63ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal |
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA VARIABILIDADE GENÉTICA INTRAPOPULACIONAL EM Dipteryx alata VOG. (FABACEAE) |
Ludmilla de Lima Sant’Ana 1 Dayane Borges Melo 1 Thannya Nascimento Soares 3 Lázaro Jose Chaves 2 Marina Pires de Campos Telles 1 |
1. Instituto de Ciências Biológicas - UFG 2. Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos – UFG 3. Profa. Dra./ Orientadora Instituto de Ciências Biológicas - UFG |
INTRODUÇÃO: |
A estrutura genética intrapopulacional corresponde à forma como a variabilidade genética está distribuída espacialmente dentro das populações. Essa estruturação, nas plantas, é afetada pelos padrões de dispersão e polinização além da ação da deriva genética, endogamia e seleção local. A espécie Dipteryx alata Vogel (Fabaceae) é uma planta que possui uma ampla distribuição no Cerrado Brasileiro. O barueiro apresenta grande importância ecológica para o bioma, sendo classificado como espécie chave do Cerrado por ser uma das poucas árvores que amadurece o fruto na estação seca e alimenta várias espécies da fauna em uma época de escassez de alimentos na região (Sano et al., 2004). D. alata é uma árvore hermafrodita, auto-incompatível que apresenta polinização por abelhas. A dispersão de sementes é do tipo zoocórica, sendo realizada principalmente por morcegos e macacos (Ribeiro et al., 2000). O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura genética espacial dentro de duas populações situadas nas margens (Mato Grosso e Goiás) do Rio Araguaia, utilizando marcadores microssatélites. |
METODOLOGIA: |
Foram utilizadas folhas de 190 plantas, sendo 95 de cada margem/população, que foram avaliadas com base em seis locos microssatélites, cinco desenvolvidos para o barueiro e um transferido do feijoeiro comum. Os produtos de PCR foram separados em gel de poliacrilamida 6% e corados com nitrato de prata. Da matriz de genótipos resultante da análise dos géis, foram estimados os parâmetros genéticos de diversidade e a presença de autocorrelação espacial, com base no I de Moran médio (Iq). Estas análises foram conduzidas nos programas TFPGA 1.0 e SGS para cada população. |
RESULTADOS: |
O número de alelos por loco variou entre 2 e 12. As heterozigozidades observadas foram iguais a 0,3363 e 0,3672 e as esperadas 0,3888 e 0,3465 para MT e GO respectivamente. Os valores de índice de agregação (0,128 para MT e 0,154 para GO) indicam que as plantas se distribuem de modo agregado nestas populações. As distâncias máximas entre as plantas foram de 78 km e 39 km para as populações MT e GO, respectivamente. A análise de autocorrelação espacial detectou uma estrutura genética espacial positiva e significativa nas duas primeiras classes de distância (até 15,6 km) e negativa e significativa a partir da quinta classe de distância (39 km) até a última para a população MT. O correlograma da população GO apresentou valor de autocorrelação positivo e significativo somente na primeira classe de distância e valores negativos e significativos na sexta e oitava classes de distância. De modo geral o correlograma de MT exibiu um padrão clinal de variação que se associa ao modelo de fluxo gênico de isolamento por distância. A população de GO apresenta um correlograma com padrão que sugere uma distribuição aleatória dos genótipos, ou seja, não dependente da posição geográfica das plantas. |
CONCLUSÃO: |
Embora as populações avaliadas neste estudo tenham apresentado valores de diversidade genética muito similares, a distribuição espacial das plantas está numa escala muito diferente, onde a distância máxima da população de GO equivale à escala geográfica de não significância da população de MT, o que pode explicar a ausência de padrão espacial significativo na população de GO. |
Palavras-chave: autocorrelação espacial, baru, marcadores moleculares. |