63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia |
FLUORETOS TOTAIS EM PLANTAS DE MARUPAZEIRO EXPOSTAS EM ÁREAS SUJEITAS À EMISSÃO ANTROPOGÊNICAS DE POLUENTES ATMOSFÉRICOS |
Suzana Martins da Silva 1 Mayra Taniely Ribeiro Abade 1 Paulo Henrique Soares Silva 1 José Leandro Silva de Araújo 1 Wilker Cruz de Castro 2 Heráclito Eugenio Oliveira da Conceição 3 |
1. Graduando / Orientada - Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará 2. Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará 3. Prof. Dr./Orientador – Área de Produção Vegetal da UFRA Campus Capitão Poço, Pará |
INTRODUÇÃO: |
O monitoramento biológico da poluição, mediante o emprego de espécies vegetais, tem se revelado uma alternativa eficiente e econômica (ARNDT E SCHWEIZER, 1991). As plantas mostram maior sensibilidade à poluição de flúor que os animais, incluindo o homem. Estudos com diversas espécies de gramíneas tropicais submetidas à ação do flúor mostraram a existência de amplo espectro de sensibilidade, situando-se o Panicum maximum como um dos mais sensíveis (CHAVES, 1997). Nas plantas, o flúor é absorvido na forma gasosa, principalmente pelas folhas, sobretudo através dos estômatos e, em menor proporção pela cutícula, acumulando-se nos tecidos vegetais sob a forma solúvel e inorgânica (F-1), causando necroses quando concentrações atingem níveis fitotóxicos, o que caracteriza como poluente de natureza cumulativa (MILLER, 1993). O flúor é amplamente conhecido como poluidor do meio ambiente, tendo como as principais fontes de emissão as indústrias químicas, como as de fertilizantes, indústrias metalúrgicas e indústrias cerâmicas (VOGEL, 1988). Desta forma, este trabalho teve como objetivo analisar os níveis de fluoretos totais em plantas de marupazeiro (Simaruba amara Aubl.) expostas em áreas sujeitas à emissão antropogênica deste poluente atmosférico. |
METODOLOGIA: |
O trabalho foi conduzido em áreas da Fábrica de Alumínio da ALBRAS e do seu entorno, localizadas nos municípios de Barcarena e Abaetetuba, Estado do Pará, Brasil. Plantas de marupazeiro (Simaruba amara Aubl.), com cinco meses de idade foram expostas em doze locais selecionados a priori e, sempre que possível, em áreas de clareiras abertas com dimensões de 10 m x 20 m, durante 60 dias. Após esse período, foram coletados três plantas representativas de cada tratamento, separando-se as folhas e o caule das plantas para às análises laboratoriais. A determinação dos teores de fluoretos totais (F-) na folha e no caule do marupazeiro foi realizada pelo método de Turner (1981) modificado. O flúor é extraído de amostras de tecidos secos e moídos, maceradas com 25 mL de ácido perclórico 0,1 M, agitadas durante 1 h e, em seguida, completa-se o volume para 50 mL com TISAB pH 8,0 - 8,5. O flúor contido na solução é determinado por meio de elétrodos combinados, formados de íon específico e de referência para F. |
RESULTADOS: |
As análises dos dados revelaram efeitos significativos pelo teste F (p<0,01) para as variáveis de respostas usadas nesta pesquisa. O teste de Tukey (p<0,05) aplicado as médias dos tratamentos apresenta efeitos significativos diferenciados entre os tratamentos, locais de exposição, para os teores de fluoretos totais existentes na folha e no caule da planta de marupazeiro nas condições do presente trabalho. As maiores concentrações de fluoretos totais foram detectados no local de exposição 7 (Centro geométrico da fábrica de alumínio da ALBRAS), alcançando 2.900 e 475 ppp, respectivamente, na folha e no caule da planta do marupazeiro. Por outro lado, as menores concentrações de fluoretos totais foram encontradas nos locais 6 (Vila dos Cabanos) e 11 (Lado direito da estrada para a Comunidade de Beja, Abaetetuba, propriedade da sra. Eidomina), com teores de fluoretos totais da ordem de 18 ppm, tanto na folha como no caule. Estes resultados estão de acordo com os relatados por vários autores, os quais enfatizam que o flúor atmosférico penetra, principalmente pela folha e, é esse o órgão, o principal sítio de acumulação deste elemento, em plantas sujeitas à emissão antropogênica desse poluente atmosférico. |
CONCLUSÃO: |
As folhas e os caules da plantas de marupazeiro acumulam concentrações diferenciadas de fluoretos totais de acordo com os locais de exposição em relação à fonte emissora. As maiores concentrações de fluoretos atmosféricos foram encontradas no local de exposição 7, ou seja, no centro geométrico da fábrica de alumínio da ALBRAS, independentemente do órgão utilizado neste estudo. |
Palavras-chave: Alumínio primário, Flúor atmosférico, Barcarena, Estado do Pará. |