63ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 4. Patologia Animal
EFEITO DE ZINCO ORGÂNICO SOBRE O DESEMPENHO ZOOTÉCNICO, MORFOLOGIA INTESTINAL E DE PELE DE FRANGOS DE CORTE
Antonio Leonardo Kraieski 1
Amanda Zanão 1
D'Jéssica Nascimento Aires 1
André Luíz Lago 1
Andréa Haruko Arakaki 2
Elizabeth Santin 3
1. Depto de Medicina Veterinária – Universidade Federal do Paraná – UFPR
2. Setor de tecnologia – UFPR
3. Profa. Dra./Orientadora – Depto de Medicina Veterinária - UFPR
INTRODUÇÃO:
A avicultura de corte é um dos ramos agropecuários com maior crescimento e tecnificação nos últimos anos. Entre as principais áreas que edificam a base desse setor estão a nutrição, o melhoramento genético, a sanidade, e o manejo. A nutrição, responsável pela maior parte do custo de produção, está diretamente ligada ao ótimo desempenho dos animais, por isso é de suma importância o controle dos ingredientes utilizados, desde os macros até os micronutrientes. Os minerais estão envolvidos na maioria dos processos fisiológicos dos animais como catalizadores enzimáticos e hormonais, composição estrutural do corpo e também participam sob a forma iônica dos fluídos intra e extracelulares. O zinco é um micromineral necessário para a atividade de mais de 300 enzimas e participa de atividades metabólicas do organismo; afeta o metabolismo de carboidratos, proteínas, lipídios e dos ácidos nucléicos e também é componente da timosina, hormônio produzido pelas células tímicas que regulam a imunidade mediada por células. A absorção do zinco ocorre primordialmente no intestino delgado e é armazenado principalmente no tecido muscular e ósseo. O objetivo do presente estudo foi avaliar o desempenho zootécnico e a morfologia intestinal e de pele de frangos de corte suplementados com zinco orgânico.
METODOLOGIA:
Foram alojados 30 frangos de corte, Cobb, de 1 a 25 dias de idade, divididos em 2 tratamentos, sendo T1 ração a base de milho e soja e T2 ração a base de milho e soja suplementada com 40 ppm de zinco orgânico a partir de 7 dias de idade. O zinco orgânico utilizado foi proveniente da seleção de leveduras capazes de associar-se a esse mineral objetivando maior biodisponibilidade (Arakaki, 2010). A ração foi formulada com base na NRC (1994). As aves, mantidas com temperatura e umidade controlada, receberam ração e água ad libitum. Os animais foram pesados aos 7, 14 e 21 dias assim como a quantidade de ração fornecida e as sobras, para avaliação do desempenho zootécnico. Aos 25 dias, 5 aves de cada tratamento foram eutanaziadas e necropsiadas para coleta de fragmentos de íleo, ceco e pele para análise histologica, e íleo e ceco para quantificação de células CD3+ por imuno-histoquímica. A contagem de células caliciformes e CD3+ foram realizadas em microscópio óptico. Para CD3+ foram analisados 10 campos/tratamento em aumento de 100X e para células caliciformes 10 vilos/tratamento no aumento de 20X. Em pele, foram analisados 10 campos por tratamento no aumento de 40X. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e posterior teste de Tukey a 5% de significância.
RESULTADOS:
A análise do desempenho zootécnico dos animais não teve diferença significativa entre os tratamentos (P≤0.05), sendo a conversão alimentar média de 1,70. Segundo Gomes et al, 2008, diferentes concentrações de zinco na dieta de aves não causam alterações no desempenho zootécnico e nem na concentração de zinco no fígado. Na morfometria de íleo e ceco, as medidas de altura de vilo, profundidade de cripta e contagem de células caliciformes não foram estatisticamente significativas entre os tratamentos (P≤0.05). Silva et al, 2010, verificou que aves suplementadas com zinco orgânico apresentaram a morfologia intestinal melhor preservada em relação ao grupo controle, apresentando vilosidades em melhores condições e maior numero de células caliciformes, dados estes que discordam do experimento realizado. Com relação a histologia de pele das aves, foram analisados espessura da camada de queratina, espessura de epitélio e numero de camada de células do epitélio (de acordo com Rossi, 2005), sendo que não foram encontradas diferenças significativas nestes parâmetros analisados. Na imuno-histoquímica de íleo e ceco também não houve diferença significativa na contagem de células CD3+ por campo, nos diferentes tratamentos.
CONCLUSÃO:
O uso de zinco orgânico não interferiu nos parâmetros zootécnicos, morfologia intestinal e de pele dos frangos suplementados.
Palavras-chave: caliciforme, vilosidade, queratina.