63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 10. Comunicação - 8. Comunicação |
AS CARACTERÍSTICAS DO JORNALISMO UNIVERSITÁRIO |
Lucas Rossi 1 André Cioli T. Santoro 2 |
1. UPM - Centro de Comunicação e Letras (IC) 2. Prof. Mestre - UPM - Centro de Comunicação e Letras (Orientador) |
INTRODUÇÃO: |
O estudo surge diante da necessidade de entender como o jornalismo organizacional interage com seus diferentes públicos e com a complexidade da estrutura Universidade. Jornalismo organizacional é a produção de conteúdo informacional que atende o público interno ou externo de uma instituição. Esse tipo de produção é o instrumento de promoção da imagem da instituição junto a esses públicos. Público externo é composto por aqueles que estão ao redor da instituição. Já o público interno é aquele cuja relação está atrelada diretamente com o grupo que compõe a instituição. O objetivo desse tipo de comunicação é fazer com que todos se sintam pertencentes ao grupo. No ambiente universitário o público que essa comunicação perde essa configuração. Pois alunos são tanto público interno como externo.Uma publicação de cunho informativo, quando dentro de uma instituição, serve para unir os diferentes setores. É no campo informativo que os diversos públicos encontram-se. Por isso a importância desse tipo de publicação para instituição. Sem contar que viabiliza a conexão entre instituição e indivíduos que a compõe. O objetivo da pesquisa é entender como essa publicação é composta, suas configurações, formatos e como ela interage com seu público. |
METODOLOGIA: |
Para entender o jornalismo organizacional dentro das universitária, o estudo analisou as características de três publicações universitárias: o Jornal da USP, a Folha Universitária (UNIBAN) e o PUC em Notícias. A escolha contemplou o cenário universitário brasileiro: universidade pública, privada e confessional, respectivamente. O Jornal da USP e a Folha Universitária são semanais e o PUC em Notícias é quinzenal. Para equilibrar os resultados, foram analisados dez exemplares corridos de cada uma (o recorte reflete a produção de forma integral). Nessa análise, foram calculadas quantas notícias tinham relação com a instituição. Isso ofereceu uma noção do quanto o conteúdo tem relação com a universidade, o que prova se a publicação tem perfil de comunicação interna ou perfil de publicação meramente informativo. A análise qualitativa da produção de conteúdo teve duas frentes. A primeira um formulário com vinte e duas perguntas que questionavam as estruturas institucionais, os recursos financeiros, estrutura da redação, a audiência e a história da publicação. A segunda, foi a leitura integral das mesmas publicações analisadas quantitavamente. Tal análise possibilitou entender como as redações abordam os temas que publicam. |
RESULTADOS: |
Os questionários evidenciaram que todas as redações têm uma conexão com os setores de comunicação da instituição, o que demonstra que os jornais têm caráter de comunicação interna. Há influência das instituições na elaboração das pautas e esse comando é legítimo, uma vez que as publicações são parte da estratégia comunicacional das instituições. Todas as instituições acreditam que a comunicação interna é essencial para o sucesso da imagem e investem nisso: os jornais contam com recursos financeiros da própria instituição, não há renda publicitária. Os ambientes que produzem as publicações internas das instituições são profissionalizados e pensam a publicação como ferramenta estratégica para a gestão da imagem institucional. A análise dos dez exemplares corridos de cada publicação traz os seguintes dados: a PUC é a instituição com maior grau de conteúdo relacionado à si mesma em seu o jornal: 96,56%. A publicação da USP tem o maior espaço dedicado ao conteúdo de divulgação acadêmica. O conteúdo é formado por 92,48% de assuntos relacionados à instituição e 7,52% de assuntos diversos. A Folha Universitária, da UNIBAN, entre as três publicações estudadas publicações estudadas é a que tem, em seu cesto de conteúdo, a maior porcentagem de conteúdo diverso, 49,61%. |
CONCLUSÃO: |
A universidade, como instituição social, produz conhecimento para melhorar a qualidade da sociedade, logo, ter cada membro como porta-voz de suas ações é repassar para a comunidade externa à instituição essa substância capaz de transformar as relações sociais. O público interno é um elo que a universidade tem com seu ambiente externo, uma vez que é ele quem divulga o que é produzido internamente. E é dever das universidades repassarem o conteúdo que produzem, uma vez que entre suas funções primordiais está extensão, que é a aplicação na sociedade do conhecimento produzido na universidade. As publicações estudadas mostram claramente como cada tipo de universidade trata seus membros: as privadas preparam seus membros para o mercado de trabalho; as confessionais e públicas investem na produção do saber com mais ênfase. Outro ponto que vem à luz é de que o jornalismo produzido pelas comunicações internas tem o papel de unificar o discurso da organização e de comunicar a seus membros as ações que nelas acontecem. Fica claro que as organizações investem e acreditam na publicação interna como meio de comunicação. Porém, às vezes, o conteúdo não reflete os ambientes internos paralelos, como os assuntos relacionados aos diretórios acadêmicos, que são retratados pelas publicações do mesmo. |
Palavras-chave: comunicação interna, publicação organizacional, jornais universitários. |