63ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica |
A ENFERMAGEM E A RESILIÊNCIA NA ONCOLOGIA INFANTIL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA |
Anderson Lineu Siqueira Santos 1 Fábio Pantoja Nascimento 2 Flávia Bríglia Pereira 3 Loreane Mayara Araújo Santos 4 Luciana de Paiva Rêgo 5 Sandro Roberto Leite Pavão 6 |
1. Prof. Esp./ Orientador - Centro de Ciências Biológicas da Saúde - UEPA 2. Acadêmico de Graduação em Enfermagem - UEPA 3. Acadêmica de Graduação em Enfermagem - UEPA 4. Acadêmica de Graduação em Enfermagem - UEPA 5. Acadêmica de Graduação em Enfermagem - UEPA 6. Acadêmico de Graduação em Enfermagem - UEPA |
INTRODUÇÃO: |
O relato que segue é resultado da experiência de aulas práticas de acadêmicos de enfermagem da Universidade do Estado do Pará, que se interessaram pela resiliência de crianças oncológicas. Há anos, a ciência se questiona sobre o fato de que certas pessoas têm a capacidade de superar as piores situações, enquanto outras se prendem a dor e a tristeza. Por isso, é necessário reflexões teóricas sobre a capacidade que certas pessoas têm de sobreviver diante de situações adversas, diante do sofrimento, abandono, negligência e preconceito. Trata-se da chamada “resiliência”1. O objetivo do nosso estudo é apresentar nossas experiências com superação da criança em relação ao câncer; relacionar a participação da família e de profissionais de enfermagem no tratamento do câncer e conhecer a adaptação da criança no meio hospitalar e social a partir do diagnóstico oncológico. Em virtude da preocupação desenvolvida em relação a essas crianças, este relato é de grande relevância, pois essa experiência favorece a compreensão da ligação entre enfermeiro–paciente e paciente–família, já que estes estão em constante interação, podendo contribuir com o paciente, dando força para enfrentar e superar a doença através de métodos relatados ao longo desta exposição. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um relato de experiência realizado por cinco acadêmicos do 4º ano de enfermagem, envolvendo crianças portadoras de câncer de ambos os sexos, entre 4 e 10 anos, internadas no Hospital Ophir Loyola, principal referência em tratamento oncológico da rede de Saúde pública do Norte e Nordeste brasileiro. Os encontros ocorreram todas as manhãs, exceto aos finais de semana, no horário de 9 às 11 horas, durante um período de 15 dias. Em cada encontro procuramos interagir com as crianças, buscando saber suas aflições, o sentimento revelado na descoberta da doença, o apoio familiar, a atuação da equipe de enfermagem e a presença ou não de atividades recreativas no dia-a-dia desta criança. Apesar de serem perguntas complexas, procuramos passá-las para as crianças da forma mais simples possível, contando em algumas ocasiões com a contribuição dos familiares. |
RESULTADOS: |
A partir de nossa vivência no hospital citado, observamos que as crianças hospitalizadas tendem a apresentar sentimentos como medo, insegurança, sentimento de culpa e solidão, e conseqüentemente tornam-se crianças bem mais dependentes que o normal, dificultando a aceitação da doença e do tratamento, favorecendo o agravamento do seu estado clínico. O enfrentamento da doença depende diretamente do apoio familiar dado a cada criança, pois a família é o primeiro suporte social que auxilia a criança; assim como depende da equipe multiprofissional que a assiste. Nesse sentido, percebemos que a equipe de enfermagem deve ver a criança como um elemento ativo no processo de recuperação, pois elas podem ajudar no tratamento, principalmente se forem orientadas, o que facilita a prestação de uma assistência adequada por se sentirem capacitadas. O hospital disponibiliza brincadeiras, jogos, e uma escola interna para a criança freqüentar. Caso ela esteja acamada, a professora vai até a criança e leva seus deveres e provas. Dessa forma, os profissionais ajudam a criança a enfrentar sua doença como algo cotidiano, permitindo maior adaptação no meio hospitalar, que funciona como uma estratégia de resiliência. |
CONCLUSÃO: |
A patir deste relato de experiência, verificou-se que a resiliência não pode ser observada em todos os pacientes, ou seja, não é uma característica fixa nos indivíduos, e que esta depende de cada contexto social e familiar em que a criança está inserida. A partir disto vale ressaltar a importância do apoio familiar, social, da comunidade e da escola, para que a criança não se sinta abandonada e auxilie na promoção da resiliência. A equipe de enfermagem, como profissionais de cuidados diários, deve estar sempre atenta as dificuldades da criança, tentando, de forma lúdica, desenvolver estratégias de enfrentamento contra as adversidades, promovendo a resiliência e minimizando o sofrimento advindo da doença. Portanto, é muito importante que ocorra a interação entre a humanização da asistencia, a disponibilidade de recursos materiais e o apoio social e familiar para que a criança consiga superar da melhor maneira sua doença. |
Palavras-chave: Resiliência, Oncologia Infantil, Enfermagem. |