63ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
GESTANTE USUÁRIA DE CRACK: ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE ASSISTÊNCIA DE SAÚDE EM SÃO LUÍS – MA
Bruno Campêlo de Andrade 1
Clístenes Alyson de Souza Mendonça 2
Josilma Silva Nogueira 3
Liana Priscila Lima de Melo 4
Luís Eduardo Oliveira Ribeiro 5
Liberata Campos Coimbra 6
1. Graduando do Curso de Enfermagem - UFMA
2. Graduando do Curso de Enfermagem - UFMA
3. Graduanda do Curso de Enfermagem - UFMA
4. Graduanda do Curso de Enfermagem - UFMA
5. Graduando do Curso de Enfermagem - UFMA
6. Profa. Dra./ Orientadora - Depto de Saúde Pública - UFMA
INTRODUÇÃO:
Dentre as mais diversas drogas encontradas ilegalmente no Brasil, o crack é uma das de maior destaque em meio aos usuários. Um dos subprodutos da cocaína, o crack caracteriza-se por ser uma droga de fácil acesso (pelo fato de ser barata), por apresentar um efeito bastante intenso ao incorporar o organismo de quem o consome assim como, por ser uma droga que rapidamente causa dependência.
Realidade não somente de grandes centros urbanos da região Centro-sul, delimitada pelas “cracolândias”, o crack é uma droga de consumo mais crescente no país. O perfil dos usuários são indivíduos de baixo poder aquisitivo e pouca escolaridade que se encontra em situação de degradação. Pessoas que se entregam ao consumo exacerbado da droga, em detrimento de suas condições biopsicossociais.
O mais alarmante de todo esse quadro de epidemia é que podermos encontrar – pelos semáforos, ruas, avenidas e viadutos – mulheres gestantes fazendo uso do crack, sem que haja a menor preocupação por parte da própria gestante; menos ainda por falta de ações que evitam esse tipo de cena.
Episódios, como o citado acima, vem a confirmar que a epidemia do crack define-se como um problema de saúde pública. E é a partir disso, que o seguinte trabalho irá buscar analisar como está estruturada a assistência a gestante usuária de crack em São Luís do Maranhão.
METODOLOGIA:
Foi realizada pelos graduandos do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão, uma pesquisa de caráter analítico a respeito das condições da assistência de saúde a gestantes dependentes do crack no CAPS ad, localizado no bairro do São Francisco na própria capital do estado.
A pesquisa ocorreu no mês de maio de 2010 através de visitas ao centro de ajuda psicossocial, nas quais foram colhidas informações, com alguns dos profissionais componentes da equipe multiprofissional (psicólogo e enfermeira), sobre toda a estrutura, organização, funcionamento, êxitos e principalmente, as dificuldades do centro.
RESULTADOS:
No CAPS ad de São Luís - MA, dentro do intervalo de tempo em que foram realizadas as visitas, foi registrado apenas um caso de gestante usuária de crack assistida. Dado bastante intrigante, já que é de conhecimento do grupo responsável pela pesquisa que tem aumentado a ocorrência de mulheres envolvidas com o tráfico e consumo (porte) de crack no estado (muitas dessas mulheres na condição de grávidas), segundo informações da DENARC – Delegacia de Narcóticos.
Assim como, é crescente o número de mulheres envolvidas com o crack, encontramos nas maternidades da cidade registros de um número significante de recém-nascidos prematuros com deficiências, má formações ou até mesmo com sintomatologia de crise de abstinência por conta de um vício herdado da mãe usuária.
É bastante conflitante saber que há uma estrutura especializada em assistir ao usuário de drogas, porém não há uma articulação dele com outras entidades, como hospitais, maternidades, delegacias entre outros que possam recuperar e reabilitar o indivíduo nos seus variados âmbitos: orgânico, social e psicológico. Através dessa análise o que se percebe é que cada vez mais se faz necessário a aplicação de políticas publicas mais efetivas e eficazes, no que tange a assistência das gestantes, prestando o cuidado de maneira integral a mãe e seu filho.
CONCLUSÃO:
O que percebemos a partir deste trabalho é que em relação a muitos outros centros urbanos, São Luís encontra-se despreparado para lidar com a problemática engendrada pelo crack e o seu uso por gestantes. Através do avanço, cada vez maior, da droga na sociedade maranhense faz-se necessário estratégias que vão além do cumprimento de intervenções de saúde, mas de ações mais efetivas de segurança, planejamento, melhor distribuição de renda, educação e saúde. Afinal de contas, o crack além de ser um problema de políticas públicas em saúde é um problema de políticas públicas em geral.
Palavras-chave: assistência, gestante, uso de crack.