evolução paisagística local, por exemplo. Utilizou-se de representações gráficas, de coletas percentuais em relação aos “números” desse projeto, mapas representativos do mesmo, entremeio temporal e afins. A partir daí, estabelecida as bases informativas, originou-se o contorno interpretativo.
RESULTADOS:
Suape redefiniu a economia pernambucana. A consolidação referente ao progresso capital que o empreendimento proporcionou ao Estado é o mais notável efeito desta ação. Trata-se de um gerador de fortunas (a Refinaria Abreu e Lima é fruto de um investimento de 2,5 bilhões de dólares), de empregos (Entre 2007 e 2010, foram efetivados 12 mil empregos diretos) e inclusão social (são desenvolvidas atividades de capacitação profissional para a comunidade) e outras especificidades comuns a investimentos dessa grandeza. Contudo, deve-se conservar a consciência de que existem, sim, variáveis que implicarão, de maneira ressoante, quanto retorno aguardado; e tomar juízo de que o impacto causado vai, em algum momento, interferir na organização social. Vale pontuar que Suape é área de Mangue, Mata Atlântica e Restinga, e que foram permitidos, com a anuência do IBAMA, que se desmatassem, só de Mangue (berçário de inúmeras espécies nativas) 508 Hectares. (maior desmatamento desse ecossistema no Brasil.) Houve também um impacto direto nas comunidades pesqueiras, que dependem da vitalidade dos rios para sua subsistência e ainda o mais lancinante problema para os moradores nativos: desapropriação de seus sítios, por estarem nas áreas de aterro que, posteriormente, serão prédios industriais.
CONCLUSÃO:
Não se fez aqui debate superficial da relação homem-natureza, nem um discurso referente à postura “ecologicamente correta”, que é uso corrente em entraves políticos, comerciais de tevê, etc. Hoje, acompanha-se uma queda de braço entre o desenvolvimento e o território natural, e importante foi falar de Suape, pois é pra onde, agora, estão voltados os interesses estaduais, nacionais, mundiais. Foi uma oportunidade propícia para chamar atenção para a questão sócio-ambiental. Causar desajustes na zona da essência dos seres, seja de fauna ou flora, provocando extinções, tornar o local um “alvo” de migração populacional, deixando-o susceptível à expansão e, conseguintemente, ao aglomerado urbano – que cresce de modo inversamente proporcional ao seu planejamento – ocasiona desordem e implica entraves socioambientais para a maioria. Revisar valores sociais faz-se urgente, tanto no âmbito individual quanto na escala coletiva. Perceber que, sob o argumento do progresso, não vale tudo. A construção do complexo não cessa, respaldada por leis federais... Vê-se de perto avanço tecnológico, empregatício, quantitativo. Notam-se, ao longe, os riscos e danos a qual essa ânsia desgovernada do capital nos expõe.
Palavras-chave: Progresso, Impacto, Capital.