63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Análise do comportamento mineral ósseo de mulheres osteopênicas praticantes de hidroterapia
Ligia Ferreira dos Santos 1
Amara Cristina da Silva Soares 1
Cecília Magnabosco Melo 2
Klayton Galante Sousa 3
Welton Dias Barbosa Vilar 4
1. Fisioterapêuta pela Faculdade Anhanguera de Anápolis
2. Profa. Esp./ Docente e coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera Anápolis
3. Prof. Ms./Docente e supervisor de estágio do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anhanguera de Anápolis
4. Prof. Msc./Orientador - Faculdade Anhanguera de Anápolis
INTRODUÇÃO:
Devido o aumento na expectativa de vida da população, os indivíduos de maior idade, sobretudo as mulheres, vêm tornando-se vulneráveis às doenças que afetam a densidade mineral óssea (DMO) e predispondo ao quadros clínicos de fraturas. Diante disso, a prática de exercícios físicos tem sido um importante fator na manutenção ou melhora do metabolismo ósseo. A hidroterapia, a partir de seus diversos efeitos, vem sendo indicada e utilizada por em programas de reabilitação para pacientes nas mais diversas áreas, dentre essas, merece destaque os grupos de gerontes que vem apresentando boa adesão ao tratamento. Nesse sentido, as técnicas e tratamentos aquáticos desde seu ressurgimento na década passada vêm se desenvolvendo no meio científico e permitindo uma ampla abordagem e atuação com os pacientes idosos. O objetivo deste estudo foi verificar a influência dos exercícios hidrocinesioterapêuticos no perfil da densidade mineral óssea de mulheres com osteopenia.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo realizado no setor de Hidroterapia, da Faculdade Anhanguera de Anápolis, no período de setembro a novembro de 2010. A amostra foi composta por 20 mulheres, com idade média de 62 (± 5,67) anos, com presença de osteopenias e freqüentastes de uma Associação de Viúvas, no município. Estas, após o convite verbal dos autores e aceitação em participar do estudo, assinaram os termo de consentimento, conforme os critérios da Resolução 196/09 do CNS. Em seguida foram selecionadas para o estudo e randomizadas em dois grupos (experimental, n=10 e controle, n=10), as mesmas apresentaram idade variando entre 57 a 76 anos, estatura de 1,56 a 1,70 m e peso variando de 60 a 70 Kg. As voluntárias do grupo experimental realizaram programa de exercícios hidrocinesioterapêuticos específicos para membros inferiores com freqüência de 3 vezes semanais durante 3 meses, no período da manhã. Enquanto o grupo controle permaneceu no sedentarismo pelo mesmo período. Os dois grupos foram submetidos ao exame de densitometria óssea (DXA) antes e outro ao término do programa. Para análise dos resultados foram utilizados procedimentos de estatística descritiva (freqüências simples e percentuais).
RESULTADOS:
Observou-se que o exame DXA apresentou melhoras da DMO do fêmur em 90% das mulheres do grupo experimental, com um ganho médio de 3%, enquanto, que 80% das mulheres do grupo controle tiveram uma perda média de 2,1% na DMO do mesmo segmento. A análise dos dados permitiu constatar uma melhora significante (p<0,05) na DMO do sítio do fêmur nas mulheres osteopênicas do grupo experimental, justificado devido os exercícios terem sido para membros inferiores, onde, se originam ou inserem grande parte da musculatura envolvida nos exercícios. Os resultados encontrados neste estudo condizem com os de Silva e López (2002) que encontraram aumento da DMO do fêmur entre mulheres pós-menopausal praticantes de hidroginástica. Por outro lado, contraria Bravo et al. (1997) e Tsukarara et al. (1993) que em seus estudos não encontraram aumentos significantes na DMO do fêmur. Os resultados diferem ainda dos encontrados por Silva e López (2002), que após um programa de um ano de hidroginástica demonstraram uma média de 5,66% de melhora da DMO no sítio da coluna lombar em relação ao quadro inicial. Porém fortalece nossa posição de que exercícios hidrocinesioterapêuticos melhoram a densidade mineral óssea através da descarga de peso corporal e contração dos músculos envolvidos nos exercícios.
CONCLUSÃO:
A prática da hidrocinesioterapia com exercícios para membros inferiores mostrou-se eficaz para a maturação e o aumento da massa óssea no fêmur de mulheres com osteopenias. Entretanto, há necessidades de um número maior de estudos na área de conhecimento da fisioterapia que analisem os efeitos dos exercícios aquáticos sobre a maturação óssea dos membros inferiores de pessoas idosas, em especial, as mulheres que já apresentam algum tipo de perdas osteometabólicas e que, sobretudo, encontram-se predisponentes aos quadros clínicos de maior complicação, como a osteoporose.
Palavras-chave: Hidrocinesioterapia, Osteopenia, Densidade mineral óssea.