63ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências |
LIMITES E POSSIBILIDADES DO USO DA EXPERIMENTAÇÃO NAS AULAS DE CIÊNCIAS: A VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES DE UMA ESCOLA PÚBLICA EM ELDORADO DO CARAJÁS (PA) |
Luzia Pires Santana Coelho 1 Solange Gomes Machado 2 Bruna Patrícia da Silva Lima 3 João Manoel da Silva Malheiro 4 |
1. Secretaria Municipal de Educação de Eldorado de Carajás (PA) 2. Secretaria Municipal de Educação de Eldorado de Carajás (PA) 3. Campus Universitário de Castanhal. Fac. de Licenciatura Plena em Pedagogia- UFPA 4. Prof. Dr./ Orientador- PPGECM/ UFPA |
INTRODUÇÃO: |
O Ensino de Ciências de um modo geral tem sido fragmentado em conteúdos livrescos produzidos para atender um público que vive realidades diferenciadas quanto ao modo sócio, econômico e cultural. Sabendo-se que o aluno constrói seu conhecimento através da observação, fica difícil pensar em aulas de Ciências sem experimentação. O uso desta em sala de aula permite ao aluno uma ampliação de seu conhecimento. Dessa maneira os alunos terão a possibilidade de criar uma nova postura nas aulas de Ciências, ou seja, serão mais participativos, questionadores e mais ativos. A experimentação para a resolução de um problema pode se tornar um grande aliado ao processo de Ensino e de Aprendizagem das Ciências. Através de experimentos investigativos poderemos encontrar uma maneira alternativa/criativa de introduzir os alunos no assunto a ser estudado. Diante dessa discussão procuramos abordar na nossa pesquisa os limites e possibilidades para o uso da experimentação em sala de aula por professores de Ciências da 6ª série do Ensino Fundamental na Escola Municipal de Ensino Fundamental Eldorado. Os resultados apontam para a necessidade dos professores de Ciências reintroduzirem em suas aulas a utilização das experimentações para a resolução de um problema. |
METODOLOGIA: |
A pesquisa foi desenvolvida na escola municipal Eldorado, localizada em Eldorado dos Carajás/PA. Com objetivo de avaliarmos as dificuldades dos professores para realizarem a experimentação nas aulas de Ciências, focamos como sujeitos de nossa pesquisa, três turmas de 6ª série do ensino fundamental com seus respectivos professores. Caracterizamos nossa pesquisa como qualitativa (BOGDAN e BIKLEN, 1996), pois avaliamos argumentos apresentados por professores e alunos com relação à utilização da experimentação nas aulas como elementos estimuladores da participação discente, buscando refletir a cerca da possibilidade de usar materiais alternativos nas experimentações na ausência de um laboratório e materiais específicos na escola (FURMAN, 2010). Os dados da pesquisa foram constituídos por meio da aplicação de questionários semi-estruturados aplicados junto aos sujeitos da pesquisa. Analisando as falas dos sujeitos, percebemos que estes (professores/alunos) concordam com a importância de se trabalhar experimentação, “[...]os alunos conseguem entender, visualizar, questionar e interagir bem mais durante as aulas experimentais; “[...] saberíamos mais, aprendendo na prática e na teoria”. Mas, ambos nunca praticaram tais procedimentos, apesar de considerá-los importantes. |
RESULTADOS: |
De acordo com as respostas dos professores percebemos a dificuldade dos mesmos em realizar experimentação nas aulas de Ciência. O Ensino de Ciências em muitas ocasiões, não precisa de laboratório para ser de qualidade, o que precisamos é de professores que reconheçam que a ação do aluno não é isolada, mas dependerá principalmente do trabalho pedagógico dele e que repense sobre sua prática docente (CARVALHO e GIL-PEREZ, 1996). “O uso do laboratório pode estimular curiosidade dos alunos, mas para isso, é necessário que estes sejam desafiados cognitivamente” (GUIMARÃES, 2009, p. 202). Analisando a fala dos alunos percebemos a necessidade de mudança na postura do professor como mediador de Ensino e Aprendizagem, faz-se necessário aulas mais criativas que forneçam ferramentas para que o discente possa obter uma aprendizagem significativa para sua vida dentro e fora do espaço escolar. Os resultados apontaram que houve deficiência na formação desses professores, reforçando a necessidade de formação continuada, bem como a evidência que, embora os professores reconheçam que as aulas sustentadas na experimentação despertem a curiosidade, a atenção e participação dos estudantes, os mesmos dão explicações vagas no sentido de justificar o porquê da não utilização da metodologia. |
CONCLUSÃO: |
Constatamos que os professores nunca haviam feito experimentação em suas aulas, e que os alunos esperam uma aula mais dinâmica que os estimule a por em jogo tudo o que sabem sobre o assunto, poder aprimorar seu conhecimento e dessa forma tornar-se autônomos na construção de sua aprendizagem. A pesquisa nos deixou evidência que o Ensino de Ciência se tornaria mais rico e atrativo para o aluno se professor deixasse de lado as aulas rotineiras de quadro e giz, adotando o uso de materiais alternativos que estão presentes no cotidiano do aluno, ou seja, o professor precisa se dispor e realmente entender o sentido de utilizar essas ferramentas para dinamizar suas aulas, além de estar despertando no aluno, um olhar crítico e reflexivo sobre sua atuação no meio, temos clareza que muito mais do que apresentar e analisar uma pesquisa sobre a dificuldade do professor em trabalhar com atividades experimentais ficamos com a certeza de que é possível realizar experimento em sala de aula de forma interessante, e que dentro dessa possibilidade é fundamental o compromisso e a formação contínua do professor. Zancan (2000, p.03) ressalta a importância de processos de aprendizagem que tornem o aluno sujeito da sua formação, cabendo à escola e aos professores o papel de mediadores do conhecimento. |
Palavras-chave: Experimentação para Resolução de Problemas, Ensino e Aprendizagem de Ciências, Trabalho Experimental. |