63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
A FILOSOFIA ASSISTENCIAL DA MATERNIDADE DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NA AVALIAÇÃO DAS MULHERES USUÁRIAS
Camilla Furtado 1
Marisa Monticelli 2
Odalea Maria Brüggemann 3
1. Acadêmica - Depto. de Ciência da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
2. Prof. Dra./ Orientadora – Depto. de Ciência da Saúde – UFSC
3. Prof. Dra. – Depto. de Ciência da Saúde – UFSC
INTRODUÇÃO:
Qualquer política ou filosofia de atenção à saúde somente ocorre efetivamente quando seus princípios, pressupostos e conceitos são materializados, ou seja, quando se colocam em evidência as ações dos diversos atores sociais que atuam nos serviços e programas de saúde, em consonância com tais princípios, pressupostos e conceitos. Embora isto, aparentemente, pareça fácil, na verdade não é, pois pressupõe aderência dos trabalhadores de saúde frente à filosofia assistencial proposta, confiança nos valores que as ensejam e apoio dos mesmos para que os programas e projetos sejam colocados em prática, em benefício dos usuários. Sob este ponto de vista, este trabalho tem como objetivo avaliar a implementação da filosofia de uma maternidade-escola, sob a ótica das mulheres assistidas durante a admissão obstétrica, o trabalho de parto, o parto propriamente dito e o puerpério, bem como a satisfação com o atendimento recebido.
METODOLOGIA:
Trata-se de estudo transversal exploratório. Os dados foram coletados entre outubro de 2008 e dezembro de 2009, com amostra intencional de 310 mulheres internadas no alojamento conjunto. Aplicou-se um formulário por meio de entrevistas. Realizou-se análise estatística descritiva dos dados. A satisfação das mulheres foi quantificada através da escala tipo Likert.
RESULTADOS:
Na admissão, a maioria referiu que os profissionais se apresentaram (89,0%), estavam capacitados para atender (95,2%), interessados (95,8%), ofereceram apoio emocional (84,2%) e deram informações relevantes (87,7%). Mencionaram que não foram submetidas a enema (99,0%) ou tricotomia (79,7%), e permaneceram com acompanhante (95,2%). No centro obstétrico, os profissionais respeitaram a privacidade (95,5%), ofereceram apoio (93,2%), deram informações (93,9%), estimularam a deambular (84,5%), aplicaram métodos não farmacológicos para alívio da dor (69%), ofereceram algum alimento (49,7%), permitiram que escolhessem posição para parir (61,75%), apoiaram o acompanhante antes (91,9%) e após o parto (89,0%), e o contato com o bebê (91,3%). No alojamento referiram que a equipe as acolheu (92,5%), tirou dúvidas (98,7%), orientou sobre puericultura (97,1%), apoiou o aleitamento (98,4%) e estimulou o apego (99,6%). Consideraram o tempo de internação suficiente para o aprendizado (97,4%) e para sanar dúvidas (94,2%). Na alta, referiram confiança em si (94,8%). A operacionalização dos princípios filosóficos foi avaliada positivamente pelas mulheres, através do atendimento recebido na admissão, no trabalho de parto, no parto e no puerpério, o que resultou em elevado grau de satisfação.
CONCLUSÃO:
Observa-se que as práticas implementadas pelos profissionais na admissão obstétrica, no trabalho de parto, no parto propriamente dito e no puerpério estão em consonância com os princípios filosóficos que norteiam a assistência da maternidade, assegurando sua aplicabilidade e operacionalização. A existência e a concretização de uma filosofia assistencial contribuem para a satisfação das usuárias desde a internação até a alta, fato que pode ter influenciado positivamente na avaliação das puérperas sobre o atendimento recebido em todos os setores.
Palavras-chave: Parto humanizado, Serviço de saúde materna, Avaliação de serviços de saúde.