63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal
OTIMIZAÇÃO DE PROTOCOLO PARA O CULTIVO IN VITRO E EX VITRO DE Physalis peruviana L.
Gizelly Mendes da Silva 1
Tatiane Lemos Varella 1
Viviane Luiza Hunhoff 1
Ednamar Gabriela Palú 1
Ilio Fealho de Carvalho 1
Maurecilne Lemes da Silva 1
1. Depto. Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
2. Depto. Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
3. Depto. Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
4. Tec. Dra./UNEMAT - CPEDA
5. Prof. Dr./Depto. Ciências Biológicas - UNEMAT
6. Profa. Dra./Orientadora – Depto. Ciências Biológicas – UNEMAT
INTRODUÇÃO:
A espécie Physalis peruviana L. da família Solanaceae, do grupo das pequenas frutas, caracteriza-se por ser arbustiva, perene e rústica, com frutos do tipo baga carnosa, globulares, pequenos, cobertos por um cálice formado por cinco sépalas que servem para sua proteção, são açucarados e com conteúdo de vitamina A, C, ferro e fósforo (FISCHER & ALMANZA, 1993). Apresentam alto valor comercial como fruto exótico, é utilizada na culinária refinada, possui propriedades nutracêuticas, com elevado teor de substâncias antioxidantes, alcalóides, flavonóides e anticancerígenas (WU, 2005), entretanto o seu cultivo no Brasil é insipiente.
Para a obtenção de plantas de P. peruviana, são utilizados o plantio a partir de sementes, estacas e uma alternativa é através do cultivo in vitro (CHAVES, 2005). A cultura de tecidos é considerada uma ferramenta eficaz por possibilitar a produção de plantas durante todo o ano, com qualidade fitossanitária e podendo ser geneticamente idênticas (GRATTAPAGLIA & MACHADO, 1998). Entretanto, o cultivo in vitro possui suas limitações, como a obtenção de protocolos eficientes para cada tipo de cultura e de explantes livres de fitopatógenos. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi à otimização de protocolo para a germinação in vitro e ex vitro de Physalis peruviana.
METODOLOGIA:
Frutos maduros de P. peruviana foram adquiridos no comércio local e encaminhados ao Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais/CPEDA/UNEMAT. Após o isolamento das sementes, estas foram desinfestadas em câmara de fluxo laminar, imersas em álcool 70% por 1’, logo após em hipoclorito de sódio comercial a 2,5% (v/v) com 1 gota de Tween-80 durante 10’, e 3 enxágües em água destilada e autoclavada. As sementes foram cultivadas em frascos com meio de MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962), vitaminas B5, 0,01% (p/v) de mio-inositol e 0,3% (p/v) de sacarose, e 0,28% (p/v) de ágar como agente gelificante, pH ajustado em 5.7, com fotoperíodo de 12 horas, 36 mmol.m-2.s-1 de luminosidade e temperatura de 27 ± 2 ºC. Sendo os seguintes tratamentos: T1 – MS acrescido de 0,5 mg.L-1 de (GA3 - Ácido Giberélico); T2 – MS força total; T3 - MS ½.
Para a aclimatação foram utilizadas plântulas com ± 8 cm de altura, cultivadas em substrato Plantimax® e mantidas por 30 dias sob condições de laboratório.
A germinação ex vitro foi realizada em bandejas de poliestireno expandido com substrato Plantimax®, contendo 1 semente por célula. O ensaio foi avaliado aos 15 dias de cultivo. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
O protocolo utilizado para a desinfestação das sementes foi eficaz, resultando num percentual de 100% de assepsia das sementes cultivadas in vitro. Chaves et al. (2005), testando diferentes combinações de agentes desinfestantes obteve um percentual de 25% de sementes germinadas in vitro de P. peruviana.
Após 15 dias de cultivo in vitro foram obtidos os seguintes percentuais nos tratamentos T1 (85%), T2 (7,5%) e T3 (87,5%) de sementes germinadas. Sendo que os tratamentos T1 e T3 não diferiram estatisticamente, demonstrando que não é necessário o uso de GA3 para o cultivo in vitro da espécie. De acordo com os resultados obtidos infere-se que P. peruviana não apresenta dormência em suas sementes. Outro fator importante no cultivo in vitro da espécie é a redução no tempo para a germinação e a obtenção de plantas vigorosas, com qualidade fitossanitária e com maior homogeneidade.
Plântulas com ± 8 cm de comprimento foram aclimatizadas sob condições de laboratório com 90% de sobrevivência, utilizando-se de substrato Plantmax®. Foi obtido um percentual de 100% de germinação das sementes de P. peruviana cultivadas ex vitro. No entanto, o tempo de germinação iniciou-se após 20 dias de cultivo com grande desuniformidade das plantas, o que não foi observado quando cultivadas in vitro.
CONCLUSÃO:
- O protocolo estabelecido para a desinfestação das sementes de P. peruviana resultou num percentual de 100% de assepsia.
- P. peruviana não apresenta dormência em suas sementes e demonstra um alto vigor germinativo.
- O meio MS na metade de sua concentração e na ausência de regulador de crescimento apresentou 87,5% de germinação, sendo o meio mais recomendado para a germinação in vitro de sementes de P. peruviana devido a sua eficácia e baixo custo, quando comparado com os meios contendo reguladores de crescimento.
- A germinação ex vitro foi total, com 100% das sementes germinadas, demonstrando que o uso do substrato comercial Plantmax® é recomendado para o cultivo de P. peruviana.
Palavras-chave: Physalis peruviana, Cultivo in vitro, Cultivo ex vitro.