63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia
DESCRIÇÃO HISTOLÓGICA DA ESPERMATOGÊNESE NO ANURO Rhinella schneideri (ANURA: BUFONIDAE)
Gabriela Baroni Leite 1
Juliane Silberschmidt Freitas 2
Lilian Franco-Belussi 2
Lia Raquel de Souza Santos 3
Classius de Oliveira 4
1. Graduação em Ciências Biológicas IBILCE – UNESP/SJRP
2. Programa de Pós Graduação em Biologia Animal IBILCE – UNESP/SJRP
3. Instituto Federal Goiano, IFG - Campus Rio Verde
4. Prof. Dr./Orientador Depto. de Biologia – IBILCE – UNESP/SJRP
INTRODUÇÃO:
Em anuros os testículos são estruturas pares, arredondados, compactos e de coloração geralmente amarelada. Devido à transparência da túnica albugínea (cápsula de tecido conjuntivo que reveste externamente os testículos), pode-se observar que os testículos são constituídos por unidades aproximadamente esféricas que alojam as células da linhagem germinativa, sendo denominados lóculos seminíferos. No epitélio seminífero, as células germinativas se agrupam com células de sustentação, ou células de Sertoli, e assim constituem cistos espermatogenéticos ou espermatocistos. Cada cisto agrupa células no mesmo estágio de diferenciação celular, estabelecendo uma sincronia de desenvolvimento, uma característica comum dos anfíbios. No Brasil, os trabalhos sobre aspectos reprodutivos dos anuros descrevem principalmente o comportamento reprodutivo justificando, portanto, a relevância de estudos sobre o aparelho reprodutor desses animais. Dessa forma, o trabalho tem como objetivo realizar a descrição anatômico-morfológica do aparelho reprodutor de machos de Rhinella schneideri, visando esclarecer aspectos reprodutivos da espécie.
METODOLOGIA:
Vinte machos adultos de Rhinella schneideri, coletados em várzeas, lagoas temporárias e permanentes na região de São José do Rio Preto, SP-Brasil, foram eutanasiados com saturação de benzocaína para retirada dos testículos. Foi realizada a fotodocumentação em microscópio estereoscópico (Leica MZ16) e programa de captura de imagens (Image Manager-IM50) para as descrições da arquitetura morfológica geral dos testículos e dos demais órgãos. Os fragmentos das gônadas foram fixados e posteriormente destinados a rotina histológica convencional para a microscopia de luz. Cortes (2µm) foram montados em lâminas e corados com hematoxilina/eosina. As imagens foram capturadas com câmara (Leica DFC280) acoplada ao sistema de captura (Image Manager-IM50) e analisadas em programa Image Pró-plus versão 4.5.
RESULTADOS:
As células de linhagem germinativa estão organizadas em cistos no interior dos elementos seminíferos e em diferentes estágios de diferenciação, conferindo a esses animais uma espermatogênese cística. Todos os estágios de desenvolvimento foram encontrados na constituição do epitélio (desde gônias até espermatozóides maduros). As espermatogônias são células grandes, apresentam cromatina granular e estão normalmente localizadas na periferia do órgão, podendo constituir ninhos formados por diversas gônias. Na sequência do desenvolvimento temos os espermatócitos I, células arredondadas e grandes com cromatina afrouxada. Os espermatócitos II são menores e com população celular maior que as de suas antecessoras, resultado da divisão celular. Após divisão meiótica, essas células originam as espermátides, que são células redondas e apresentam o núcleo um pouco compactado e podem ser diferenciadas dos espermatócitos devido ao seu aspecto um pouco alongado. As espermátides se alongam e seus núcleos sofrem alongamento concomitantemente a uma progressiva compactação nuclear, aproximando-se da morfologia de um espermatozóide. Nesse estágio de desenvolvimento, as células deixam de constituir cistos e passam a organizar-se em feixes, os quais posteriormente serão liberados no lúmen locular.
CONCLUSÃO:
O trabalho constatou que o aparelho reprodutor de machos de Rhinella schneideri assemelha-se, em seus aspectos anatômicos e morfológicos, aos demais representantes do grupo Anura. As análises também permitiram afirmar que a espermatogênese na espécie, do tipo cística, é semelhante ao padrão geral dos anfíbios e que a presença de todos os estágios de desenvolvimento encontrados no interior de seus lóculos seminíferos dão à espécie uma espermatogênese com caráter contínuo.
Palavras-chave: Anura, Espermatogênese, Rhinella schneideri.