63ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 4. Educação Artística
INTEGRANDO LINGUAGENS: SCHOENBERG E KANDINSKY NUMA ABORDAGEM SONORO-VISUAL
Vinícius Stein 1
Daiane Solange Stoeberl da Cunha 2
1. Universidade Estadual do Centro-Oeste - Unicentro
2. Profª Ms./Orientadora - Depto de Arte-Educação - Unicentro
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho apresenta um encaminhamento de proposta para o ensino de artes visuais e música, através de uma abordagem integrativa e interdisciplinar. Ao propor um ensino de arte que integre linguagens, levamos em consideração que as linguagens artísticas são, muitas vezes, estudadas e abordadas de maneira isolada tornando a compreensão do universo da arte difusa. Essa fragmentação reflete na postura dos educandos enquanto apreciadores da arte. Desenvolvemos essa discussão a partir da analogia das poéticas de artistas e as proposições entre o sonoro e o visual.
METODOLOGIA:
Pesquisa de natureza básica, com cunho qualitativo, análise reflexiva e propositiva sobre a relação sonoro-visual em Kandinsky e Schoenberg, e os possíveis caminhos da arte interdisciplinar no século XXI.
RESULTADOS:
Propor a interdisciplinaridade como recurso para a conexão entre linguagens artísticas significa transitar entre linguagens sem perder suas bases disciplinares, comparando e contrastando seus elementos. Optamos pela investigação do processo artístico tendo como eixo norteador as considerações teóricas e natureza poética de Wassily Kandinsky (1866-1944) e Arnold Schoenberg (1874 -1951).
Kandinsky alargava o princípio de apreciação a todas as formas de percepção sensorial, no sentido de uma síntese das artes. Schoenberg, além da combinação de acordes sonoros, tinha uma grande preocupação com a cor, de modo que, em suas partituras são comuns as indicações de cenários e luz para execução das peças.
Pelos seus trabalhos, ambos são considerados os grandes responsáveis pelas “revoluções” atonalista e abstracionista. Schoenberg buscava quebrar as fórmulas harmônico-melódicas do tonalismo, e Kandinsky fazia o mesmo com a representação imagética.
A revolução iniciada por esses artistas transformou os pilares da apreciação artística clássica que confere associações imediatas entre linguagem artística e modalidade perceptiva, ou seja, música associada à audição, pintura à visão e assim por diante.
CONCLUSÃO:
Desenvolver o ensino de arte na escola na perspectiva integral é uma necessidade gerada pela própria produção artística contemporânea, como as performances, instalações, que exigem do expectador uma imersão sensorial. A escola deve ensinar o conteúdo vivo, cabendo a disciplina de Arte tratar das produções artísticas híbridas como conteúdo curricular.
Apresentar aos educandos propostas de ensino que abordem a arte de maneira fragmentada reflete na sua postura enquanto público/espectador/participante de proposições artísticas, usufruindo destas de maneira defensiva e distante, deixando assim escapar a possibilidade de se instalarem perceptivamente de forma global e indivisível.
Nessa perspectiva, compreendemos que as poéticas de Kandinsky e Schoenberg contemplam a idéia de reorientar as atividades de artes dentro de uma abordagem que evite a fragmentação das linguagens e, por conseqüência, dos sentidos.
Palavras-chave: Música, Artes-Visuais, Interdisciplinaridade.