63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 6. Recursos Florestais e Engenharia Floresta
PRODUÇÃO DE MUDAS DE Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong EM FUNÇÃO DE DIFERENTES SOLUÇÕES DE FERTIRRIGAÇÃO
Fernanda Feboli Mansano de Abreu 1
Angelica Feboli Polita 1
Isabele Sarzi Falchi 2
1. Faculdade de Engenharia Florestal - UFMT
2. PqC/ Orientadora - Instituto Florestal de São Paulo
INTRODUÇÃO:
As áreas de floresta no Brasil têm diminuído em função da exploração florestal e expansão agrícola (VALLE, 1987) resultando em fragmentos florestais sem conectividade e com pouca diversidade (KAGEYAMA et al., 2005). Em consequência, torna-se indispensável o plantio de mudas de árvores nativas (MORAIS NETO, 2003).
Segundo Souza et al. (2006) a produção de mudas mais resistentes é necessária para que as perdas pós-plantio sejam minimizadas. A classificação da qualidade de mudas pode ser fisiológica ou morfológica, sendo que as características morfológicas são as mais aplicadas pela facilidade na sua determinação (STURION, 1981).
Para os plantios ecológicos são utilizadas espécies nativas pioneiras que necessitam de luz para se desenvolverem e possibilitam o surgimento de outras espécies, que necessitam de sombreamento (YAMAZOE e VILLAS-BÔAS, 2003).
Enterolobium contortisiliquum é uma espécie pioneira com até 35m de altura e tronco de até 160 cm de diâmetro. A copa é frondosa e ampla, possuindo grande potencial para reflorestamentos por apresentar crescimento inicial rápido (LORENZI, 2002). É capaz de colonizar áreas desmatadas principalmente nas bordas e clareiras e suas sementes apresentam forte dormência devido à impermeabilidade do tegumento (DURIGAN et al., 1997).
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado em 2009 no Viveiro Florestal, do Instituto Florestal de São Paulo. As sementes foram coletadas no município de Assis. Para superação da dormência realizou-se escarificação mecânica, seguida de 2min em hipoclorito de sódio (2%) e molho em água.
Foram utilizados tubetes de 120mL preenchidos com substrato à base de fibra de coco.
Após a emergência iniciou-se a fertirrigação, sendo 4 tratamentos com 4 repetições.
Semanalmente as bandejas eram colocadas em caixas plásticas contendo fertirrigação, deixando os tubetes parcialmente imersos para a absorção.
As soluções foram obtidas pela mistura de nitrato de cálcio, nitrato de potássio, mono amônio fosfato, sulfato de amônio, nitrato de magnésio e mix de micronutrientes, em diferentes quantidades para obter as condutividades elétricas:
1mS cm-1; 1, 94 mS cm-1; 2,87 mS cm-1; 3,8 mS cm-1.
As avaliações foram feitas semanalmente. Os parâmetros foram: altura, diâmetro do coleto, e número de folhas. As plantas foram pesadas para determinação dos pesos de matérias fresca e seca.
Para avaliações químicas dos substratos, utilizou-se o método Pour Through. O lixiviado era coletado após 40min da adição de 10mL de água destilada por tubete amostrado, então eram determinados o potencial hidrogeniônico e condutividade elétrica.
RESULTADOS:
Na avaliação da altura da parte aérea, diâmetro do coleto e peso da matéria fresca das mudas, não houve diferença significativa entre os tratamentos, isso pode ser explicado pelo rápido desenvolvimento da espécie em estudo e pelo curto período de avaliações. Houve crescimento mais rápido da parte aérea e do diâmetro do coleto nas plantas tratadas com solução de condutividade elétrica de 1,01 mS cm-1 (tratamento 1) e de 2,87 mS cm-1 (tratamento 3).
A análise do peso da matéria seca apresentou diferença significativa entre as soluções testadas, onde mudas tratadas com solução de fertirrigação de 2,87 mS cm-1 apresentaram maior produção de matéria seca. Segundo Villas Boas e Souza (2008), a condutividade elétrica não deve ultrapassar o limite de 2,88 mS cm-1, pois acima disso o risco há risco de salinização e conseqüentemente danos às plantas.
O pH das soluções do substrato foi mantido na faixa considerada ótima para não haver precipitação de Ca e Mg, que de acordo com Oliveira et. al (2007) deve ser entre 5 e 6,5.
CONCLUSÃO:
Verificou-se maior produção de matéria seca em mudas tratadas com fertirrigação de condutividade elétrica próxima a 2,87 mS cm-1. Apesar de não haver diferença significativa entre os tratamentos quanto aos demais parâmetros estudados, verificaram-se maiores médias em plantas produzidas em soluções de 1,01 mS cm-1 e de 2,87 mS cm-1.
Palavras-chave: fertirrigação, mudas, Enterolobium contortisiliquum.