63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física |
CIÊNCIA DESCOBRE A COMUNIDADE |
Mariana Bezerra Mangabeira Simões de Medeiros 1 André Romão Terto 1 Damon Ferreira Farias 1 Fabinara Dantas Freire 1 Marcos Antonio Pinto Ribeiro 1,2 Carlos Wagner Costa Araújo 1,2 |
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano- IF SERTAO PE, Espaço de Ciência e Cultura-ECC UNIVASF 2. Espaço de Ciência e Cultura-ECC UNIVASF |
INTRODUÇÃO: |
Nas últimas décadas houve no Brasil um notável avanço nos programas de Pós-Graduação e uma expansão significativa do sistema universitário como um todo. Entretanto, o país ocupa ainda uma posição muito modesta no cenário internacional no que se refere à geração de patentes e de inovação tecnológica, para não mencionar um enorme contingente de pessoas excluídas socialmente. O ensino de ciências praticado no Brasil, em especial na região do Vale do São Francisco, na grande maioria das escolas de nível Médio e Fundamental e, em grande extensão, também nas Universidades, pressupõe uma atitude passiva dos alunos que não favorece a criatividade, a inovação e a transformação de conhecimento. Cientes dessa realidade desenvolvemos no Espaço de Ciência e Cultura- ECC(UNIVASF), um trabalho de divulgação científica com baixo custo que pretende estimular uma atitude inovadora no nosso sistema educacional e aproximar a escola à comunidade. Neste trabalho apresentamos um relato de nossa trajetória e as várias estratégias adotadas para popularizar a ciência a partir de protótipos baseados em materiais reciclados e de baixo custo, alinhando trabalho em equipe, criatividade e o prazer da descoberta. |
METODOLOGIA: |
A idéia original do trabalho era disponibilizar para o grande público (crianças e jovens) uma série de experimentos confeccionados de baixo custo (aquecedor solar, disco de Newton, Ludião, Mini Gerador de Van Der Graff), onde foram apresentados os princípios da Física. Nas atividades os monitores agiam como problematizadores e provocadores na busca de romper com a forma tradicional da educação, demonstrando os fenômenos ali envolvidos, de forma simplificada, de modo a adequar a linguagem científica ao nível do público todos os experimentos foram construídos com materiais recicláveis e de baixo custo visando à preservação do meio ambiente bem como a realidade dos alunos de Ensino Médio e Fundamental. A princípio os participantes constroem experimentos simples, com o objetivo de desenvolver habilidades manuais e uma base prática de como resolver problemas específicos utilizando ferramentas de uso doméstico e materiais encontrados em toda parte (garrafa pet, lata de refrigerante, palitos de churrasco, bexiga). Nesse estágio surgiram novas idéias e o trabalho obteve então um caráter inovador. Em uma etapa posterior das oficinas é colocado aos participantes o desafio de conceber e implementar as suas próprias idéias (experimentos). |
RESULTADOS: |
Nas aulas de ciências o aluno vivencia dois mundos: o material, da sala de aula onde aprende conceitos científicos, e o mundo real, do seu cotidiano, normalmente sem ligação com as aulas que frequentam. De acordo com KISHIMOTO (1998), a ligação entre os dois “mundos” pode ser feita por meio de palavras, sensações, imagens e visualização do objeto a ser conhecido ou aprimorado em seu processo de aprendizagem. Deste modo, o conhecimento científico pode estar relacionado com atividades que envolvam a emoção e a construção de modelos da realidade, de uma forma criativa. Atividades essas que envolveram a interpretação de situações cotidianas. Os experimentos de baixo custo propostos e descritos na metodologia funcionaram com muita eficiência e clareza para demonstrar os princípios desejados. A utilização de experimentos, com ampla participação coletiva, foi uma importante ferramenta, não só para despertar o interesse dos estudantes, mas principalmente complementar e ilustrar conceitos abordados nas aulas. Considerou-se que a construção de modelos para as aulas de ciências, ministradas em escolas que não têm o espaço físico específico “laboratório”, se tornou uma alternativa para a mudança. Desse modo, o ensino torna o conhecimento em uma aprendizagem significativa. |
CONCLUSÃO: |
Portanto, demonstrou-se que é possível dotar as escolas de uma nova metodologia viável que revitalize o interesse de nossas crianças e adolescentes pela ciência e suas aplicações práticas e que contribua ao mesmo tempo para o desenvolvimento inovador. Acreditamos que a valorização da criatividade e da inovação através das ações propostas possa criar um clima mais favorável à inovação nas escolas e ao desenvolvimento pleno dos alunos e, por conseguinte, de nossa sociedade como um todo. A construção desses materiais pode ser facilitador do desenvolvimento das atividades lúdicas, que despertem a curiosidade, permitam a imaginação e a invenção, na tentativa de aproximar o real do imaginário. |
Palavras-chave: Divulgação Científica, Criatividade, Ciência na comunidade. |