63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física |
MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE FRAGILIDADE AMBIENTAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DOCE – GO |
Isabel Rodrigues da Rocha 1 João Batista Pereira Cabral 2 |
1. Depto. De Geografia, UFG, Campus Jataí 2. Prof. Dr./Orientador - Depto. De Geografia, UFG, Campus Jataí |
INTRODUÇÃO: |
A presente pesquisa aborda um estudo de fragilidade ambiental na bacia do rio Doce - GO, pois os mapas de fragilidade e/ou vulnerabilidade ambiental são ferramentas que fornecem importantes subsídios para a gestão territorial e a elaboração do Zoneamento Ecológico - Econômico (ZEE). A necessidade de se executar um mapeamento de fragilidade ambiental referente à bacia hidrográfica do Rio Doce requereu visão aprofundada dos princípios de conservação, desenvolvimento sustentável e produção de energia elétrica pela PCH (Pequenas Centrais Hidroelétricas) Irara, podendo assim, minimizar os possíveis processos de assoreamento e eutrofização do lago da usina. Os mapas apresentados compreendem estudos de declividade, solo, erosividade e uso da terra, que a partir dos cruzamentos, proporcionaram o mapa de Fragilidade Potencial, natural do ambiente, e o mapa de Fragilidade Emergente de acordo com a proposta de Ross (1994). |
METODOLOGIA: |
A bacia do rio Doce esta localizada nos municípios de Jataí, Rio Verde, Caiapônia e Aparecida do Rio Doce no Estado de Goiás, entre as latitudes de 8095415 e 7954415 Sul e longitudes de 410000 e 505000 Oeste. Para execução da pesquisa foram necessárias bases de imagens e cartas topográficas da área de estudo obtidas nos sites do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do SIEG (Sistema Estadual de Estatísticas Informações Geografias de Goiás) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados cartográficos, tipos de solos, altimetria e pluviosidade média, serviram de base para confecção de mapas de solos, declividade e erosividade, que resultaram no mapa de Fragilidade Potencial, natural do ambiente. O mapa de uso da terra, foi obtido a partir da interpretação da imagem Landsat 5 – sensor TM, órbita 223/cenas 72e 73, banda 3, 4 e 5, com passagem 24/04/2008, fornecendo subsídios para geração do mapa de Fragilidade Emergente. Para confecção dos mapas de fragilidade foi utilizando o Software Spring 5.0.2 (Sistema de Processamento de Informações Georeferênciadas) que é um SIG, utilizando-se o modulo LEGAL de linguagem Álgebra do SPRING, para se obter o cruzamento de mapas bases resultando nos mapas de Fragilidade Potencial e Emergente. |
RESULTADOS: |
Para realizar o estudo de fragilidade ambiental da bacia do Rio Doce, foi fundamental o conhecimento dos solos, do clima e do uso da terra. Deste modo, a avaliação de uso da terra ocorreu pela ferramenta “segmentação” do Softwere Spring 5.0.2. O resultado se destacou assim, a vegetação natural recobre 13.5%, cedendo lugar para agricultura, que ocupa 54% da área, sendo essa uma atividade muito exercida ao longo da bacia. Além da vegetação e da agricultura, a pastagem recobre 30,5% e os outros 2% são ocupados por água e outras culturas como a silvicultura. O modelo de Fragilidade Potencial considera a principio, além da declividade, as classes de solos e de erosividade também como fatores característicos da fragilidade natural do ambiente. A classe de maior representatividade na bacia foi à de baixa fragilidade cobrindo aproximadamente 82% da área, onde tem maior concentração da agricultura e pastagem. A Fragilidade Emergente chegou há uma classificação de quatro níveis, mas na avaliação da Fragilidade Emergente as classes mais representativas foram a média ocupa 65% da área, e a classe baixa recobre 34%. Portanto, mudanças no uso da terra poderão alterar esse estado de equilíbrio, desencadeando a aceleração dos processos erosivos. |
CONCLUSÃO: |
O método aplicado mostrou-se eficiente, representando a realidade expressa por meio de um modelo espacial computadorizado, podendo ser adequados para aplicação em outras áreas de estudo. Tal método sofreu adaptações, ajustes e acréscimos no desenvolvimento desse trabalho. As unidades mapeadas na carta de Fragilidade Potencial retrataram as potencialidades físicas naturais da paisagem, predominando na bacia do rio Doce a classe de baixa Fragilidade Potencial. Já na Fragilidade Emergente a bacia pode ser classificada entre muito baixa e alta, demonstrando os desequilíbrios que se processam na bacia, assim, pode-se afirmar a importância de uma ocupação ordenada nessas áreas, uma vez que mudanças no cenário atual, como o barramento da água pela construção da usina, poderá acarretar danos incalculáveis a esse ambiente na transformação do ambiente lótico para lêntico. |
Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Fragilidade Ambiental, Uso da terra. |