63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física |
MOSTRA DE ASTRONOMIA – UMA OPÇÃO PARA ALUNOS E GRADUANDOS, NO ENSINO DE FÍSICA. |
Eliana Priscila Cavalcanti de Brito 1 Sarah Suely Nascimento Fonseca 1 Renata Oliveira Domingues 1 Alexandro Cardoso Tenório 2 Wictor Carlos Magno 3 |
1. Bolsista do PIBID/ Departamento de Física - UFRPE 2. Prof. Dr./ Orientador - Depto de Educação- UFRPE 3. Prof. Dr./ Coordenador do PIBID - Depto de Física- UFRPE |
INTRODUÇÃO: |
O ensino de física vem necessitando de constantes atualizações, haja vista que apenas aulas tradicionais não parecem ser suficientes para envolver os alunos. A Física é uma ciência experimental que estuda os fenômenos naturais. Tradicionalmente, os conhecimentos físicos são passados em um ambiente restrito a uma sala de aula composta apenas por quadro, cadeiras e alunos. Isso é uma desvalorização da capacidade de relacionar esta matéria com os mais diversos eventos que acontecem diariamente em qualquer espaço físico. É com este intuito que trabalhamos no PIBID-UFRPE, visando métodos dinâmicos de engajar os alunos do ensino médio na melhoria do ensino-aprendizagem dos conhecimentos físicos. Na experiência relatada, Mostra de Astronomia, ao aproximar a universidade pública da escola pública, teve como objetivo possibilitar um primeiro e/ou mais significativo contato dos graduandos em licenciatura em física com a realidade da escola pública, com o intuito de socializar diferenciados saberes físicos pra com todos os envolvidos. Discutiremos aqui, a opção didática metodológica de proporcionar à escola pública, no contexto do PIBID/Física/UFRPE, a mostra de conhecimentos de física na área de astronomia, que desperta tanto interesse entre jovens e é pouco trabalhado no ensino médio. |
METODOLOGIA: |
Realizada o dia 24 de Novembro de 2010, na Escola Estadual Lions de Parnamirim, a Mostra de Astronomia se configurou como uma oportunidade de encontro de conhecimentos entre os futuros professores e os alunos da escola pública, localizada em uma região socialmente vulnerável. Criamos uma estratégia que superasse os limites da sala de aula, envolvendo acadêmicos e secundaristas na superação do discurso de que “não há interesse em aprender física”. Nesse sentido, escolhemos a realização de um evento, cuja organização se desse de uma forma mais participativa. Assim, a Mostra de Astronomia foi divulgada na universidade, através de sites, cartazes e avisos, para convidar graduandos a participarem como apresentadores de trabalhos astronômicos (temática pouco explorada também no ensino superior). Conseguimos a parceria de treze alunos do curso licenciatura em física da UFRPE e mais uma graduada. Houve apresentação de temas como: Luas de Júpiter, A vida das estrelas, Sistema solar, Foguetes, entre outros. As exposições se deram em forma de banners, cartazes, maquetes, palestra e experimentos. Contamos com a exposição de um telescópio (emprestado da SAR- Sociedade Astronômica do Recife) e observação astronômica das luas de Júpiter no campus da UFRPE durante o turno da noite. |
RESULTADOS: |
Pudemos observar a variedade de reações durante o evento. Primeiramente no que se referem aos alunos da UFRPE, apresentando trabalhos feitos com intensa dedicação. Onde percebemos grande empenho em vê seu trabalho chamar a atenção dos alunos e professores. Atendendo a um público médio de 290 pessoas, contando com a participação inusitada de alunos do ensino fundamental, atendendo todo turno presente. Superando o tradicional discurso: “física interessa a poucos”. Referindo-se aos secundaristas, a curiosidade exaltava aos olhos, e aproximavam-se da exposição querendo saber e compreender de que se tratava. Perguntas como: A estrela se apaga? Como o sol não muda de lugar? Mostra que o ensino da física tradicional não consegue atender aos questionamentos básicos sobre os fenômenos naturais. Entre outros fatores positivos, podemos destacar que a atenção e o interesse para com a iniciativa podem ser vistos como forte indicativo de valorização do conhecimento científico, e vem para questionar o senso comum de que “os alunos não querem nada com a vida”. Enfim, percebemos o quanto a astronomia tem potencial para despertar a curiosidade científica, podendo ser uma estratégia para engajar os alunos em práticas científicas, desenvolvendo junto a estes o espírito investigativo e crítico. |
CONCLUSÃO: |
Concluímos nesta experiência que é possível desenvolver bons trabalhos para/com os alunos de escolas públicas, sem fazer pré-definições das dificuldades. Pois quando há um estímulo por parte dos educadores, um grupo relevante de alunos se dedica notoriamente. Despertando o conhecimento das ciências nos nossos secundaristas. Caso contrário, esta ação acarreta no desrespeito ao próximo, e faz apenas aumentar o preconceito entre estudantes, como se fossem menos capazes. Comprovadamente, isto foge de nossa obrigação e ética profissional. Em contra partida, trouxemos o despertar para o estudo das ciências que estão sempre ligadas aos acontecimentos diários. Assim, os alunos passam a querer compreender mais os fenômenos que os cercam, e a troca de conhecimentos vira algo inesperado, divertido, lúdico, prazeroso. É considerável que esta mostra permitiu aos jovens formandos a chance de ter conhecido ferramentas de renovação do ensino da física, ora bitolada as salas de aulas, e ver que para uma inovação e melhores resultados, basta envolvermos a física com os reais interesses de nossos alunos. O ensino da astronomia pode ser inserido no ensino médio, trazendo respostas para fenômenos do cotidiano. Tarefa possível quando regada a um planejamento e execução de qualidade. |
Palavras-chave: Ensino de Física, Astronomia, PIBID. |