63ª Reunião Anual da SBPC |
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 7. Economia Regional e Urbana |
A ORIGEM DO HIATO SOCIOECONÔMICO NORDESTINO: UMA ANÁLISE CRÍTICA. |
Ivan Marinho de Barros 1 Kássio Ferreira da Silva 1 Vitor Eduardo Schincariol 2 |
1. Graduando em Ciências Econõmicas da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - UFAL 2. Prof. Dr. / Orientador - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - UFAL |
INTRODUÇÃO: |
O artigo visa explanar alguns dos fatores preponderantes na origem do hiato socioeconômico entre o nordeste - centro dinâmico primevo na economia do país - e os centros econômicos surgentes a partir de meados do século XVIII. A análise percorre todo o período de tempo da formação econômica nordestina, desde a doação da ilha de São João (atual Fernando de Noronha) em 1504, para Fernando de Noronha - visando exploração do pau-brasil -, passando pelos principais ciclos econômicos do Brasil colônia (cana-de-açúcar, café e ouro), pelo complexo cenário político do Brasil nos séculos XIX e XX - onde são abordadas detalhadamente todas as variações socioeconômicas relacionadas aos modelos aplicados -, atingindo os dias atuais. |
METODOLOGIA: |
O trabalho fundamenta-se em pesquisa histórico-analítica que busca, por meio da análise de dados e com base na teoria econômica, encontrar as principais razões para o distanciamento da economia nordestina do centro dinâmico atual (região geoeconômica centro-sul). A obtenção dos dados permitiu a montagem de modelos econométricos que precisam as principais variáveis responsáveis pela existência desse hiato. No trabalho faz-se uso dos softwares estatísticos eviews e microsoft excel. |
RESULTADOS: |
Pode-se perceber que os fatores condicionantes para que ocorresse o deslocamento da região nordeste da estrutura socioeconômica nascente residem, em sua grande maioria, sob o manto das relações sociais desenvolvidas desde a formação da região até os dias atuais. Tais relações sociais são responsáveis por uma cadeia de outros motivos secundários que podem ser apontados como potencializadores desse deslocamento ao longo do tempo, a saber: (i) estrutura agrária latifundiária; (ii) fundamentação econômica na monocultura; (iii) ausência de políticas públicas independentes dos estados de subsídio à atividade industrial a partir da constituição de 1946. Esses motivos secundários se subdividem, por sua vez, em diversos outros fatores causadores da desigualdade verificada, e são também alvos do escopo desse trabalho. |
CONCLUSÃO: |
A prova de que os fatores abordados pelo trabalho são, de fato, explicativos para o modelo aplicado, está no elevado R2 obtido a partir da regressão feita para as variáveis aplicadas, sob forma de "grau de concentração agrária" - referente ao ponto (i) -, "nível de diversificação econômica" - referente ao ponto (ii), "capital humano", e, por fim, "influência das políticas públicas locais" para o período posterior à constituição de 1946 - referente ao ponto (iii) supracitado. A política pública federal apresenta elevada autocorrelação quando aplicada ao modelo nos anos anteriores a 1985, tornando-se de pouco importância sua aplicação aos modelos, que percorrem o período entre 1504 e 2010. Em suma, os pontos abordados pela pesquisa são suficientes para explicar a formação das relações sociais no nordeste, e apontar os fatores resultantes dessa que são responsáveis pelo hiato socioeconômico vigente entre a região e o eixo dinâmico exercido pela região geoeconômica centro-sul. |
Palavras-chave: Região nordeste, Formação econômica, Hiato socioeconômico. |