63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem |
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs): HOMENS E SUA PREVENÇÃO. |
Laura Fernanda Pereira Silva 1 Josilene Dália Alves Martins 1 Denise Silva Nogueira 1 Karine Soletti 1 |
1. Depto.de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT. |
INTRODUÇÃO: |
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são freqüentes em todo o mundo e representam um grave problema de saúde pública, sendo a resistência dos homens de usar preservativos o principal obstáculo à prevenção dessas doenças. São doenças muitas vezes silenciosas, pois, algumas delas apresentam poucos sintomas e por vezes são assintomáticas. Muitos indivíduos ao apresentarem os sintomas se auto medicam ou buscam assistência direta em farmácias o que pode resultar em tratamentos inadequados, ocasionando o aumento da resistência antimicrobiana e podendo levar a quadros subclínicos que os mantêm transmissores. A implantação de atividades de prevenção das DST/AIDS na rede de Atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) é um componente prioritário da política brasileira de controle desses agravos, haja vista, que ações de educação em saúde voltadas para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis são de suma importância para reduzir a cadeia de transmissão desses agravos. Assim objetivou-se apurar o uso de preservativos e verificar a ocorrência de doenças sexualmente transmissíveis em homens acima de 20 anos no município de Barra do Garças- MT. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo transversal, descritivo exploratório. O local selecionado para o estudo foi o município de Barra do Garças MT, com população estimada de 56.423 habitantes, cidade-polo da região médio Araguaia. O universo de estudo por conveniência foi homens do município de Barra do Garças no ano de 2010, que consentirem participar livremente da pesquisa. Nos critérios de inclusão, inseriram-se indivíduos do sexo masculino acima de 20 anos domiciliados e trabalhadores do município de Barra do Garças. A pesquisa possuiu caráter sigiloso e não judicioso, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Foi realizada a partir de um questionário estruturado de elaboração própria, formulado para investigar perfil sócio-demográfico bem como informações sobre o uso de preservativo e histórico de doenças sexualmente transmissíveis entre os entrevistados. Com coleta em foco nos locais em que há grande concentração de homens, como empresas, restaurantes e instituições de ensino. Os dados foram tabulados em um banco do Microsoft Office Excel 2007® e posteriormente transferidos para tabela de entrada de dados do Software Statistica 7.0 da Statsoft ®. Serão calculadas as médias, desvio-padrão e Intervalo de Confiança (IC |
RESULTADOS: |
Constituíram a pesquisa 82 homens casados e solteiros com idade entre 20 e 60 anos de idade moradores e trabalhadores do município de Barra do Garças. 68,89% dos solteiros declararam sempre usar preservativos em suas relações sexuais, 24,45% apenas às vezes e 6,67% admitiram nunca usar. Em relação aos homens casados 32,44% afirmaram sempre usar preservativos, 29,73% somente às vezes e 37,84% afirmaram nunca usar preservativos. Os solteiros tendem a usar mais preservativos nas relações sexuais, possivelmente devido ao maior número de parceira/o sexual, a não utilização do mesmo o torna mais vulnerável à doenças bem como uma gravidez indesejável. Ao analisar a ocorrência de DSTs verificou-se que 13,41% já tiveram alguma DST, 2,43% não sabem informar e os demais (84,16%) afirmaram jamais terem tido DST, sendo que as doenças mais frequentes foram gonorréia, condiloma acuminado/HPV, hepatite B e herpes, respectivamente. Apesar de apresentar-se em menor proporção é preocupante o número de homens que já possuíram alguma DST, pois, remete a não utilização do preservativo. Grande parte dos homens (63,63%) relatou ter iniciado o tratamento com o médico, 18,18% trataram a doença com enfermeiros, e ainda 18,18% com farmacêuticos. |
CONCLUSÃO: |
Apesar de difundida a necessidade do uso de preservativos com distribuição gratuita, pode-se observar que ainda há homens que mantém resistência ao uso de preservativo em todas as suas relações sexuais. A maioria dos homens que teve alguma DST tratou-a com médicos, poucos trataram com enfermeiros e ainda houve uma parcela que tratou com farmacêuticos. Tais resultados não condizem com o esperado pelo Ministério da Saúde que considera a prevenção e tratamento das DST/AIDS como um componente prioritário na rede de atenção básica do Sistema Único de Saúde. Revelando fragilidade na atenção primária no que tange a captação dos homens para as Estratégias de Saúde da Família (ESF). |
Palavras-chave: Homem, Preservativos, DST. |