63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica
ANÁLISE DA CICATRIZAÇÃO CUTÂNEA EM RATOS WISTAR TRATADOS COM ELETROACUPUNTURA
Nahimann Maria de Sousa 1,2
Vinicius Gonçalves Lopes 1,2
Erminiana Damiani de Mendonça 2,3
Elder Narciso Feltrim 4
1. Acadêmico (a) do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica
2. Centro Universitério Luterano de Palmas (CEULP-ULBRA)
3. orientadora
4. coorientador
INTRODUÇÃO:
O processo de cicatrização sempre foi importante para a sobrevivência dos seres vivos, uma vez que estes são expostos a agressões, que levam ao surgimento de feridas. Graças a essa capacidade o homem pôde resolver seus ferimentos e perpetuar a espécie, mesmo antes do advento de curativos, antibióticos ou cirurgias. (KAMOTO, 2008). Estudos experimentais que objetivam compreender o processo de cicatrização e modulá-lo com intuito de torná-lo mais eficiente, podem contribuir para o desenvolvimento de novas terapêuticas. A possibilidade de acelerar a cicatrização e o fechamento de lesões cutâneas, através de recursos químicos medicamentosos ou físicos, tem sido objeto de investigação de muitos pesquisadores. A pomada Fibrase® é um composto de fibrinolisina associado ao cloranfenicol que são enzimas fibrinolíticas e antibióticos responsáveis pela estimulação da cicatrização da pele (SILVA, 2002). Na tentativa de acelerar processos reparativos, têm sido utilizados os efeitos da eletroacupura relacionados à cicatrização, por proporcionar analgesia, aumento da circulação local, estímulo da colagênese e redução de edemas (ORHAN et al, 2004). O presente trabalho tem o intuito de avaliar o efeito cicatrizante da aplicação de eletroacupuntura e da Fibrase® em lesões cutâneas em ratos Wistar.
METODOLOGIA:
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do Uso de Animais (CEUA) da ULBRA protocolo nº 167. Foram utilizadas 30 ratas wistar com 2 meses de idade, cedidos pelo Biotério do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA) mantidas de acordo com as suas exigências, separados em 3 grupos com 10 animais cada: controle (GC), fibrase (GF) e eletroacupuntura (GE). Anestesiados com injeções de cetamina (5mg/kg) e xilazina (1mg/kg), imobilizados em prachetas, depilados na região dorsal em área de 3 cm², com uma lâmina de bisturi. A pele foi retirada com um push metálico cortante de 1cm² de diâmetro, até a fáscia muscular dorsal. O GF foi tratado diariamente com a aplicação de 0,1g a 0,15g da pomada Fibrase® no local da lesão. Nos dias 1º e 8º após a lesão, o GE recebeu a aplicação da eletroacupuntura, com duas agulhas, colocadas em sentido contrário na borda da lesão, com um aparelho WQ-10CZ com freqüência de 10 em intensidade de 2.5, durante 15 minutos, com a mesma anestesia usada para retirada da pele, somente para conter o animal. O mesmo procedimento foi realizado no GC, com exceção da passagem de corrente elétrica. As lesões foram medidas em sentido látero-lateral com o auxílio de um paquímetro no 6º, 12º e 17º dia após a lesão para a determinação do diâmetro da ferida.
RESULTADOS:
Os animais foram acompanhados por 20 dias. As medidas das lesões possibilitam observar diferenças significativas no tempo de fechamento das feridas entre os grupos. No 6º dia de acompanhamento os grupos apresentavam as seguintes médias de medidas no sentido látero-lateral: 0,73cm o GC; 0,5cm o GF e 0,33cm o GE. No 12º dia 0,27cm o GC; 0,08cm o GF e 0,05cm o GE. O grupo tratado com eletroacupuntura apresentou medidas inferiores aos demais grupos avaliados, sendo o único apresentar todas as feridas totalmente fechadas no 17º dia após a lesão, enquanto o GF exibia uma lesão de 0,05cm e o GC ainda apresentava uma lesão de 0,1cm. Evidenciando a cicatrização acelerada no GE, estes apresentaram uma cicatrização completa, sem contaminação e com tensão superior àquela do GF e do GC. De acordo com Beheregaray e colaboradores (2009) que pesquisou o tratamento de ferida por eletroacupuntura, isso ocorre devido à capacidade da eletroestimulação potencializar o processo inflamatório agudo inicial, acelerando o processo de eliminação de restos celulares e bacterianos. Levando assim a uma passagem mais rápida pela fase inflamatória do processo de cicatrização da ferida. Os dados obtidos mostram que o uso de correntes elétricas de baixa intensidade leva a um reparo tecidual acelerado.
CONCLUSÃO:
De acordo com os resultados obtidos, verifica-se que o uso da terapia por eletroacupuntura (EA) demonstrou ser eficaz em estimular o processo cicatricial, promovendo rápida reparação da lesão nos animais do GE, favorecendo o restabelecimento da estrutura, e a função de proteção da pele com fechamento da lesão em menor espaço de tempo da ferida em comparação os demais grupos avaliados, tanto o GF como o GC. Assim, sugere-se estudos para verificar se a eletroacupuntura possui melhor efeito cicatrizante até mesmo com a presença de uma substância que possa dificultar a cicatrização. Pois os resultados mostrados no trabalho são animadores.
Palavras-chave: cicatrização, acupuntura, eletroestimulação.