63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem |
A CONFIGURAÇÃO POLÍTICO-PEDAGÓGICA DO LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA |
João Paulo de Oliveira 1 Otília Maria Alves da Nóbrega Alberto Dantas 2 |
1. Depto.de Geografia - CERES/UFRN 2. Profa. Dra. Orientadora - Depto.de Educação - CERES/ UFRN |
INTRODUÇÃO: |
O estudo do livro didático, em especial, de Geografia ao longo do tempo tem se constituído num mediador do processo de ensino e de aprendizagem. Compreender a prática do ensino de Geografia sob a ótica do livro didático a partir da configuração político-pedagógica deste objeto, em seu contexto histórico brasileiro e analisar o uso do livro didático de Geografia como um mediador da formação do pensamento crítico dos alunos a partir da aprendizagem significativa conforme destaca Auzubel (COLL, 2004) foi o nosso intuito. Para tanto, a mediação do ensino de Geografia será tratada sob o viés de seus principais conceitos considerando as proposições dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia (PCN’s, 2000). A pesquisa levou-nos discorrer sobre a importância deste recurso como mediador de ensino e da aprendizagem de Geografia explicitando os aspectos históricos e políticos que nortearam a sua constituição. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza bibliográfica, visando aprofundar e ampliar o conhecimento sobre a temática. Dentre os referenciais que nos deram suporte destacamos: Santos (1994), PCN’s de Geografia (BRASIL. 2000), Vesentini (1989), Zabala (1998), Freitag (1999), Franco (1992) Pontuschka e outros (2009). O trabalho partiu de questionamentos que envolvem a subjetividade do desenvolvimento dos sujeitos que fazem e refazem o processo de ensino e de aprendizagem. As reflexões teóricas nos levaram a conhecer e compreender que o livro didático transporta ideologias políticas que se misturam com a própria história da política do Brasil. Em seguida realizamos uma entrevista semi-estruturada com uma professora de geografia para compreender, através de seu discurso, como o professor se apropria e desenvolve suas aulas de Geografia por meio do livro didático. |
RESULTADOS: |
A Geografia como ciência social possui em seu arcabouço um conjunto de categorias que expressam sua identidade e ao discuti-las no processo de ensino e aprendizagem percebemos as suas particularidades. Os referenciais teóricos deram-nos o entendimento de significativos conceitos pertinente a pesquisa que ora realizamos dentre eles: Freitag et al (1999), que aborda a questão do livro didático em si; Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia (BRASIL, 2000) traz as orientações teórico-metodológicas desta ciência; Auzubel (COLL, 2004) norteou-nos pela analise da aprendizagem significativa; Pontuschka (2009) nos possibilitou a reflexão sobre o livro didático e os demais autores, deram também, contribuições relevantes para esta produção. Desta maneira, a configuração político-pedagógica do livro didático de Geografia trouxe à tona a discussão de como acontece o uso deste suporte didático nos processos de ensino e de aprendizagem da Geografia. Não se pode negar que as relações contraditórias estabelecidas entre a política do livro didático e a sociedade têm instigado investigações variadas. Não se pode negar a importância do livro didático como um valioso instrumento de comunicação, de produção e transmissão de conhecimento (ideologias), integrante da "tradição escolar" brasileira. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados da pesquisa evidenciaram que o livro didático ainda é, senão, um importante suporte didático na operacionalização do processo de ensino. Do exposto, vale destacar que o processo de ensino e de aprendizagem de Geografia deve proporcionar ao educando compreender a importância de apreender Geografia para a utilização deste conhecimento no cotidiano. Constata-se que o livro didático é uma rica fonte de informações, mas não a única fonte a serviço do aluno e do professor. A emergência de novas estratégias para o ensino e aprendizagem obriga o professor, por força das necessidades, a adequar-se ao avanço científico e tecnológico como quer Santos (1994). Uma alternativa, portanto, é aliar as novas tecnologias ao livro didático em função dos processos de ensino e de aprendizagem. Levados a analisar de forma critica como está acontecendo o ensino de Geografia por meio do livro didático, chegamos a concluir que a aplicabilidade dos recursos didáticos para a operacionalização das aulas de Geografia é essencial na contribuição do entendimento e complexidade do pensamento geográfico atual, embora com algumas ressalvas visto que o livro didático não deve ser instrumento de massificação do conhecimento. |
Palavras-chave: Livro didático, Ensino de Geografia, Aprendizagem. |