63ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
BIOMETRIA DE SEMENTES, GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE Parkia platycephala BENTH. (FABACEAE)
Karine Dias Gomes dos Santos 1
Laís Ramos Alves 2
Wagner de Melo Ferreira 3
1. Núcleo de Estudos Ambientais - Universidade Federal do Tocantins
2. Núcleo de Estudos Ambientais - Universidade Federal do Tocantins
3. Prof. Dr./ Orientador Núcleo de Estudos Ambientais - Universidade Federal do Tocantins
INTRODUÇÃO:
Sementes de diferentes espécies apresentam faixas de temperatura distintas para germinação. Dentro dessas faixas, pode ser considerada como temperatura ótima aquela na qual ocorre a mais alta porcentagem de germinação, dentro do menor espaço de tempo (Mayer & Poljakoff-Mayber, 1989). Nesse processo, a temperatura influencia a absorção de água e também as reações bioquímicas que o controlam e, em conseqüência, afeta tanto a velocidade e uniformidade de germinação, como a germinação total (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).
Parkia platycephala pertence à família Fabaceae, foi a espécie selecionada para o presente estudo, uma vez que ela é comumente encontrada no Estado do Tocantins e, por isso, foi escolhida como árvore símbolo do referido Estado. Ela ocorre no Cerrado e em sua transição com a Mata Atlântica e a Caatinga.
A análise do crescimento inicial de uma espécie permite estudar a sua capacidade de adaptação às condições climáticas da região em que foi introduzida (BENICASA, 2003). O presente trabalho teve por objetivo realizar a biometria de sementes, avaliar a germinação de Parkia platycephala em diferentes temperaturas e analisar o crescimento inicial de suas plântulas sob condições de viveiro. Esses dados servirão como subsídios para programas de recomposição de áreas degradadas.
METODOLOGIA:
Trezentas sementes de P. platycephala foram utilizadas para a análise biométrica onde foram avaliadas a largura, espessura, comprimento e peso fresco. Para a análise de germinação as sementes foram escarificadas mecanicamente. Elas foram postas para germinar em placas de Petri contendo dupla camada de papel filtro umedecido com 20 ml de água previamente autoclavada. As placas foram distribuídas ao acaso em germinador nas temperaturas de 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 450C com fotoperíodo de 12 horas. O modelo experimental utilizado foi o inteiramente ao acaso com 5 repetições de 15 sementes para cada tratamento. A emergência da radícula foi o critério de germinação utilizado. Foram avaliadas a germinabilidade (G), velocidade média de germinação (VMG) e coeficiente de uniformidade de germinação (CUG). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.
Para o estudo de crescimento inicial 300 sementes foram escarificadas e semeadas a 1 cm de profundidade em copinhos plásticos com substrato autoclavado. Os copinhos foram mantidos em viveiro com 100% de sombreamento por 60 dias. Foram avaliados os seguintes parâmetros altura da planta, diâmetro do caule, número de folhas, número de raízes, comprimento da maior raiz, massas seca da raiz e da parte aérea.
RESULTADOS:
A análise morfométrica das sementes de P. platycephala revelou que em média a largura, espessura, comprimento e o peso são respectivamente 6,565 mm, 4,03 mm, 11,79 mm e 4,217g. Resultados semelhantes foram encontrados por Camara (2008) estudando sementes de P. pendula.
Em relação à germinabilidade não se observou diferença significativa entres as temperaturas de 15, 20, 25, 30 e 35 0C, entretanto 25 0C proporcionou a maior germinabilidade (88%). Nascimento et al (2003) trabalhando com a mesma espécie, obteve apenas 37% de germinação à 25 0C e para as temperaturas de 20 0C e 30 0C encontrou 15% e 53% respectivamente, resultados diferentes dos encontrados no presente trabalho. Os tratamentos 30, 35 e 40 0C apresentaram as maiores VMGs (0,55 sementes/dia), o que se assemelha aos resultados obtidos por Camara (2008) para P. pendula. O maior CUG foi obtido na temperatura de 40 0C (2,0), porém não foram detectadas diferenças estatísticas entre os tratamentos.
Em relação ao crescimento inicial das plântulas, verificou-se que, nas condições de 100% de sombreamento houve maior investimento em parte aérea do que em raiz. Isso provavelmente se deve ao fato de que, com uma menor disponibilidade luminosa a translocação de assimilados para a raiz é reduzida (Gonçalves et al. 2000).
CONCLUSÃO:
A análise morfométrica das sementes revelou resultados semelhantes a outros estudos. A maior germinabilidade, velocidade média de germinação e coeficiente de uniformidade de germinação foram observados nas temperaturas de 25, 35 e 40 0C, respectivamente. As temperaturas de 10 e 45 0C foram inibitórias uma vez que não possibilitou a germinação de sementes. Nas condições do presente estudo, Parkia platycephala apresentou maior investimento no crescimento da parte aérea do que da porção radicial.
Palavras-chave: Temperatura, Sombreamento, Parkia.