63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
A FORMAÇÃO DE PROFESSOR DE FÍSICA NO IFG, UM OLHAR SOBRE A EVASÃO
Caroline Prado Brignoni 1
Luciene Lima de Assis Pires 2
1. IFG / Campus Jataí / Licenciatura em Física – PIBIC-CNPq
2. Profa. Dra./Orientadora - Departamento de Áreas Acadêmicas de Jataí/ IFG / Campus Jataí / - ProAPP
INTRODUÇÃO:
A formação de professores no Brasil vem passando por um grande processo de expansão, nesse cenário se insere os institutos federais (IF), que por meio da Lei 11.892/2008 reserva 20% de suas vagas para a oferta de cursos de licenciatura, assim contribuindo significativamente para a redução da demanda de professores que segundo Duarte e Benevides (2010) apenas na educação básica são de 246mil. Segundo Brignoni e Pires (2010) em dois anos o numero de cursos de formação de professores nos IF aumentou 150%, porém alguns problemas, dentre eles a evasão, permeiam os cursos de formação de professores. Segundo Duarte e Benevides (2010) cerca de 70% dos alunos que iniciam cursos de licenciatura desistem antes de completá-lo. Índice preocupante, pois segundo as mesmas o numero de matrículas nesses cursos caiu cerca de 8,1% em cinco anos. Tendo em vista que o curso de licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás – Campus Jataí (IFG), enfrenta o problema que assombra a maioria dos cursos de formação de professores, a evasão, é que se objetivou analisar a evasão do mesmo, pois com a vivência durante o curso é possível concluir que o curso enfrenta um sério problema de desistência por parte dos alunos.
METODOLOGIA:
Para alcançar o objetivo do trabalho que é analisar a evasão no curso de licenciatura em Física do IFG fez-se um levantamento bibliográfico estudando as políticas de formação de professores no Brasil e casos de altos índices de evasão em outras instituições de ensino superior brasileiras. Posteriormente realizou-se o levantamento dos alunos evadidos do curso, utilizou-se de informações disponibilizadas pelo registro escolar, lista de alunos matriculados no 1° e 2° períodos do curso entre os anos de 2001 a 2009 e as atas de colação de grau do curso em análise. Com esses dados partiu-se para a classificação dos alunos evadidos, percebeu-se que nas listas de matrícula um número pequeno de alunos era elencado como desistente, pois na maioria dos casos os alunos que abandonam o curso não retornam à instituição para cancelar a matrícula, então criou-se maneiras de encontrar esses desistentes nas listas, um dos métodos que foi utilizado para identificar os alunos que abandonaram o curso foi catalogar os que eram aprovados no 1° período, mas não estavam matriculados no 2°, catalogou-se também como evadido os alunos que trancaram matrícula e não retornaram após o final do período de trancamento.
RESULTADOS:
O curso de licenciatura em física do IFG – Campus Jataí iniciou-se em 2001, sua proposta inicial era um curso de Licenciatura em Ciências no qual o aluno escolheria se habilitar em matemática ou física, o curso com esse formato durou dois anos a partir de 2003 o curso passou a ser Licenciatura em Física. A entrada no curso é anual, oferta-se 40 vagas por ano e curso tem duração de oito semestres. Propôs se aqui analisar o 1° e 2° períodos entre os anos de 2001 a 2009. Catalogando os alunos evadidos foi possível concluir que 37,7% dos alunos que se matriculam no curso desistem ainda no primeiro ano, ou seja de 40 alunos que matricularam-se no curso cerca de quinze desistiram no primeiro período, outro numero que chama bastante atenção é o numero de alunos concluintes do curso até o ano de 2010, segundo a ata de colação de grau do curso apenas 39 alunos concluíram integralmente o curso, pode-se dizer que em dez anos o curso formou uma turma, o que acontece no caso do IFG não é um caso isolado segundo Pereira e Lima (s/d) na Universidade Federal do Maranhão no curso de Licenciatura em Física cerca de 58,9% dos alunos já cogitaram deixar o curso.
CONCLUSÃO:
Verificou-se que o numero de alunos desistentes do curso de Licenciatura em Física do IFG é considerável, já que no primeiro ano do curso um pouco menos da metade dos alunos desistem, porém ao longo do curso a desistência aumenta e o número de concluintes é pequeno em relação aos ingressantes: se considerarmos que 35 alunos concluíram o curso, em dez anos pode-se dizer que 350 alunos se matricularam, e apenas 11,14% concluíram. Como esse problema não é uma particularidade do IFG pode-se concluir que a demanda de professores formados em suas especialidades tende apenas a crescer, já que o numero de profissionais que estão sendo lançados no mercado de trabalho está muito abaixo da média. Outro fator que pode-se destacar analisando a lista de desistentes do curso de Licenciatura em Física do IFG é que 59,5% dos alunos que evadem são mulheres, o que não é uma grande surpresa já que os cursos de licenciatura são mais procurados pelo público feminino, segundo Salla e Ratier (2010) 92% dos alunos em fase de conclusão de curso de formação de professores são mulheres, reafirmando o que os autores disseram no IFG, 58,9% dos concluintes da Licenciatura em Física são do sexo feminino, mesmo a evasão sendo maior entre esse público há uma predominância na formação de mulheres.
Palavras-chave: Formação de Professor, Licenciatura em Física, Evasão..