63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 1. Biologia Molecular
OBSTÁCULOS AO INÍCIO DOS SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR EM ARAGUAÍNA-TO E MARABÁ-PA
Taides Tavares dos Santos 1
Lucas Corrêa Mendes 1
Maurilio Antonio Varavallo 2
1. Discente de Farmácia Generalista / Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC)
2. Prof. Dr./ Orientador - Universidade Federal do Tocantins (UFT)
INTRODUÇÃO:
A biologia molecular trouxe grandes avanços à compreensão dos genes, da replicação do DNA e do crescimento e desenvolvimento de células. Provas baseadas nos princípios dessa ciência foram introduzidas com grande êxito nos laboratórios clínicos nos últimos anos, o que muito contribuiu para o aperfeiçoamento do diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias. Esse trabalho objetivou avaliar e comparar as dificuldades para implantação de serviços de diagnóstico molecular de doenças infecciosas e parasitárias em laboratórios de análises clínicas.
METODOLOGIA:
Os dados foram coletados no ano de 2010, através de entrevistas com responsáveis técnicos por laboratórios de análises clínicas de duas cidades da região norte do Brasil, Araguaína (Estado do Tocantins) e Marabá (Estado do Pará), importantes tanto economicamente como pela densidade demográfica que apresentam, levando-se em consideração a população de seus Estados. Nas entrevistas, esclareciam-se primeiramente os objetivos do trabalho e a finalidade da coleta de dados ao responsável técnico do laboratório, para que este, a depender de sua disponibilidade e interesse, participasse, ou não, da pesquisa. Para a entrevista, um questionário padrão foi idealizado, composto por questões de múltipla escolha e discursivas, envolvendo aspectos relativos à disponibilidade de serviços de diagnóstico molecular e à implantação dos mesmos em laboratórios de análises clínicas.
RESULTADOS:
Nenhum dos laboratórios de Araguaína ou de Marabá realiza exames para diagnósticos moleculares; porém, a partir do que foi expresso pelos entrevistados, notou-se que tais municípios são referência em análises clínicas para suas regiões. Esse último aspecto é extremamente positivo, pois se existe grande demanda de uma categoria de exames em determinada região, evidencia-se a possibilidade de incentivar, por meio de diferentes estratégias, a procura por outra categoria de exames necessária e ainda indisponível, nesse caso os moleculares. Todos os laboratórios visitados nas duas cidades indispõem de profissional com habilitação para realizar diagnóstico molecular; mas, quando questionados sobre a interferência desse aspecto em um hipotético interesse de implantar esse tipo de diagnóstico, evidenciou-se contraste de opiniões entre os entrevistados, já que em Araguaína, todos apontaram esse aspecto como uma dificuldade, o que ocorreu com apenas metade dos entrevistados em Marabá. Quando questionados quanto à possível lucratividade de realizar esse tipo de exame, mesmo considerando os custos para implantação, a maioria dos entrevistados de Araguaína respondeu que seria um método lucrativo; já a maioria dos entrevistados de Marabá respondeu que não seria.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que os profissionais atuantes em análises clínicas entrevistados nesse trabalho conhecem, mesmo que superficialmente, o diagnóstico molecular e, que existem visões divergentes quanto à lucratividade, à disponibilidade de pacientes/clientes para realização desse tipo de exame, entre outros fatores. Por isso, propõem-se a priorização de estratégias que levem ao aprimoramento das ferramentas moleculares no diagnóstico molecular de doenças infecciosas e parasitárias e, concomitantemente, propiciem a implantação das mesmas na rotina laboratorial nessas regiões.
Palavras-chave: análises clínicas, diagnóstico molecular, implantação.