63ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
A ESPACIALIDADE DA FÉ NAS MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS EM JUAZEIRO DO NORTE/CE: NOVAS TERRITORIALIDADES DA BASÍLICA MENOR DE NOSSA SENHORA DAS DORES.
Regina Maria Vieira dos Santos 1
José Alday Pinheiro Alves 2
Nathália Deise Silva Costa 2
Francisco de Assis da Silva 2
Bruna dos Santos Pereira 2
1. Profa. Esp./ Orientadora - EEEPPMS
2. Alunos orientandos - EEEPPMS
INTRODUÇÃO:
As manifestações religiosas em Juazeiro do Norte/CE tiveram início no final do século XIX, ocorreram numa pequena capela dedicada à Nossa Senhora das Dores, atraiando pessoas de diversas localidades do sertão nordestino que buscavam amenizar seus sofrimentos através da oração e do trabalho, aconselhados pelo Padre Cícero Romão Batista, considerado o “Santo Nordestino”. Ao longo dos anos as manifestações religiosas foram ganhando espaço, dentro da cidade. A pequena capela que antes atendia aos retirantes hoje se tornou Basílica Menor e atende a um grande número de romeiros que vêm de várias partes do Nordeste, especialmente nos meses de janeiro/fevereiro, setembro, outubro/novembro, e também em outras épocas do ano. Dado esse crescimento, se faz necessário oferecer uma infra-estrutura adequada a atender as necessidades dos romeiros que chegam constantemente à cidade de Juazeiro do Norte/CE, especialmente por parte das autoridades eclesiásticas regionais, já que as visitas são por motivos religiosos.
METODOLOGIA:
A pesquisa partiu de discussões em sala de aula no ano de 2010 sobre as romarias e as novas espacialidades que a Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores vêm ganhando nos últimos anos. Nesse sentido a pesquisa foi realizada através de observações com levantamento e identificação das novas áreas que fazem parte da área estudada, registros fotográficos e também com entrevistas gravadas. As observações e os registros fotográficos foram realizados na primeira romaria do ano de 2011, a romaria de Nossa Senhora das Candeias (que acontece no final de janeiro e início de fevereiro), e também nos meses de março e abril. Paralelamente a essa atividade, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa para obter informações com funcionários, romeiros, moradores da área circunvizinha e líderes religiosos que fazem parte da organização da Basílica, sobre os novos espaços que vêm sendo ocupados, bem como identificar quais são os grupos que trabalham durante as romarias e quais as atividades desenvolvidas. Nessa perspectiva o trabalho tem como intuito registrar a diversidade de perspectivas sobre a temática das novas espacialidades da Basílica Menor, contribuindo para a nova organização espacial da cidade de Juazeiro do Norte/CE.
RESULTADOS:
Através das observações de campo, pudemos constatar nas entrevistas que a Basílica Menor nos últimos anos vem ganhando novos territórios para acolher os romeiros que chegam à cidade. Atualmente a Basílica conta com os seguintes espaços físicos: Sala de Informação ao Romeiro, Secretaria Paroquial, Círculo Operário São José, Capela da Mãe das Dores, Capela de Adoração, Praça do Romeiro, Pátio com banheiros e bebedouros. Conta também com trabalhos de pastorais e comunidades católicas nesses espaços e nas Praças do Romeiro, Padre Cícero e Largo do Socorro. As entrevistas mostram que esses espaços ainda não são suficientes para atender todos os romeiros, visto que eles vêm apresentando perfis diferentes com o passar dos anos. O perfil dos romeiros está mudando a cada ano, assim como as suas intenções em visitar a cidade de Juazeiro do Norte/CE. E, de acordo com as suas intenções, se faz necessário um trabalho mais efetivo dos líderes religiosos para atender esse novo romeiro que chega à cidade e procura tanto os espaços sagrados para pedir ou agradecer graças alcançadas, como também os espaços profanos que estão atrelados ao sagrado
CONCLUSÃO:
De acordo com as pesquisas realizadas houve um aumento significativo dos novas espacialidades da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, seja na infra-estrutura física ou nos trabalhos que são desenvolvidos pelas pastorais da paróquia e de outras cidades, que se apresentam como voluntários, junto aos romeiros que passam em média de três a cinco dias na cidade. Mas essas novas espacialidades ainda não são suficientes para atender ao grande e diversificado número de visitantes que chegam a cidade. Os romeiros necessitam de uma melhor infra-estrutura física, que não depende somente dos líderes religiosos que compoẽm a Basílica Menor em construir ou reformar o que já existe, mas também é necessário que haja um trabalho em conjunto com a Prefeitura municipal, através das secretárias, as universidades, escolas, comunidade e comerciantes, todos dando a sua contribuição para o crescimento das romarias e melhoria da infra-estrutura da cidade, atendendo não somente ao romeiro, mas também a população local.
Palavras-chave: Novas espacialidades, Basílica Menor, Romarias.