63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia |
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DO VENENO DE CASCAVEL Caudisona durissa |
Wesley Mariano da Silva 1 Rosália Santos Amorim Jesuino 2 Marta Regina Magalhães 3 José Rodrigues do Carmo Filho 4 Fabrícia Paula de Faria 5 Lorena Cardoso Cintra 6 |
1. Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular - UFG 2. Profa. Dra./ Orientadora - Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular - UFG 3. Profa. Msc. -Laboratório de Toxinologia - PUC 4. Laboratório de Toxinologia - PUC 5. Profa. Dra. -Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular - UFG 6. Msc. -Depto. de Bioquímica e Biologia Molecular - UFG |
INTRODUÇÃO: |
Os venenos ofídicos, de maneira geral, têm demonstrado um largo espectro de atividades biológicas, o qual tem sido demonstrado através de seus perfis bioquímicos, toxicológicos, fisiológicos e farmacológicos. Estudos de ação antimicrobiana com venenos de serpentes vêm sendo realizados em todo o mundo, objetivando a descoberta de novos fármacos contra vários tipos de microrganismos, como antifúngicos, antibacterianos e antivirais. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana in vitro do veneno bruto de Caudisona durissa contra os fungos Candida albicans e Cryptococcus neoformans e analisar as atividades biológicas presentes no veneno crotálico. |
METODOLOGIA: |
Para a avaliação da atividade antimicrobiana, foram realizados ensaios de disco de difusão e de microdiluição em placa para determinação da concentração inibitória mínima. Foi utilizado o método de azul de metileno para avaliação da viabilidade das células fúngicas na presença do veneno. Para analisar o perfil eletroforético do veneno, o mesmo foi submetido à eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS – PAGE) e as proteínas foram dosadas de acordo com Bradford (1976). A determinação da atividade proteolítica do veneno bruto foi executada utilizando a caseína como substrato seguindo o método descrito por Lomonte e Gutierrez (1983). Para verificar a atividade hemolítica, o veneno bruto foi incubado com eritrócitos humanos e a atividade foi determinada por espectrofotometria. A atividade de fosfolipase do veneno bruto foi realizada de acordo com o método descrito por Price et al. (1981) com algumas modificações. A atividade antioxidante do veneno foi analisada por método espectrofotométrico descrito por Brand-Williams et al. (1995). A atividade coagulante foi determinada através dos testes do tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial ativado, onde o plasma tratado com citrato de sódio foi incubado com o veneno bruto. |
RESULTADOS: |
O veneno testado não apresentou atividade antifúngica, o que não possibilitou a determinação da concentração inibitória mínima, como a célula fúngica apresenta uma parede rígida, esta estrutura protetora pode ter dificultado a ação do veneno. A viabilidade das células fúngicas em contato com o veneno não foi significativamente afetada reforçando os resultados obtidos sobre a avaliação da atividade antifúngica do veneno bruto. O veneno apresentou alta dosagem protéica já que proteínas constituem mais de 90% da composição do veneno. O perfil eletroforético do veneno evidenciou proteínas na faixa de massa molecular de aproximadamente 14,4 até 97 kDa, sendo resultado semelhante encontrado por SOTO (2001) com o veneno de C. durissa. O veneno de C. durissa apresentou baixa atividade proteolítica quando comparada com os resultados obtidos pelo grupo sobre atividade proteolítica do veneno de serpentes do gênero Bothropoides e com dados da literatura. O veneno apresentou atividade hemolítica sobre eritrócitos humano, não apresentou atividade antioxidante. O veneno de C. durissa apresentou atividade de fosfolipase e diminuiu o tempo de coagulação do plasma. |
CONCLUSÃO: |
O veneno bruto da serpente C. durissa não possui atividade antifúngica sobre os microrganismos C. albicans e C. neoformans, mas demonstrou um largo espectro de atividades biológicas tais como atividade proteolítica, hemolítica, fosfolipase e diminuiu o tempo de coagulação do plasma. Embora os resultados de atividade antimicrobiana com veneno bruto não demonstraram atividade antimicrobiana, estudos com as frações purificadas deste veneno serão realizados, pois é possível que alguns supostos constituintes do veneno bruto com atividade antimicrobiana comprovada possam estar sob efeito inibitório de outros compostos presentes no veneno. |
Palavras-chave: Atividade antimicrobiana, Veneno de serpente, Fungos. |