63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 3. Enzimologia |
Efeito do pH na atividade proteolítica de Trichoderma spp. na presença de parede celular de Sclerotinia sclerotiorum. |
Amanda Rafaela Rodrigues 1 João Paulo Cabral de Brito 1 Vanessa Oliveira Leitão 2 Fabyano Alvares Cardoso Lopes 1 Cirano José Ulhoa 3 |
1. Instituto de Ciências Biológicas - UFG 2. Universidade de Brasília - UnB 3. Dr./ Orientador - Instituto de Ciências Biológicas - UFG |
INTRODUÇÃO: |
O Trichoderma spp. é um dos principais agentes de controle biológico (ACBs) para fungos fitopatogênicos, detendo quase 50% do mercado. A utilização de Trichoderma spp. tem sido satisfatória, conseguindo cumprir seu papel como ACB de vários fitopatógenos em diversas culturas agrícolas além de promover a resistências de certas plantas, monocotiledôneas ou dicotiledôneas, a esses fitopatógenos. O controle do crescimento dos fitopatógenos, utilizando o Trichoderma spp. pode ocorrer por vários mecanismos: competição por nutrientes, produção de antibióticos voláteis e não voláteis e produção de enzimas capazes de hidrolisar a parede celular do hospedeiro. O último mecanismo também é conhecido como micoparasitismo e é o mais estudado e importante mecanismo de controle biológico se tratando de Trichoderma spp.. Fungos do gênero Trichoderma são bons produtores de enzimas hidrolíticas e são bastantes estudados através dos sistemas quitinolíticos e glucanolíticos das famílias das proteases. A composição da parede celular de plantas patogênicas são importantes características para indução da produção destas enzimas. |
METODOLOGIA: |
Foram utilizados vinte e quatro isolados de Trichoderma spp. e Sclerotinia sclerotiorum para a produção de enzimas hidrolíticas. Discos de 3 mm de diâmetro originados das placas dos isolados de Trichoderma spp., foram colocados em erlenmeyer de 250 mL contendo de meio TLE e parede celular de S. sclerotiorum liofilizada e macerada como fonte de carbono e nitrogênio. Os frascos foram incubados em agitador rotatório e após 48 horas de incubação, o sobrenadante de cultura foi coletado, através de uma filtração à vácuo. A atividades de proteases foram determinadas usando azocaseína como substrato a 0,25% em tampão fosfato/citrato 50mM, pH 5,0 e pH 7,0 e tampão Tris-HCl 50mM, pH 8,5 para proteases ácidas, neutras e básicas respectivamente. Uma unidade de enzimática (U) foi definida como a quantidade necessária para aumentar 1 abs. Somente ensaios enzimáticos com o desvio padrão menor que 20% foram aceitos. A concentração de proteínas foi determinada pela metodologia de Bradford utilizando albumina sérica bovina (BSA-Sigma) como padrão. |
RESULTADOS: |
A atividade dos três tipos de proteases (ácida, neutra, básica) apresentaram perfis similares (p < 0,001) e algumas linhagens obtiveram destaque na secreção desses três grupos proteolíticos, como T. asperellum 364/01, T. harzianum 475/02, T. tomentosum 476/01, T. tomentosum 476/02, T. harzinaum ALL-42 e T. asperellum 483/02. Algumas linhagens se revelaram como excelentes candidatos no processo de controle biológico de S. sclerotiorum em solo ácido como o do Cerrado. Os isolados T. asperellum 364/01, T. harzianum 475/02, T. tomentosum 476/01 e T. tomentosum 476/02 apresentaram atividades específicas de proteases ácidas maiores do que 4,0 U.mg-1 e essas enzimas são de extrema importância para o processo de micoparasitismo em solos mais ácidos, visto que a parede celular fúngica também é composta por proteínas. |
CONCLUSÃO: |
Todos os isolados destacados possuem um grande potencial para serem utilizados como BCAs no combate do fungo fitopatógeno S. sclerotiorum em solos ácidos, neutros ou básicos, porém ainda são necessários maiores estudos para a sua possível utilização no campo. |
Palavras-chave: Trichoderma spp, Micoparasitismo, Proteases. |