63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 3. Pastagem e Forragicultura
SILAGEM DE CEREAIS DE INVERNO SUBMETIDOS AO MANEJO DE DUPLO PROPÓSITO
Tiago Horst 1
Clair Jorje Olivo 2
Carla Lieda Cezimbra Parra 3
Cláudia Marques de Bem 4
Mauricio Pase Quatrin 5
Vinicuis Felipe Bratz 6
1. Autor/ Acadêmico de Zootecnia - Depto de Zootecnia - UFSM
2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Zootecnia - UFSM
3. Mestranda - Depto de Zootecnia - UFSM
4. Acadêmico de Zootecnia - UFSM
5. Acadêmico de Agronomia - UFSM
6. Acadêmico de Zootecnia - UFSM
INTRODUÇÃO:
No sul do Brasil ocorre uma estacionalidade na produção de forragem da maioria das espécies forrageiras, o que caracteriza um vazio forrageiro no outono e início do inverno, quando as espécies de verão já completaram seu ciclo e as de inverno ainda não estão prontas para a utilização (SCHEFFER-BASSO et al., 2004).
Neste sentido, a utilização de forragens conservadas na alimentação de vacas leiteiras é uma prática bastante usual nos períodos de carência de forragem.
Dentre as formas de conservação da forragem destaca-se a ensilagem, que consiste no corte da planta forrageira em momento ideal e posterior armazenamento da massa verde picada em silos (NOVAES et al., 2004).
Com a expansão dos sistemas de produção baseados na integração lavoura-pecuária, a utilização de cereais de inverno de duplo propósito (forragem e grãos) surge como uma alternativa para produção de silagem considerando-se que no final do ciclo dessas culturas, normalmente há um excedente de massa de forragem.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o rendimento de silagem de cereais de inverno, submetidos ao manejo de duplo propósito, na Depressão Central de Rio Grande do Sul.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi conduzida no Laboratório de Bovinocultura de Leite da UFSM, em 2008.
Foram testados quatro genótipos de aveia de duplo propósito de utilização: aveia-preta (Agro Zebu, UPFA 21 - Moreninha e Comum); e aveia-branca (UPF 18).
A área experimental foi dividida em 12 parcelas experimentais. A semeadura foi feita em linhas e a adubação foi a mesma para todas as parcelas.
Foram realizados três cortes com o objetivo de simular o pastejo.
O rendimento de forragem foi estimado através da amostragem por parcela, cortadas rente ao solo. As amostras foram secas em estufa de ar forçado a 55ºC para a determinação dos teores de matéria seca.
A confecção das silagens foi realizada com a planta em estádio fisiológico de grão pastoso, sendo triturada em moinho forrageiro. O material foi compactado e fechado em silos experimentais de PVC.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 4 tratamentos (genótipos) e três repetições (parcelas).
RESULTADOS:
Analisando-se os teores de matéria seca das silagens, foram verificados resultados distintos entre os genótipos, que variaram de 24 a 36% de MS. Os valores mais elevados foram observados para a aveia branca UPF 18, que apresentou teores de matéria seca superiores a 35%.
Embora tenha sido observada grande variabilidade entre os teores de matéria seca das silagens, o teor de matéria seca dos grãos foi similar entre os genótipos testados, sendo em média de 54%. Este resultado indica que não houve diferença entre o estádio fenológico de desenvolvimento das culturas no momento da ensilagem.
Os maiores rendimentos de matéria seca foram obtidos com a aveia branca UPF 18, com valores próximos à 12ton/ha de MS. Os menores rendimentos, inferiores a 7t/ha de MS foram obtidos com a aveia preta Comum. Os rendimentos intermediários foram da aveia Agro Zebu.
CONCLUSÃO:
Todos os genótipos testados apresentam condições para serem ensilados.
A aveia preta comum é o genótipo mais precoce para produção de silagem (entre a emergência e o estádio de grão pastoso). Os mais tardios são a aveia branca UPF 18 e a preta UPFA 21 – Moreninha.
A aveia UPF 18 apresentou o maior rendimento de massa seca na ensilagem.
Palavras-chave: cereais de inverno, forrageiras, silagem.