63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 1. Serviço Social Aplicado |
A construção do feminino dentro da lógica laborativa das faccionistas no Ceará. |
Daniele Ribeiro Alves 1 Janaína de Sousa da Silva 2 Thaís Cristine de Queiroz Costa 3 Valdência Lourenço de Sousa 4 Maria Helena de Paula Frota 5 |
1. graduanda de serviço social- Depto de Ciências Sociais Aplicadas-UECE 2. graduanda de serviço social- Depto de Ciências Sociais Aplicadas-UECE 3. graduanda de serviço social- Depto de Ciências Sociais Aplicadas-UECE 4. graduanda de serviço social- Depto de Ciências Sociais Aplicadas-UECE 5. Profa.Dra/ Orientadora-Depto de Ciências Sociais Aplicadas-UECE |
INTRODUÇÃO: |
Historicamente, mulheres são oprimidas, sofrendo cotidianamente formas sutis de agressões físicas, simbólicas ou mesmo ações que a submetam a uma situação de inferioridade frente ao macho. Assim, percebemos a criação do modelo de uma identidade feminina, que ainda perdura na contemporaneidade, construída em torno de definições de papéis que se justificam pelo sexo, cabendo o mundo doméstico ou ambiente privado, a “casa”, para a mulher, e o espaço público, a” rua” para o homem. Diante desse discurso dominador passa-se a utilizar elementos biológicos como a diferença entre os sexos masculinos e femininos para justificar as posições socialmente impostas para homens e mulheres nas sociedades desde a época do Brasil Colonial. Destarte, não podemos deixar de destacar que no decorrer da história houve várias formas de resistir ao imposto, assim, o feminino na história brasileira não se reduz a passividade, mas existem também formas de contra poderes. Nesse sentido, o presente estudo pretende analisar como é construído socialmente o feminino, a partir da analise da pesquisa “De volta para casa. A saga das costureiras: estudo realizado sobre as relações de produção nas indústrias de confecções e nas facções no Ceará”, sendo ressaltadas as implicações atinentes as suas relações de trabalho, resultando numa subalternidade declarada, sem esquecer-se da legitimação e naturalização de uma dupla jornada de trabalho, retomando o ambiente doméstico como eminentemente feminino. |
METODOLOGIA: |
Essa pesquisa teve como procedimentos metodológicos pesquisa bibliográfica, estatística, documental e análise de questionário. |
RESULTADOS: |
Para a realização da pesquisa aplicou-se 44 questionários com faccionistas, focando nos seguintes dados: 33,3 % aprenderam a atividade com parentes; 51,1 % além de trabalharem na facção realizam o trabalho doméstico, caracterizando uma dupla jornada de trabalho; 26,6% dos casos o companheiro ajuda nas tarefas domésticas; 40% têm apoio do companheiro quanto à atividade laboral; e 13,3 % sentem-se mulheres felizes e realizadas. |
CONCLUSÃO: |
Podemos perceber que na realidade de trabalho destinado a homens e mulheres, os padrões estereotipados para ambos não se mostram exclusos, há uma evidente inferioridade, no que diz respeito à mão-de-obra feminina, e uma exaltação da força de trabalho masculina. Historicamente construíram-se uma normatização baseada na divisão social e sexual do trabalho que se revelam em competências já pré-estabelecidas de acordo com os papéis socialmente construídos. Contudo,vale sinalizar que os padrões societários acima descritos, são proliferados e embebidos de uma cultura patriarcal que permeiam todas as esferas da sociedade, sendo estes alimentados desde a infância por todas as instituições como a igreja, a família, a escola, ou mesmo o ambiente de trabalho. |
Palavras-chave: Gênero, Facção, Trabalho. |