63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
UMA ABORDAGEM DIDÁTICA E EXPERIMENTAL DOS CONCEITOS DE TRASFORMAÇÕES FÍSICAS DAS SUBSTÃNCIAS E MISTURAS |
Ana Alice Mano Sampaio 1 Leandro Araujo de Azevedo 1 Edenia Maria Ribeiro do Amaral 1,2 |
1. Universidade Federal Rural de Pernambuco 2. Profa. Dra/Orientadora – Depto. De Química-UFRPE |
INTRODUÇÃO: |
Atividades experimentais realizadas em laboratórios ou salas de aula vêm contribuindo de forma relevante para melhor compreensão dos conceitos no ensino de química, possibilitando ao aluno fazer previsões e refletir sobre os fenômenos em discussão e oportunizando uma melhor visualização do conteúdo explorado. Na abordagem tradicional ao ensino, muitas vezes é adotada uma idéia de que os conteúdos estão prontos e acabados e devem ser memorizados pelos alunos, sendo muitos deles considerados como complexos e fora do alcance. Na aula experimental o professor deve propor situações problemas, para que tais situações sejam criadas, é fundamental que se considere a necessidade de envolvimento dos alunos com um problema preferencialmente real e contextualizado (Ferreira, ET.al 2007). É de conhecimento dos professores de ciências o fato da experimentação despertar um forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização (Giordan, 1999). Diante disso, neste trabalho temos como objetivo apresentar uma proposta de atividade experimental desenvolvida em uma escola pública nas aulas de química buscando facilitar a discussão sobre variações nos pontos de ebulição de substância e mistura respectivamente. A atividade foi elaborada considerando o conteúdo químico trabalhado pelo professor da turma e os aspectos do cotidiano afim de promover a observação e reflexão sobre fenômenos familiares aos alunos. |
METODOLOGIA: |
Esta investigação foi desenvolvida na Escola de Referência do Ensino Médio Prof. Cândido Duarte, escola da rede estadual de ensino que possui convênio com a UFRPE. A atividade experimental foi realizada com uma turma do 2º ano do ensino médio que contava com 25 alunos com faixa etária entre 15 e 18 anos. A turma foi dividida em três grupos (A, B e C) aos quais foram dadas tarefas: o grupo (A) verificou o ponto de ebulição de 70 mL de água destilada, o grupo (B) verificou o ponto de ebulição de 70 mL de álcool etílico anidro e o grupo (C) verificou o ponto de ebulição de 70 mL de uma mistura 1:1 de álcool e água destilada. Os alunos foram orientados a observar o comportamento dos sistemas a cada cinco minutos, a fazer anotações de tempo e temperatura e construir um gráfico com essas duas variáveis. Antes e após a atividade experimental foi realizada uma discussão com os alunos com base nas questões problemas proposto: i) O que caracteriza o ponto de ebulição de uma substância? ii) O que caracteriza o ponto de ebulição de uma mistura? iii) Cite propriedades que diferenciam uma substância de uma mistura de substâncias, e iv) Sabendo que a temperatura de ebulição da água pura é igual a 100°C, o que você espera da temperatura de ebulição de uma mistura de água e álcool? |
RESULTADOS: |
Ao analisarmos as respostas dos alunos ao questionário, percebemos algumas dificuldades de compreensão no que tange os conceitos abordados, ainda que estejam cursando o 2º ano e tenham estudado este conteúdo no 1º ano do ensino médio. Muitos revelavam não saber o que a temperatura de ebulição (Te) de uma substância representa. Esperávamos que os alunos respondessem que as substâncias possuem Te constante, e que podem ser encontrados diferentes valores de Te em uma mistura, considerando que Te variável, neste ponto de vista teoricamente sabe-se que, misturado duas ou mais substâncias de diferentes Te estejam presentes. Após a realização da atividade experimental, cada grupo apresentou aos demais as observações e dados obtidos para o fenômeno investigado. Na medida em que os alunos apresentavam os dados, foi traçado um gráfico que possibilitou melhor visualização dos diferentes comportamentos da temperatura nos três sistemas. Dessa forma, os alunos puderam constatar a diferença nos sistemas no que tange a Te. Após a discussão das questões e dos dados vindos da observação foi possível perceber o progresso de alguns alunos em relação à compreensão dos conceitos. Com isso, pudemos constatar que a atividade contribuiu para uma aprendizagem mais significativa sobre o conceito estudado e, sobretudo organizou algumas distorções observadas anteriormente nas respostas dadas pelos alunos. |
CONCLUSÃO: |
Na observação no que tange a motivação dos alunos no desenvolvimento da atividade experimental, tendo por base a discussão proposta sobre a temática trabalhada, foi possível perceber que houve uma aprendizagem mais significativa do conceito em foco a partir da atividade experimental. Isso vem ratificar a importância da atividade experimental no ensino de conceitos químicos, o que possibilita uma visão macroscópica de idéias mais abstratas que podem ser relacionadas com o cotidiano dos alunos. |
Palavras-chave: Cotidiano, Comportamento macroscópico, Experimentação no ensino de química. |