63ª Reunião Anual da SBPC |
B. Engenharias - 1. Engenharia - 4. Engenharia de Materiais e Metalúrgica |
OBTENÇÃO DE HIDROGÉIS DE PVP/ALGINATO DE SÓDIO CONTENDO NANOPARTÍCULAS DE PSEUDOBOEMITA PARA APLICAÇÃO EM FÁRMACOS |
Ingrid Martins Rubin 1 Leila Figueiredo de Miranda 2 |
1. UPM - Escola de Engenharia (IC) 2. Profª. Drª. - UPM - Escola de Engenharia (Orientadora) |
INTRODUÇÃO: |
As membranas hidrofílicas a base de PVP são conhecidas por suas boas propriedades mecânicas, inércia química, alta hidrofilicidadee propriedades biomédicas (MIRANDA, 1999).Os hidrogéis de PVP apresentam flexibilidade, boa aderência à pele e grande quantidade de água em sua formulação e podem ser utilizados como membranas em áreas com superfície irregular. A presença de água em contato com a pele confere uma sensação de frescor, o que leva ao alívio da dor e promovem a liberação de princípios ativos exercendo efeito terapêutico(PEPPAS, 1996), por esse motivo esse polímero foi escolhido para constituir a base das membranas hidrofílicas aqui estudadas. Porém, foi observado que a manipulação desta membrana é dificultada devido a sua baixa resistência mecânica, pois o sistema polimérico sendo composto exclusivamente por polímeros hidrófilos tende a ser fragilizado, à medida que a membrana absorve água. O objetivo do trabalho foi aumentar a resistência mecânica das membranas à base de PVP, produzidas por radiação ionizante, por meio da adição de alginato de sódio e de nanopartículas de pseudoboemitas, além de criar um processo de liberação controlada do fármaco através das pseudoboemitas que têm a propriedade de liberar o fármaco de forma mais lenta e eficaz. |
METODOLOGIA: |
A síntese da pseudoboemita foi feita a partir de solução de nitrato de alumínio , solução de álcool polivinílico e solução de hodróxido de amônio (MACEDO,1999). Agita-se a solução de nitrato de alumínio até que o nitrato de alumínio esteja diluido na água.Agita-se a solução de álcool polivinílico até que o álcool polivinílico esteja completamente diluído na água. Mistura-se as duas soluções anteriores e goteja-se a mistura em solução de hidróxido de amônio que deverá permanecer no banho a -9ºC. Depois de gotejar a mistura as peseudoboemitas foram filtradas e lavadas até atingir pH neutro e a seguir foram lavadas com acetona. As amostras das membras foram preparadas adicionando-se solução de PVP e PEG à solução de ágar aquecido a 100ºC, as amostras então foram vertidas nos moldes de modo a se obter membranas com 4mm de espessura. Após terem sido embaladas as amostras foram enviadas para o IPEN e submetidas a irradiação com feixe de elétrons, proveniente de acelerador de elétrons DYNAMITRON, com energia da ordem de 1,5 MeV e taxa de dose de 11,3 kGy/s. As membranas foram caracterizadas por ensaios de tração feitos no dinamômetro da INSTRON, modelo 5567 disponível no laboratório da UPM, ensaios de swelling feitos de acordo com a norma ASTM 570 e ensaios de aspecto visual. |
RESULTADOS: |
O ensaio de aspecto visual foi feito por meio de fotografias das membranasm, pudemos observar que as membranas a base de PVP e a base de PVP/alginato de sódio apresentam transparência enquanto que as membranas que contêm nanopartículas de pseudoboemita são translúcidas. Observa-se também que as membranas contendo somente alginato de sódio apresentam menos bolhas quando comparadas com as demais composições. Os ensaios de tração foram realizados 7, 30, 60 e 120 dias após a irradiação das membranas. A resistência à tração das membranas a base de PVP aumenta ao longo do tempo estudado e o alongamento decresce. A resistência à tração das membranas a base de PVP/0,5% de alginato de sódio diminui ao longo do tempo estudado e o alongamento decresce. A resistência à tração e o alongamento das membranas a base de PVP/3% de pseudoboemita não apresenta alterações significativas ao longo do tempo estudado. A resistência à tração das membranas a base de PVP/0,5% de alginato de sódio/3% de pseudoboemita aumenta ao longo do tempo estudado e o alongamento decresce. Os testes de swelling foram realizados para 7, 30, 60 e 120 dias após a irradiação. Todas as membranas estudadas apresentam um aumento na absorção de água quanto maior o tempo após a irradiação. |
CONCLUSÃO: |
É possível obter membranas a base de PVP/alginato de sódio, PVP/pseudoboemita e PVP/alginato de sódio/pseudoboemita. As membranas a base de PVP/alginato de sódio são transparentes e apresentam menor formação de bolhas do que as demais membranas obtidas. As membranas a base de PVP/alginato de sódio são as que apresentam maior resistência à tração e maior alongamento na ruptura. Provavelmente a presença de alginato de sódio aumenta o grau de reticulação das membranas estudadas e dissipe melhor os gases formados durante a reticulação. As membranas a base de PVP/3% de pseudoboemita apresentam resistência à tração menor do que as demais membranas obtidas. Provavelmente a pseudoboemita aja como uma descontinuidade na matriz de PVP. As membranas a base de PVP/0,5% de alginato de sódio/3% de pseudoboemita apresentam valores de resistência à tração intermediários entre aos obtidos pelas membranas a base de PVP/0,5% de alginato de sódio e as membranas a base de PVP/3% de pseudoboemita. Todas as membranas apresentam um aumento na absorção de água quanto maior o tempo após a irradiação, devido à perda de água ao longo do tempo. As membranas a base de PVP/0,5% de alginato de sódio apresentam valores de absorção intermediários entre as membranas a base de PVP a base de PVP/3% de pseudoboemita. |
Palavras-chave: membranas hidrofílicas, alginato de sódio, pseudoboemitas. |