63ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade |
CONTROLE BIOLÓGICO DO MOFO BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) EM CULTIVO DE FEIJÃO COMUM COM Trichoderma spp . |
Alaerson Maia Geraldine 1 Daniel Diego Costa Carvalho 2 Cirano José Ulhoa 3 Murillo Lobo Junior 4 |
1. Depto.de Fitossanidade, Mestrando em Agronomia - UFG 2. Depto.de Fitopatologia , Doutorando em Fitopatologia- UNB 3. Laboratório de Enzimologia, ICB, Universidade Federal de Goiás 4. Dr./Orientador, Embrapa Arroz e Feijão |
INTRODUÇÃO: |
Fungos antagônicos do gênero Trichoderma (Pers.), são espécies com potencial uso no controle biológico de diversos fungos habitantes do solo, causadores de doenças em plantas cultivadas. Algumas espécies desses fungos vêm recebendo grande atenção da pesquisa devido ao seu potencial como hiperparasitas de patógenos e pela alta capacidade de proliferação na rizosfera das plantas cultivadas. Segundo Gauch et al . (1996), espécies de Trichoderma podem interagir com o patógeno de diversas maneiras, tais como antibiose, competição, parasitismo, hipovirulência, predação ou indução de defesa do hospedeiro. Um de seus benefícios pode ser o controle de Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, um fungo habitante do solo causador do mofo branco em diferentes culturas, entre elas o feijão comum (Phaseolus vulgaris ) e a soja (Glycine max ). Diversos trabalhos (Gisele et al ., Figueiredo et al. e Ethur et al.) evidenciam a eficiência de Trichoderma spp. no controle de S. sclerotiorum in vitro, porém, poucas vezes este potencial é confirmado em campo. O objetivo deste trabalho foi avaliar em campo a eficiência dos melhores isolados de Trichoderma spp . da coleção de antagonistas da Embrapa Arroz e Feijão, no controle do mofo na cultura do feijão comum. |
METODOLOGIA: |
O experimento foi conduzido em uma área de 510m², na Fazenda Palmital da Embrapa Arroz e Feijão em Goianira, GO, infestada artificialmente com escleródios do patógeno e semeada com a cultivar de feijão Pérola. Os tratamentos foram constituídos pelos isolados 468/2 (T. tormentosum), ALL-42, 303/2 e 12/9 (T. harzianum), 34T/1 e 4/10 (T. asperellum), 11/9 (T. atroviride), 451/2 (T. agressivum), uma cepa de T. harzianum de uso comercial e uma testemunha contendo somente água destilada. Esses isolados foram cultivados em Erlenmeyer (250 mL) contendo arroz parboilizado previamente autoclavado (121º C; 40 min). Os frascos foram mantidos em BOD a 25ºC e fotoperíodo de 12 horas durante 7 dias. As suspensões de esporos, obtidas após a lavagem do arroz com água destilada, foram pulverizadas na concentração de 2 x 108 conídios viáveis.mL-1 no início do estádio R5 do feijoeiro. No estádio R6 foi realizada a contagem de apotécios. Uma escala de notas de 1 a 7 foi utilizada para avaliar no estádio R7 a severidade do mofo-branco (1: todas as plantas sadias; 2: 1 a 5% de área coberta por sintomas (ACS); 3: 6 a 20% ACS; 4: 21 a 50% ACS; 5: 51 a 70% ACS; 6: 71 a 90% ACS e 7: 91 a 100% ACS). Estimou-se também a produtividade e números de vagens/planta. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de média de Scott Knott a 5% de significância. |
RESULTADOS: |
Observaram-se dois grupos distintos com relação à severidade da doença, sendo que quatro isolados obtiveram resultados semelhantes à cepa comercial (451/2, 468/2, 08/04 e 34T/01). Com relação ao número de apotécios germinados, os isolados 303/02 e ALL42 não se diferenciaram da testemunha. Também foi possível observar dois grupos distintos com relação à produtividade e número de vagens/planta. Os isolados 34T/01, 468/02 e a cepa comercial apresentaram eficiência em todos os critérios de avaliação, demonstrando a superioridade desses isolados em relação aos demais, no controle do mofo branco do feijoeiro. O isolado ALL42, apesar da baixa eficiência na redução da severidade da doença e número de apotécios germinados, proporcionou também aumento produtividade do feijoeiro, indicando seu potencial como promotor do crescimento. Demonstrou, portanto, o potencial de isolados brasileiros de Trichoderma spp . quanto ao parasitismo de escleródios de S. sclerotiorum em campo, e seus efeitos sobre a severidade do mofo branco e produtividade do feijão comum. Quanto aos isolados 34T/01 e 486/02, seus resultados deverão ser validados em novos experimentos, Caso sua eficiência seja confirmada, eles poderão ser disponibilizadas para formulação e uso em maior escala, para controle do mofo branco. |
CONCLUSÃO: |
Os isolados 34T/01 e 468/02 apresentaram eficiência no controle em campo do mofo branco na cultura do feijão comum |
Palavras-chave: Trichoderma spp., Controle biológico, Sclerotinia sclerotiorum. |