63ª Reunião Anual da SBPC |
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia |
FREQUÊNCIAS DE EVENTOS DE MÁXIMA INTENSIDADE DE CHUVA EM CAMPINA GRANDE, PB. |
Jório Bezerra CABRAL JÚNIOR 1 Éricka Araújo SANTOS 2 Hermes Alves de ALMEIDA 3 |
1. Depto. de Geografia, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) 2. Depto. de Geografia /UEPB 3. Prof. Dr./ Orientador - Chefe Departamento de Geografia da UEPB |
INTRODUÇÃO: |
Os eventos pluviais nos trópicos tendem a ocorrer com maior intensidade quando se compara com outras regiões do globo. No semiárido nordestino, além da elevada variabilidade espacial e temporal da chuva, há irregularidade nos eventos extremos. As máximas intensidades de chuvas provêm de nuvens do tipo convectiva, do gênero cumulonimbus, por ter como característica principal a elevada torrencialidade em curto espaço de tempo e, por isso, consegue inundar campo e cidades. A falta de conhecimento quantitativo da intensidade, duração e frequência de chuvas convectivas em Campina Grande, PB, dificultam e/ou inviabilizam planejar e monitorar áreas de risco em função do dimensionamento inadequado das estruturas hidráulicas para o escoamento de água pluvial, de eventos extremos. Por isso, houve a necessidade de quantificar as frequências de intensidades máximas de chuva em Campina Grande, PB, sendo esse o objetivo principal deste trabalho. |
METODOLOGIA: |
Os dados diários de chuvas foram cedidos pelo Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (CNPA/EMBRAPA), em Campina Grande, referentes ao período de 1977 a 2010. Foram selecionados os dias com totais de chuva maior ou igual a 30 mm por dia. Os dados diários foram agrupados em ordem cronológica: mês a mês e de ano a ano, sendo quantificados e calculados as frequências relativas desses eventos. Os eventos extremos foram também agrupados, por décadas e em ciclos de cinco anos. Os cálculos, análises e os gráficos foram elaborados utilizando uma planilha Excel. |
RESULTADOS: |
No período estudado (1977 a 2010) foram constatados 136 eventos extremos de chuva (totais ≥ 30 mm por dia). Desse quantitativo, o máximo foi de 105,0 mm (dia 10/04/1978). Doze foi o maior número de eventos extremos e ocorreu no ano de 2000. Já, nos anos de 1987 e 1998 não houve chuva com a intensidade maior ou igual a 30 mm por dia. Os eventos que ocorreram com maior frequência foram os de cinco e quatro vezes por ano, que representam 23,5 e 17,7% respectivamente. Destaca-se, entretanto, que a possibilidade de ocorrer 30 mm ou mais, no intervalo de um dia, variou entre um e cinco eventos, ou seja, 76,5% dos valores amostrados. Os meses de fevereiro, março e abril foram os que registraram as maiores repetições com 14; 16,9 e 20,6% sucessivamente. Enquanto que, outubro não houve registro de chuva igual ou superior a 30 mm/dia, no período estudado. Agrupando-se em sequência de cinco em cinco anos, observou-se que as maiores frequências de intensidade ocorreram nos ciclos seguidos de 1997-01 e de 2002-06 com 18,4 e 17,6%. A menor frequência ocorreu no ciclo de 1987 a 1991 com 9,6%. Quando se analisa por décadas, a de 80 registra uma frequência de 30%, cai na de 90 com 25% e volta a crescer atingindo o máximo na década de 2000 com 45%. |
CONCLUSÃO: |
As oscilações de eventos de máxima intensidade (≥30mm/dia) são elevadas em qualquer situação. Há meses e/ou anos com e sem ocorrência. Os maiores números de eventos ocorreram no ano de 2000, já os anos de 1987 e 1998 não houve registro nessa mesma magnitude. A frequência de ocorrer entre 1 e 5 eventos de intensidade máxima de chuva no ano foi de 76,5%. O mês de abril foi o que apresentou a maior frequência (20,6%) de intensidade máxima, enquanto meses como outubro, por exemplo, não houve eventos igual ou maior a 30mm por dia. De 1997 a 2001 e de 1987 a 1991 constatou-se a maior e a menor frequência com 18,4 e 9,6% respectivamente. Houve uma diminuição na frequência de eventos máximos, quando se compara a década de 80 para a de 90, e um aumento na década de 90 para a de 2000. |
Palavras-chave: Clima, Precipitação pluvial, Torrencialidade.. |