63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 2. Manejo Florestal
Volumetria de casca e base do fuste em floresta manejada no estado de Roraima
Jailane Brandão Corrêa 1
Ulisses Silva da Cunha 2
1. Estudante de Engenharia Florestal/ Iniciação Científica (PIBIC) - UFAM
2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Ciências Florestais - UFAM
INTRODUÇÃO:
As florestas nativas constituem um recurso potencialmente rico em produtos madeireiros e até como fonte de energia a partir de produtos com fins não madeireiros, no entanto, exige-se cada vez mais a aplicação de melhores técnicas de manejo que contemplem um maior aproveitamento desses recursos. Dentre as variáveis existentes, o volume constitui uma das informações de maior relevância para o conhecimento do real potencial disponível em um povoamento florestal, porém devido à diversidade de espécies, estudos de tais estimativas, além de escassos, requerem um tratamento especializado. A determinação do volume de casca é importante principalmente nos casos em que esta tem valor comercial. Para a obtenção do volume da base do fuste (toco), ainda não há na literatura informações suficientes que comprovem sua aplicação e importância tornando-a alvo de mercado. Desse modo, a determinação e o conhecimento do volume de casca e toco são importantes quando estes despertam interesse comercial, cuja avaliação quantitativa de estoques florestais, direciona essas matérias-primas para diferentes usos tornando-as rentáveis e agregando valores visando um produto final. Portanto, o objetivo principal da pesquisa foi quantificar o volume de toco e de casca, compreendendo cinco espécies de importância comercial e de maior volume, distribuídos por classes de dap, cuja classe mínima corresponde a 50 cm.
METODOLOGIA:
A coleta de dados consistiu na cubagem rigorosa de 169 indivíduos os quais foram agrupados em 6 (seis) classes diamétricas com 10 cm de amplitude, com diâmetro a altura do peito DAP ≥ 50 cm logo após a atividade de corte. Antes de calcular o volume da base do fuste e da casca, determinou-se o volume comercial, para aprimorar os dados, pois se acredita que este dado tem relação direta com o volume de toco, utilizando-se o modelo de Smalian para se obter o volume do fuste, sendo a fórmula igual ao somatório das áreas transversais inicial e final da seção dividido por dois vezes o comprimento da tora. Devido à irregularidade em relação ao formato do fuste das árvores, a estimativa para determinar o volume na base do fuste (toco), considerou-se a fórmula do cilindro, sendo: volume igual á área transversal inicial vezes a altura do toco. Para a determinação do volume de casca, aplicou-se na presente pesquisa a metodologia de Meyer, formulada em 1946 partindo do princípio que a variável diâmetro à altura do peito (DAP), com e sem casca apresentam relação linear e que a linha de regressão normalmente passa por quase todos os pontos e pela origem ou muito próximo dela, cuja fórmula compreende em: volume de casca em percentagem é igual á um menos a constante K (resultante da divisão do diâmetro sem casca dividido pelo diâmetro com casca) ao quadrado vezes cem.
RESULTADOS:
Das vinte espécies que fizeram parte desse estudo apenas cinco foram selecionadas e enquadradas no critério de maior volume e cinco para importância comercial. Observou-se que para a determinação do volume na base do fuste em metros cúbicos, a espécie Angelim-ferro foi a que apresentou maior volume, com 0.6920m3 sendo Maçaranduba a espécie que apresentou menor volume de toco com 0.1627m3. Em relação ao volume de casca em porcentagem, a espécie Maçaranduba embora tenha apresentado baixo volume em sua base, em relação ao percentual de casca apresentou 14,48% e em seguida a espécie Estopeiro com 9.38% comparado com a espécie Cupiúba com 6,24% e Angelim-ferro com apenas 3.60% de casca respectivamente. Em virtude da diferença de diâmetro que variou de espécie para espécie, de indivíduo á indivíduo, tem-se como parâmetro as diferentes classes diamétricas que influenciou em uma crescente porém não elevada variação entre as espécies neste estudo.
CONCLUSÃO:
Portanto, com base nos resultados da presente pesquisa, foi possível verificar que em relação ao volume da base do fuste não houve alta variação entre indivíduos de mesma espécie e entre as espécies embora, apenas Cupiúba e Maçaranduba obtiveram baixíssimos volumes de toco. Além disso, pôde-se constatar que o fator de casca K para a determinação do percentual de casca, não é constante ao longo do fuste, o que implica afirmar que o método de Meyer subestimou o volume real, confirmando assim, estudos previamente realizados com espécies exóticas em floresta plantada. Logo, o volume de casca baseado nas estimativas dessa pesquisa, pode representar até 15% do volume real com casca da árvore, dependendo da espécie e do local onde ela se encontra.
Palavras-chave: Volume, Resíduos lenhosos, Manejo florestal.