63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia
O USO DA PEROXIDASE NO TRATAMENTO DE EFLUENTES FENÓLICOS
Jorge Luis Inglese Romero 1
Roberto Rodrigues Ribeiro 2
1. UPM - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
2. Prof. Dr. - UPM - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
INTRODUÇÃO:
Indústrias que fabricam tintas, resinas e borrachas, contaminam seus efluentes com fenóis e seus derivados, contaminando assim o meio ambiente. Os métodos de tratamento existentes possuem um alto valor comercial e muitas vezes não são obtidos resultados satisfatórios. Uma alternativa para esse problema seria a utilização de enzimas para a descontaminação destes efluentes. Com base nessa idéia a pesquisa foi realizada para testar a eficiência da peroxidase, enzima encontrada em várias espécies do reino vegetal, como por exemplo, na folha da árvore Copaíba (Copaifera langsdorffii), árvore essa distribuída por praticamente todo o território nacional. Isso mostra a importância de utilizarmos métodos alternativos no controle de resíduos para preservarmos o meio ambiente em sua totalidade.
METODOLOGIA:
O comportamento de catecol (1,2-di-hidróxi-benzeno) na presença das folhas de copaíba com e sem uso de peróxido de hidrogênio foi monitorada em função do tempo. O procedimento para a determinação de compostos fenólicos baseia-se na ligação oxidativa com 4-aminoantipirina em meio alcalino. O método de análise utilizado baseia-se na espectrofotometria UV-visível. Os ensaios foram projetados para três situações: controle (ausência da enzima e do peróxido), teste 1 (enzima sem peróxido) e teste 2 (enzima com peróxido).
RESULTADOS:
A partir dos ensaios realizados observou-se que para o grupo controle, ou seja, sem a presença da enzima e do peróxido de hidrogênio, não foram observadas alterações de sua concentração. No entanto, com a presença da enzima sem o auxilio do peróxido, foi possível remover 22,5 % do composto fenólico. Com a adição do peróxido na presença da peroxidase contida nas folhas de copaíba a quantidade retirada foi de 60,8 %. A enzima age como uma oxidase, através da oxidação do derivado fenólico para uma o-quinona. Esta por sua vez sofre espontânea polimerização não enzimática, o que causa o escurecimento das folhas de copaíba. A presença de peróxido de hidrogênio no meio também é fundamental para o aumento da quantidade removida de composto fenólico, pois ele tem a função de disponibilizar mais oxigênio para o processo.
CONCLUSÃO:
A partir dos resultados obtidos pudemos constatar a ação da peroxidase, encontrada na folha da copaíba, na remoção de poluentes fenólicos enquanto em extrato bruto. O uso de peróxido de hidrogênio nos ensaios de remoção potencializa o efeito da enzima, retirando uma quantidade bem maior do composto fenólico do efluente.
Palavras-chave: copaíba, peroxidase, tratamento de água.