63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
Rayane da Costa Santos 1
Nayara Vieira de Faria 2
Aline Isabella Saraiva Costa 3
Talita Sousa Batista 4
Maria Luiza Rêgo Bezerra 5
Paulo Roberto da Silva Ribeiro 6
1. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA
2. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA
3. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA
4. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA
5. Curso de Enfermagem – CCSST – Universidade Federal do Maranhão – Imperatriz – MA
6. Profº. Dr. / Orientador - Universidade Federal do Maranhão / CCSST
INTRODUÇÃO:
A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição mórbida decorrente de uma série de fatores e apresenta como característica fisiopatológica principal a falência da função renal, sendo que a hemodiálise é a terapia mais empregada para o tratamento dos pacientes com DRC. Esta patologia e o tratamento hemodialítico provocam uma sucessão de situações para o paciente, comprometendo o aspecto físico e o psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais, demandando uma grande adaptação. Além disso, este tratamento leva a um estresse importante ao paciente, ocasionando um progressivo e intenso desgaste emocional, comprometendo diretamente a sua qualidade de vida. Dessa forma, percebe-se a importância da identificação da depressão, pois os aspectos psicológicos são contribuintes altamente significativos para a qualidade de vida. Ressalta-se que a depressão é a complicação psiquiatra mais comum nos pacientes com DRC e também interferi na adesão do paciente ao tratamento. Diante disso, este trabalho objetivou avaliar o grau de depressão de pacientes com DRC em hemodiálise atendidos na Clínica de Doenças Renais (CDR), localizada no Município de Imperatriz – MA.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo, de campo, prospectivo e com abordagem quantitativa. Para tanto, foram analisados 118 pacientes que utilizam a terapêutica da hemodiálise para o tratamento da DRC na Clínica de Doenças Renais em Imperatriz – MA. Este trabalho foi realizado no período de novembro de 2009 a abril de 2010. Os pacientes, sem déficit cognitivo, foram entrevistados após a assinatura do termo de consentimento informado para participar do estudo, onde os entrevistadores realizaram os devidos esclarecimentos sobre a pesquisa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se um roteiro de entrevista prontamente estruturado e do Inventário de Depressão de Beck, junto ao público-alvo. Os pacientes foram abordados durante as sessões de hemodiálise. Os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados.
RESULTADOS:
A partir da análise dos dados observou-se que a população em estudo foi composta em sua maioria por indivíduos do sexo masculino (70,3%); com faixa etária entre 51 a 55 anos (18,7%); detentores do ensino médio incompleto (44,0%); com renda mensal de 1 a 2 salários mínimos (83,0%) e fazem tratamento por um período menor ou igual a 5 anos de tratamento (40,7%). Além disso, observou-se que 52,5% dos pacientes apresentaram algum tipo de depressão de acordo com análise proposta pelo Inventário de Depressão de Beck, sendo 22,0%; 22,9% e 7,6% com depressão leve, moderada e grave, respectivamente. A faixa etária entre os 60 e 70 anos foi a mais atingida por depressão, sendo que esta também tem maior prevalência de pessoas com baixa escolaridade e de pacientes em início do tratamento hemodialítico. Dessa forma, estes pacientes podem abandonar a hemodiálise ou apresentar uma adesão inadequada à mesma, uma vez que os problemas emocionais encontrados nos pacientes em estudo inibem a compreensão e a realização das recomendações que devem ser adotadas durante o tratamento de um doente renal crônico.
CONCLUSÃO:
A DRC é uma patologia crônica e insidiosa que compromete as funções vitais, debilitando e impondo restrições físicas e psicológicas ao exigir um esforço muito grande dos pacientes para tolerarem e se adaptarem às mudanças de vida e a gradual perda da qualidade da mesma. Por meio do presente trabalho, foi possível evidenciar que a incidência de depressão foi relevante nos pacientes em hemodiálise analisados, fazendo-se necessário o trabalho do enfermeiro para auxiliar no diagnóstico precoce, orientação e educação para o tratamento mais efetivo da DRC. Dessa forma, é necessária a adoção de programas de apoio para a melhoria na qualidade de vida destes pacientes de modo a favorecer a valorização, compreensão e utilização das variáveis psicossociais na busca da humanização da assistência aos pacientes com DRC em tratamento hemodialítico.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Hemodiálise, Depressão.