63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem |
O TRATAMENTO HEMODIALÍTICO NA VIVÊNCIA DO PACIENTE COM DOENÇA RENAL CRÔNICA |
Elen Diana Lopes Moraes 1 Adriana Alves de Sousa 1 Aline Isabella Saraiva Costa 1 Gislayne Galvão Mendes 1 Rayane da Costa Santos 1 Paulo Roberto Silva Ribeiro 2 |
1. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA 2. Prof. Dr./Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA |
INTRODUÇÃO: |
A doença renal consiste na perda da capacidade dos rins de filtrar adequadamente o sangue e regular o equilíbrio de sal e água do corpo. Ela pode ser dividida em Doença Renal Aguda (DRA) e em Doença Renal Crônica (DRC). Na DRC ocorre a perda progressiva e irreversível dos néfrons, diminuindo a capacidade de filtração dos rins, sendo que a hemodiálise é a terapia mais empregada para o tratamento dos pacientes portadores dessa doença. Esta terapia é um processo mecânico que consiste em filtrar e depurar o sangue retirando dele as substâncias que trazem prejuízo ao organismo. Esse procedimento dura em torno de 2 a 4 horas e necessita ser realizado numa freqüência de 2 a 4 vezes por semana. Dessa forma, ela provoca uma sucessão de situações que comprometem os aspectos físicos e psicológicos do paciente, com repercussões pessoais, familiares e sociais. Diante deste contexto, este trabalho objetivou compreender melhor a visão do paciente renal crônico sobre o tratamento hemodialítico, verificando as possibilidades e os limites de uma ação educativa que permita a conscientização dos pacientes quanto à sua situação e a importância do tratamento, tendo em vista uma intervenção profissional adequada considerando os conhecimentos, as percepções, as dúvidas e as necessidades dos pacientes. |
METODOLOGIA: |
Neste trabalho foi realizado um estudo descritivo-exploratório, de caráter qualitativo e quantitativo com 118 pacientes em tratamento hemodialítico atendidos na Clínica de Doenças Renais (CDR) localizada no Município de Imperatriz – MA. Este trabalho foi realizado no período de novembro de 2009 a abril de 2010. Para tanto, os pacientes, sem déficit cognitivo, foram entrevistados posteriormente à assinatura do termo de consentimento informado para participar do estudo, onde os entrevistadores esclareciam sobre a pesquisa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista prontamente estruturado, onde foram investigadas as seguintes variáveis: idade, sexo, grau de escolaridade, crença religiosa, ocupação profissional e aspectos inerentes ao tratamento hemodialítico. Quanto ao procedimento, os pacientes foram abordados durante as sessões de hemodiálise para a realização da entrevista com cada paciente. Os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados estatisticamente para a caracterização de cada variável investigada, utilizando o software Excel® (Microsoft Office, versão 2007). |
RESULTADOS: |
A partir da análise dos dados observou-se que a maioria dos pacientes é do sexo masculino (70,3%); acima de 50 anos (55,1%), católicos (59,4%), possuidores do ensino fundamental incompleto (44,0%) e aposentados (23,7%). Quando indagados sobre o tratamento hemodialítico, a maioria dos pacientes (79,0%) relatou não saber a finalidade do mesmo e 76,0% deles têm pouco interesse neste assunto ou preferem não saber. Observou-se também que a maioria dos pacientes tem dificuldades para aderir adequadamente à dieta (69,0%) e à restrição hídrica (63,0%). Além disso, 77,0% destes apresentam-se pessimistas com relação às suas perspectivas para a vida futura. Ressalta-se que a falta de conhecimento adequado sobre este tratamento leva à não-adesão ao mesmo e contribui para a redução da qualidade de vida dos pacientes com DRC. Tal fato é agravado pela maior prevalência de pessoas com baixo grau de escolaridade. |
CONCLUSÃO: |
Dessa forma, torna-se necessária a realização de atividades educativas, visando orientar o paciente com DRC através da aplicação de um processo de ensino-aprendizagem que permita o desenvolvimento de uma consciência crítica desses pacientes, proporcionando uma educação libertadora, dentro da realidade dos participantes e não uma prática de orientação prescritiva e autoritária. Neste contexto, o profissional de enfermagem, através da assistência, deve planejar intervenções educativas junto aos pacientes, numa tentativa de ajudá-los a reaprender a viver, proporcionando uma melhoria da sua qualidade de vida. Assim, este estudo oferece subsídios para implementação de novas estratégias para melhoria na qualidade de vida e que esforços devem ser realizados no sentido de melhorar a aderência do paciente ao tratamento hemodialítico. |
Palavras-chave: Diálise Renal, Insuficiência Renal, Qualidade de Vida. |