63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
LEVANTAMENTO DO USO PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS E UTILIZAÇÃO DAS EMBALAGENS VAZIAS NO MUNICÍPIO DE ALTO ALEGRE - RR.
Nádia Souza dos Santos 1
Auriane da Conceição Dutra da Silva 2
Jeysse Kelly Carvalho de Andrade 2
Guilherme Eduardo Evangelista Cavalcante 3
Girlane Nascimento de Amorim 4
Antonio Cesar Silva Lima 5
1. Mestranda em Agronomia - UFRR
2. Bolsista PET-AGRO - UFRR
3. Graduando em Agronomia - UFRR
4. Graduanda em Agronomia - UERR
5. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Fitotecnia - UFRR
INTRODUÇÃO:
O município de Alto Alegre concentra-se na porção centro-sul do Estado de Roraima, seu potencial agrícola, segundo as condições do próprio solo, possibilita o cultivo de inúmeros produtos tendo condições de se tornar o maior produtor de gêneros agrícolas. Existindo uma política agrícola de incentivos, o município, em curto espaço de tempo, poderá alcançar uma produção recorde em várias culturas como tomate, repolho, alface e outras hortaliças. O uso indevido de agrotóxicos, em épocas erradas e não seletivos, além de super ou sub dosagens, seleciona resistência nas pragas e doenças, o que gera a necessidade de doses cada vez maiores, além do desenvolvimento de novos produtos (o que também demanda muito tempo e dinheiro), cada vez mais agressivos e causam um efeito muito negativo sobre os inimigos naturais e o meio ambiente. Objetivou-se realizar esse trabalho pela necessidade de um levantamento do uso de produtos fitossanitários e a destinação das embalagens vazias no município de Alto Alegre.
METODOLOGIA:
Conduziu-se o trabalho com uma amostra de quatorze produtores de hortaliças da sede do município de Alto Alegre, escolhidos aleatoriamente. A coleta de dados constou de entrevista aplicada aos produtores através de questionários com questões abertas relacionadas com os aspectos de importância na aquisição dos produtos, leitura da bula, uso de equipamento de proteção individual (EPI), registro dos agrotóxicos mais utilizados, e como é realizada a destinação das embalagens vazias. O trabalho de campo foi realizado no mês de fevereiro de 2009. A duração das entrevistas variava de acordo com os produtores, podendo durar de meia hora até três horas. Durante as visitas às propriedades, o critério de escolha dos informantes foi aleatório não importando o sexo, mas um representante, produtor ou produtora, que se dispusesse a responder o questionário, no momento da entrevista. Após as entrevistas, a compilação das informações sugeriu dados sobre os principais produtos usados e a destinação das embalagens vazias.
RESULTADOS:
Dos produtores 85,8% afirmaram usarem agrotóxicos e 14,2% disseram não. Perguntamos como obtêm informações para o uso correto do produto, apenas um produtor, afirma seguir a recomendação de técnicos. Quanto à leitura da bula, 71,4% leem a bula, enquanto 28,6% disseram ignorá-la, aplicando a quantidade de produtos que considera suficiente sem nenhum conhecimento técnico. Quando indagados se sabem o significado dos desenhos contidos na bula do produto, 50% dos entrevistados responderam que sim e 50% disseram que não. Quanto ao uso do EPI 78,5% dos entrevistados responderam que nunca ouviram falar, 21,5% já ouviram falar sobre o assunto, destes 9,3% sabem os componentes do EPI, os produtores não possuem nenhum tipo de precaução quanto à intoxicação causada pelos mesmos. Quanto aos produtos químicos utilizados o Gliphosato (50%) destaca-se como o mais frequente, seguida do Decis 35,71%, Dithane, Confidor e Karate 28,57%, Tamaron, Vertimec e Agrenose 14,28%, Tordon, Manzate, Hectare e Denge 7,14%. Em relação às embalagens vazias de agrotóxicos, somente um produtor (7,1%), afirmaram devolver as embalagens vazias, 43% queima e 29% enterra-os, o que nos leva a considerar uma possível contaminação causada por resíduos de agrotóxicos.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados obtidos, verifica-se uma situação de grande risco para aplicadores e para o meio ambiente, pois não existe orientação, muito menos capacitação técnica para os produtores. O desconhecimento sobre a realidade do uso de agrotóxicos é comum em outras regiões do Estado de Roraima. Sugere-se, a partir dos dados obtidos, a implantação de um programa integrado de avaliação e controle de agrotóxicos na região, tornando mais ágeis e objetivas as estratégias de intervenção que, conduzam a produção de alimentos sem utilização de tais produtos.
Palavras-chave: Agrotoxicos, Contaminação ambiental, Roraima.