63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: CONSTRUINDO CIDADÃOS E QUALIFICANDO PROFISSIONAIS
Loise Costa Oliveira da Silva 1
Eulália Ferreira Martins 2
Leonor Vervloet Feu Rosa 2
Paulo Marcos do Nascimento Silva 1
Glenda Aline Pires dos Reis 1
Jaime Souza Avelar 1
1. Profa. Esp./Coordenadora - Fac. de Farmácia - Anhanguera de Anápolis
2. Aluna - Pós-Graduação em Saúde Coletiva - Unievangélica
3. Aluna - Pós-Graduação em Saúde Coletiva - Unievangélica
4. Prof. Esp. - Fac. de Farmácia - Anhanguera de Anápolis
5. Aluna - Farmácia - Anhanguera de Anápolis
6. Aluno - Farmácia - Anhanguera de Anápolis
INTRODUÇÃO:
A extensão entendida como prática acadêmica cria um ambiente privilegiado, junto à sociedade, onde a produção do conhecimento pode auxiliar na superação de desigualdades sociais. Abarcando o caráter da experimentação, os graduandos em Farmácia da Faculdade Anhanguera de Anápolis, fizeram parte de uma pesquisa no Projeto Bombeiro Mirim.
Objetivou-se a prevalência de parasitoses e anemias nos participantes do projeto, no segundo semestre de 2010; e promoção de saúde, por meio de ações de educação e assistência, a nível laboratorial.
Implantado em 1997, pelo Corpo de Bombeiro de Goiás, o projeto é destinado à socialização de crianças e adolescentes. Em Anápolis, o projeto existe desde 2004, no 1º Pelotão do 3º Batalhão Bombeiro Militar.
Os exames hematológicos e parasitológicos justificaram-se devido à constatação de que as doenças parasitárias e a anemia são um grande problema de saúde pública com reflexos econômicos fortes. As doenças parasitárias importam porque produzem déficits orgânicos, afetando o desenvolvimento físico e intelectual dos mais jovens. E a anemia atinge sua máxima prevalência nos países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento.
O trabalho em voga apresentou importante cunho social, pois, promoveu saúde no referido grupo e contribuiu com a formação dos graduandos.
METODOLOGIA:
Foi realizada uma pesquisa ação de caráter quantitativo.
Os sujeitos foram: vinte e um assistidos do Programa Bombeiro e quatro graduandos do curso de Farmácia.
Sob o protocolo de autorização: 134/2010 do CEP da Anhanguera Educacional foram solicitadas três amostras de fezes e uma amostra de sangue venoso para cada assistido.
As amostras coletadas foram processadas no Laboratório Escola da Faculdade Anhanguera.
Os hemogramas foram analisados manualmente e os parasitológicos pelas técnicas de: centrifugo-flutuação com sulfato de zinco e sedimentação espontânea.
Os graduandos visitaram os assistidos e realizaram atividades de educação em saúde com os temas de: saúde bucal, higiene pessoal e alimentação saudável. Foram dispensados questionários para a avaliação da incorporação do conteúdo pelos assistidos, antes da primeira ação de educação em saúde e depois ao final de todas as referidas ações.
Foi aplicado questionário, aos estudantes de farmácia no final da pesquisa sobre a contribuição do trabalho na sua formação.
As prevalências foram calculadas e foram buscados pontos convergentes e divergentes nos questionários a partir de leituras verticais e horizontais de cada uma das questões.
RESULTADOS:
No pré-teste 33% das crianças marcaram todos os hábitos de saúde. Outras 33% consideraram também pintar as unhas hábitos de saúde. Outras 11% assinalaram também: brincar em água e pegar girinos. Foi marcado como único hábito de saúde: escovar os dentes, por 5% das crianças. No pós-teste 38% das crianças marcaram todos os hábitos de saúde. 14% assinalaram também a ação de pintar as unhas. As ações educativas despertaram o autocuidado e revelaram a possibilidade de intervenção eficaz.
77% dos hemogramas apresentaram alterações; destes, 10% revelaram hipocromia, 30% microcitose e 30% ambas. Não foram detectados casos de anemia.
67% das amostras de fezes revelaram infecção. Nas crianças com alterações de hemograma, 40% apresentaram parasitismo, todas por Entamoeba coli. Não houve relação entre o parasitismo e anemia, devido à ausência de ansilostomídeos.
67% dos acadêmicos julgaram que a extensão colaborou com a formação técnica; a mudança ambiental ampliou a visão da atuação profissional; 67% dos acadêmicos afirmaram que a extensão ajudou na compreensão de educação em saúde e 100% afirmaram que foi despertada a responsabilidade individual para a promoção de saúde. Os acadêmicos interiorizaram a “orientação” através da extensão; acolhendo-a como um instrumento para promoção de saúde.
CONCLUSÃO:
Neste estudo constatou-se que as ações de educação em saúde, propostas pelos acadêmicos, foram intervenções eficazes, pois despertaram nos assistidos o autocuidado. Houve promoção de saúde. Verificou-se prevalência de 67% infecção parasitária, confirmando esta realidade em populações de baixo nível socioeconômico e limitadas condições sanitárias, perfil dos assistidos. Não foram detectados casos de anemia, apesar dos baixos índices hematimétricos. Frente à experimentação, os acadêmicos afirmaram que a extensão despertou a responsabilidade individual, como profissional, para promoção de saúde e contribuiu ainda para compreensão do termo Educação em Saúde no âmbito do SUS. Além do acréscimo à formação geral.
Palavras-chave: Educação em Saúde, Extensão Universitária, Parasitoses.